• Home
  • Sobre
  • Diretório Pagão
    • O que é?
    • Portugal
    • Brasil
  • Recursos

Sob o Luar


Nome do Festival: Equinócio da Primavera ou Ostara (pronuncia-se "oh-stá-ra")
Data Tradicional: 21/22/23 de Junho (No Hemisfério Norte) e 21/22/23 de Dezembro (No Hemisfério Sul)
Data Astrológica: Sol a 0º de Cancer/Caranguejo (HN) e Sol a 0º de Capricórnio (HS)
Etimologia: Ostara, etimologicamente, terá origem no nome de uma antiga Deusa Celta chamada "Eostre" referida nos textos "De Temporum Ratione" escrito por um monge chamado Bede no ano de 723. Contudo é uma terminologia recente e não é antiga e recomendo a leitura deste e deste artigo na temática.
Correspondências de Cores: Tons pastéis, cor-de-rosa, verde, amarelo, branco e cores primaveris. 

O equinócio da Primavera assinala o momento em que a noite e o dia têm a mesma duração e, a partir deste momento, os dias serão mais longos e as noites mais curtas. Assinala o início da Primavera e o fim do Inverno. As flores começam a florir, o verde surge nos campos, as folhas voltam às árvores e até os animais sentem esta mudança ao nosso redor. Nós próprios, inconscientemente, sentimos as alterações dos ciclos da Terra. Começamos a sentir-nos mais dinâmicos e com mais força de vontade, devido à maior exposição ao Sol e a toda a energia de "renascimento" que se sente no ar. Como celebração de fertilidade e do início da Primavera, grande parte das práticas associadas a este festival estão ligadas a ritos de fertilidade como os ovos de Ostara, os coelhos, as flores, entre outros símbolos. É uma altura para festejar a Primavera e tudo o que esta estação traz consigo. É um momento em que podemos celebrar o Sol e a sua vitória sobre o Inverno e sobre a Escuridão, dando as boas-vindas à claridade e ao calor que se aproximam.

Ostara é a polaridade do festival de Equinócio do Outono. Isto significa que enquanto neste momento do ano entramos na Primavera e iniciamos a jornada para a parte mais solarenga do ano, no polo oposto, temos o começo do Outono e a entrada no caminho para a parte mais escura do ano. Existem algumas relações entre a celebração e correspondências do Equinócio da Primavera e da Páscoa Cristã, dado que houve uma adaptação de algumas práticas no processo de estabelecimento do cristianismo em território Europeu e algumas práticas folk da época foram adaptadas pelo movimento cristão, como é o caso dos ovos da Páscoa ou do "Coelho da Páscoa". 

No mito da Roda do Ano Wiccana é neste festival que o Deus mostra que está a começar a crescer e a Deusa assume o seu papel de Donzela, ajudando o Deus no seu crescimento. O Sol passará, a partir desta data, a ocupar um lugar mais alto no céu e os dias serão mais longos, como tal, o Deus estará mais forte e mais poderoso, caminhando para o seu auge em Beltane e no Solstício de Verão que se aproxima. 

Algumas das tradições e práticas comuns para muitos praticantes deste festival é pintar os ovos com cores variadas e realizar jogos, principalmente para os mais novos. Também contar mitos associados a esta altura do ano é uma fantástica forma de celebrar (por exemplo o Mito da Subida de Perséfone do Submundo, da mitologia grega, em que Perséfone volta para a superfície e as flores voltam a florescer). Outra prática fantástica para simbolizar esta celebração e que contribui muito para o bem-estar da Terra é semear plantas e árvores, aproveitando as energias da Primavera e dos novos começos para iniciar as novas vidas das nossas plantas. Aliás muitas plantas têm como época de plantio o começo da Primavera.

No seu altar pode colocar várias flores de muitas cores, ovos coloridos e velas coloridas também. As melhores flores associadas a este festival são, por exemplo, o cravo vermelho, a rosa, o trevo e outras flores que recordem a Primavera. A nível da alimentação, seja para celebrações em grupo ou individual, recordamos que temos o texto sobre Bruxaria de Cozinha e Ostara com várias dicas e informações úteis!

