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Sob o Luar


Unsplash (Mallory Johndrow)

Apesar de o título soar meio estranho este artigo irá abordar a prática da Bruxaria e da Magia sem recorrer a divindades. Há muita gente que se sente atraída pela prática da Bruxaria e da Magia, nas suas diversas formas, mas sente-se desconfortável com a ideia de ter de lidar com Deuses, Deusas e/ou outras entidades (sejam elas mitológicas, elementares, etc.) e acaba por se afastar desta prática sem saber que a mesma não tem a obrigatoriedade de ter divindades ou entidades para se trabalhar. É possível trabalhar apenas com os elementos da Natureza e com as forças da mesma (trabalho com ervas, cristais, etc.) e até com a própria energia pessoal de cada pessoa. 

Quando alguém pretende começar a trabalhar com Magia sem divindades ou entidades o primeiro passo a tomar é verificar quais as alternativas e quais os tipos de Magia com que pretende lidar, dado que muitos são exclusivamente com entidades específicas ou divindades. Assim que escolher qual o caminho que pretende (por exemplo, Bruxaria Natural) basta começar a investigar e aprofundar o assunto. Quais os instrumentos utilizados, o que eles simbolizam, o que é praticado, onde encontrar os recursos necessários para a prática, etc. Tomando o exemplo da Bruxaria Natural a mesma funciona à base da Natureza trabalhando com os elementos (Ar, Fogo, Água e Terra) e com o que a Natureza nos fornece (pedras, cristais, ervas, água, fumo, etc.) sendo apenas necessário acreditar na sua energia pessoal (a qual irá moldar através da Magia) e na energia da Natureza que lhe rodeia. Também a Bruxaria do Mar segue os mesmos propósitos, o trabalho com o Mar e com aquilo que ele nos fornece (conchas, areia, pedras, água salgada, etc.) e com o que ele representa.

Outra das Bruxarias que se pode praticar sem ter de recorrer a divindades é, por exemplo, a Bruxaria de Cozinha. Nesta o praticante utiliza as suas capacidades de cozinhar para desenvolver pratos, poções, chás, entre outros com os determinados propósitos que pretende sem ter de recorrer a entidades externas. Também, caso se acredite em espíritos (não espíritos enquanto entidades específicas mas espíritos então aqueles que já passaram para lá desta vida) também se pode praticar a chamada Hedge Witchcraft utilizando o Xamanismo como ferramenta para trabalhar nos diversos planos de existência e com viagens astrais. Em alternativa existe ainda o caminho mais prático que será a Bruxaria Ecléctica. Através de um estudo aprofundado e diverso poderá criar o seu próprio caminho e seguir uma prática ecléctica, implementando várias características de muitas outras práticas e caminhos.

As opções são imensas e as formas de praticar este tipo de caminho são as mais variadas. Não é obrigatório, para um Bruxo, acreditar num Deus ou numa Deusa ou acreditar em entidades específicas. A Bruxaria é um ofício variado que permite um desenvolvimento pessoal e desenvolvimento do caminho individual de cada um. Sinta-se livre para explorar o que tem ao seu dispor e escolher aquilo com que se sente confortável de trabalhar no seu próprio caminho.

Recomendações Literárias:
  • Godless Paganism: Voices of Non-theistic Pagans de John Halstead

O Covenant of Hekate é uma comunidade internacional de homens e mulheres que honram a Deusa Hekate nas suas várias formas, vindos de várias tradições e culturas unindo-se no culto à Deusa como "Soteira" e "Axis Mundi". 

Esta comunidade nasceu como parte do rito "Rite of Her Sacred Fires", um ritual realizado a nível internacional em honra de Hekate na Lua Cheia do mês de Maio que conta com centenas de participantes em todos os anos. Informações sobre o ritual podem ser encontradas aqui sendo que existe até a versão em português! 

Esta comunidade aceita novos membros mediante a aceitação dos três objectivos da comunidade:
  1. Estabelecer uma sociedade internacional através da qual a história e mistérios da Deusa Hekate são estudados, explorados e partilhados.
  2. Para cada membro lutar para atingir o seu máximo potencial em tudo o que são e em tudo o que aspiram a ser.
  3. Para lutar para que todas as pessoas sejam tratadas de forma igual e justa com base no Código de Conduta.

O Código de Conduta também se encontra disponível no site do Covenant para consulta e, após concordar com todos os critérios obrigatórios (presentes e disponíveis no site oficial), é preenchido um formulário e basta aguardar contacto para dar seguimento. 