Outra dica para esta altura do ano é aproveitar para realizar trabalhos mágicos (feitiços, encantamentos, sigilos, etc.) relacionados com novos crescimentos ou empreendimentos, cura, limpezas e começos de novos caminhos. Se está à espera para iniciar um novo projeto, aproveite a Primavera e as suas energias, sem dúvida terá sucesso!

E vocês? Como costumam celebrar esta festividade? 

Hoje vamos continuar com uma nova série de artigos que se irão espalhar ao longo dos próximos tempos em que vamos abordar várias divindades, de vários panteões. Vamos falar sobre os seus mitos, as suas associações e um pouco da sua história. Estes artigos não têm como objectivo substituir a investigação sobre as divindades mas sim despoletar interesse e, também, fornecer alguns pontos de partida para iniciar contacto com as Deusas e Deuses de que falaremos. 

As informações contidas nestes artigos não são suficientes para sustentar uma prática de culto a uma divindade e investigação adicional é sempre necessária. No fundo de cada artigo deixamos uma lista de sites e livros recomendados sobre cada divindade, de forma a que possam explorar mais sobre cada Deusa e Deus que falamos aqui. Ao longo do artigo vamos deixando também links para informações adicionais e explorações aprofundadas de certos tópicos. 

***

Nome: Hades ou Haides (Ἁιδης)

Panteão: Grego

História e Mitologia: Hades é o quarto filho de Kronos e Rhea e, à semelhança dos seus irmãos, foi engolido pelo seu pai até ser libertado pelo seu irmão Zeus. Após a Titanomaquia, Hades juntamente com os seus irmãos Poseídon e Zeus, dividiram à sorte o céu, o mar e o submundo entre si. Poseídon ficou com como Rei dos Mares, Zeus como Rei dos Céus e Hades ficou como Rei do Submundo. Um dos principais mitos associados a Hades é o mito do Rapto de Persephone: Com a ajuda do seu irmão Zeus (pai de Persephone), Hades raptou a donzela e levou-a consigo para o Submundo sem o conhecimento da sua mãe, onde a manteve até que Deméter obrigou Zeus a devolver-lhe a filha. Contudo, a esta altura, Persephone já tinha comido sementes de romã no Submundo e estava eternamente ligada a este reino, obrigando-a a passar uma parte do tempo com a sua mãe à superfície e o resto do tempo com o seu esposo Hades no Submundo, tornando-se Rainha do Submundo. 

Celebrações: O culto de Hades era bastante escasso dado que a maioria dos gregos tinha receio sequer de pronunciar o seu nome, com medo que isso atraísse a morte para os seus lares. Haviam poucos santuários dedicados a Hades no Mundo Grego, contudo, ele era homenageado durante as cerimónias fúnebres ou em ritos necromânticos (comunhão mística/religiosa/mágica com os mortos) e desempenhava um papel nos cultos dos Mistérios. O único centro de culto significativo na Grécia dedicado a Hades era o Oráculo dos Mortos em Thesprotia. 

Geneologia: Filho de Kronos e Rhea, irmão de Zeus, Poseídon, Hestia, Demeter e Hera. Costuma ser-lhe atribuída a paternidade das Erinyes, Zagreus e Melinoe, contudo, é também aceite que Hades é um Deus infértil, dado que que o Deus dos Mortos não poderá ter filhos. 

Epítetos: Ploutôn ("da riqueza"), Theôn Khthonios ("Deus do Submundo"), Polysêmantôr ("Rei de muitos"), Nekrôn Sôtêr ("Salvador dos Mortos"), Nekrodegmôn ("O receptor dos Mortos"), entre outros. 

Símbolos: Os principais símbolos são o ceptro real (com ponta de pássaro), a cornucópia, o elmo de Hades (que lhe dava invisibilidade),o cipreste, a menta e Cerberus, o cão do submundo de três cabeças. 