O Covenant of Hekate está presente em vários sites sendo que podem consultar o Site Oficial e ainda encontrar o Covenant no seu Grupo de Facebook e Página de Like de Facebook. 
Doreen Edith Dominy, nascida a 4 de Janeiro de 1922, em Mitcham no Sul de Londres. Doreen cresceu no Oeste de Inglaterra que é famoso pela sua dedicação ao rural e ainda hoje se vêm restos de culturas pagãs, como os dançarinos de folk, os poços de desejos e outras actividades.

Pouco se conhece sobre o inicio da sua a vida, a não ser uma pequena curiosidade. Doreen divirtia-se a brincar sozinha num jogo curioso: subir e descer a rua montada na vassoura. O motivo? Nunca se soube. Apenas que os seus pais temiam que se tornasse uma bruxa (os pais de Doreen, Harry e Edith, eram extremamente religiosos e condenavam a Bruxaria).

Nos seus anos de adolescente, Doreen vivia em New Forest e foi aqui que começou a desenvolver uma tendência para a Magia. Sabe-se que com 13 anos, fez um feitiço para ajudar a sua mãe num problema de assédio no trabalho. Espantosamente o feitiço resultou e Doreen foi enviada para um Convento Cristão, do qual saiu com 15 anos com o intuito de nunca lá voltar.

Em 1941 Doreen casou pela primeira com Joanis Vlachopoulos, porém cerca de 6 meses depois, Joanis foi dado como morto.

Mais tarde, em 1944, Doreen voltou a casar com Casimiro Valiente (do qual obteve o seu apelido/sobrenome) e mudou assim o seu nome e nacionalidade (passou a ter nacionalidade espanhola).

No Verão de 1952, Doreen Valiente conheceu uma mulher cujo nome (pseudónimo claro, afinal de contas a lei que fazia da Bruxaria crime, tinha sido abolida apenas um ano antes) era Dafo. Dafo tinha iniciado Gardner e era um membro importante no Coven New Forest. Numa ocasião, em 1952, Dafo apresentou Doreen a Gardner e aqui começou o caminho de Doreen Valiente na Wicca. Apenas um ano depois, Doreen foi iniciada por Gardner e veio a tornar-se a sua Alta-Sacerdotisa.

Gardner usou o seu Livro das Sombras desde 1953 até conhecer Doreen, afirmando sempre que o seu conteúdo era tirado das tradições do New Forest Coven. Doreen porém, ao ler o Livro das Sombras, reconheceu citações de Aleister Crowley. Quando confrontado, Gardner afirmou que devido à falta de algumas informações, em alguns lugares, ele teve de preencher da forma que achou melhor. Gardner nessa altura perguntou para Valiente: “Consegues fazer melhor?” e realmente, ela fez. Doreen Valiente reescreveu muito do Livro das Sombras, dando um toque especial e fazendo as coisas mais coerentes, dando origem à Wicca que conhecemos hoje.

Porém Gardner tinha um gosto pelo spotlight e a sua constante vontade de falar com jornalistas, deixou Doreen preocupada que ele estivesse a colocar a integridade do coven em risco. Portanto, foram criadas as “Proposed Rules for the Craft”. Porém Gardner a isto respondeu, dizendo que já existiam Leis. E então enviou para os membros as "Leis Wiccans". Doreen não acreditou que estas Leis fossem verdade nem gostou delas (tiravam poderes e denegriam a imagem da Alta-Sacerdotisa), afastando-se assim de Gardner cortando relações. Alguns anos depois, voltaram a falar, mas nunca como antes.

Doreen continuou a praticar, sempre com discrição e sem gostar de publicidade, ao contrário de Gardner. Um dos motivos para esta discrição era o facto da sua mãe não saber do seu caminho. Como já referi os pais de Doreen eram muito religiosos.

Com a morte de Gardner da sua mãe no ano de 1964, Doreen deitou para trás o seu Gardnerianismo e seguiu caminho para se juntar a Robert Cochrane num caminho tradicionalista da Bruxaria.

Em 1960 começaram as revoluções. Revolução Sexual, Contraceptivos, Inovações, Direitos… E a Bruxaria não foi uma excepção. Pessoas como o Alex Sanders e Sybil Leek tornaram-se famosos mostrando-se ao Mundo. Porém, outros wiccanos preferiam manter-se no secretismo.

Quanto a Doreen, ela tomava um caminho mais no meio desses dois. Ela não negava a sua religião e vinha em ajuda do Paganismo e da Bruxaria sempre que necessário mas ao mesmo tempo, mantinha-se discreta.

A iniciação com Cochrane apenas ajudou a este factor, mantendo-a longe dos problemas políticos que surgiam em volta da Wicca Gardneriana.

Porém esta associação com Cochrane não durou muito tempo. Doreen rapidamente se apercebeu da tendência de Cochrane para as poções mágicas que o levariam a ter um fim infeliz em Litha de 1966.

Na década de 70, a sua vida mudou de forma dramática. Logo em Abril o seu marido, Casimiro, faleceu. Nas palavras de Doreen Valiente, ao sentir-se sozinha ela decidiu focar-se na escrita de livros. “ABC of Witcraft”, em 1973, e “Natural Magic" em 1975, tornaram-na numa autoridade quanto à Wicca e à magia.

 A década de 1980 foi dedicada à busca por Old Dorothy. Gardner afirmou que foi iniciado por Old Dorothy, em 1939. Em 1980 um historiador chamado de Jeffrey B. Russell afirmou que Gardner teria inventado essa pessoa. Doreen, tentando mostrar o contrário, iniciou uma busca por Old Dorothy, que a acabaria na descoberta da certidão de nascimento de Old Dorothy Clutterbuck em 1982.

A sua última década de vida, foi dedicada às comunidades pagãs, escrevendo livros e dando palestras, ajudando a Wicca, e os valores da Era de Aquário, a desenvolverem. Porém, um dos medos de Doreen era o facto de os charlatães estarem a aumentar. Como tal, quando confrontada com a ideia de criar o Center for Pagan Studies, um centro dedicada ao ensino do Paganismo, Doreen aceitou e tornou-se a Matrona do local.

Apesar do seu último ano de vida ter sido recheado de problemas a níveis físicos, de nenhuma forma isto afectou a sua mentalidade e capacidade a nível mágico. Doreen manteve-se uma mulher poderosa e sábia até ao fim da sua vida.

Nos seus últimos dias de vida, Doreen foi colocada num lar. Ela sofria de diversos problemas de saúde, sendo cancro o principal. Os amigos mantiveram-se ao lado dela o tempo todo até ao dia da sua morte. A 1 de Setembro de 1999, precisamente às 6:55 da madrugada, Doreen partiu rumo à Terra do Sol.

Todas as posses mágicas foram deixadas na mão de John (Dagda). Um dos seus últimos desejos foi que os seus poemas fossem publicados ao Mundo. Esses poemas encontram-se hoje num livro chamado de “Charge of the Goddess”, juntamente com memórias dos seus amigos e artefactos.

"And thou who thinkest to seek for me, know thy seeking and yearning shall avail thee not, unless thou know this mystery:

that if that which thou seekest thou findest not within thee, thou wilt never find it without thee.

For behold, I have been with thee from the beginning; and I am that which is attained at the end of desire."

- Charge of the Goddess by Doreen Valiente
Unsplash (Joanna Kosinska)
Um dos primeiros passos quando se obtém um novo instrumento mágico é a sua consagração. Há muitas formas de consagrar um objecto e a forma usada irá depender do caminho seguido por cada Bruxo. Irei colocar aqui uma forma simples e prática para quem está a começar a praticar Bruxaria ou para quem, de momento, tem poucos recursos.

Materiais Necessários:

  • Incenso de Mirra
  • Tigela de Água
  • Tigela de Sal
  • Vela Branca
  • Instrumento a ser consagrado


Método:
Para começar deverá ser aceso o incenso e a vela, de forma a que o incenso já esteja a deitar fumo. De seguida, o objecto a ser consagrado deverá ser colocado na tigela de sal e coberto de sal. Coloque a sua mão dominante por cima da tigela e visualize uma luz branca a sair da sua mão e a atravessar a tigela, como se estivesse a expulsar todas as energias negativas e a tornar-se unicamente seu. 

Enquanto isso diga: "Abençoados sejam os Deuses. Com Sal e Fumo consagrado este [nome do objecto] em vosso nome. Que este instrumento me sirva bem e que me auxilia na minha prática mágica e no meu culto aos Deuses".

Pegue novamente no objecto e passe pelo fumo do incenso, visualizando as energias a trabalharem. Faça o mesmo com a água (salpique um pouco de água no instrumento) e aproxime-o da chama da vela, garantindo que não queima o mesmo!

Este é apenas um dos muitos métodos disponíveis, podendo ser adaptado à prática de cada um. 
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0