Leitura Recomendada: 
  • Theoi - Hades
  • Helenos BR
  • Hino Homérico a Deméter (para o mito de Persephone)
  • Teogonia (para o mito do seu nascimento)

Ao longo do nosso caminho dentro do Paganismo é expectável que acabemos por ouvir falar dos "Mistérios", de forma vaga e como se toda a gente soubesse o que eles são. Quase como se fosse um dado adquirido semelhante ao céu ser azul ou a água molhar. Contudo, a realidade, é que muita gente não sabe o que são os Mistérios nem entende ao certo o que é o conceito de mistérios e porque razão este conceito é importante. E é disso que vamos falar hoje, do que são os mistérios, o porquê do nome, a forma como os mesmos acabam por ser utilizados como justificação para atos errados e mais. 

Para começar, o que são os Mistérios? Os Mistérios é o nome que é dado basicamente à informação ou conhecimento que é adquirido através da prática de certas tradições ou práticas e que é, por norma, entregue diretamente por Divindades ou por representantes Delas, mediante as práticas feitas. Um exemplo comum dos Mistérios é, por exemplo, os Mistérios de Eleusis na Grécia Antiga em que era realizado anualmente um grande ritual, de vários dias, onde no final através da ajuda dos Sacerdotes e Sacerdotisas, os participantes eram iniciados nos "Mistérios" que lhes trazia um determinado número de benefícios a nível espiritual e religioso (principalmente, suspeita-se, no pós-vida). Até hoje ninguém sabe o que era feito nesses rituais, pois os mesmos eram, como o nome indica, um mistério, só conhecido aos que realizavam esses rituais. Hoje em dia, no Paganismo Moderno, também temos tradições que possuem Mistérios, como é o caso da Wicca. A iniciação dentro da Wicca Tradicional, e a passagem pelos seus Graus, implica a aprendizagem de Mistérios próprios à Religião e que são comuns a todos os praticantes dentro daquela tradição em específico. 

Mas, já sei a pergunta, porque motivo este conhecimento não pode apenas vir nos livros? Porque não é um conhecimento que seja aprendido em livros. Durante a minha ordenação enquanto Sacerdotisa na Fellowship of Isis também estive em contacto com Mistérios e reconheço que não os teria conseguido aprender apenas lendo em livros, porque os Mistérios são uma vivência. São algo que é necessário ser sentido na pele e na nossa alma, é algo que nos transforma de dentro para fora e é algo único mas comum a todos os que passaram por aquele processo. E, na maioria dos casos, acaba por estar dentro de caminhos que requerem uma iniciação ou até um voto de secretismo (tal como acontecia na Antiguidade, no caso dos Mistérios de Eleusis ou os Mistérios Dionisíacos), de forma a garantir que não existe uma banalização deste tipo de experiências religiosas. 

Porém, e infelizmente, isto também faz com que o termo de Mistérios seja utilizado, indevidamente, como justificação para ações condenáveis dentro das nossas comunidades como grooming, abusos, manipulação, controlos e outros casos ainda piores. Enquanto comunidade não estamos isentos de pessoas com más intenções e que se aproveitam das nossas coisas para distorcê-las e utilizá-las como armas para objetivos nefastos. Como tal, isto implica que tenhamos de ter cuidados redobrados e implica também que os nossos Sacerdotes e Sacerdotisas tenham de se adaptar a esta realidade quando em diálogo com interessades em iniciar-se em tradições de Mistérios.

O que quero dizer com isto? Basicamente é necessário haver frontalidade e honestidade. Os Mistérios são, em grande maioria, iniciáticos e secretos mas isso não implica que não sejam divulgadas informações fulcrais e que poderão ser cruciais para a tomada de decisão dos que estarão a ser iniciados nos mesmos. Um Mistério não deixa de ser menos mistério se informarmos o praticante de que a nudez é obrigatória. Ou que é um ritual onde poderá assistir a um ato sexual. Ou que é um ritual que vai implicar ter de comer carne. Estas coisas podem (e muitas vezes são) deal-breakers para os envolvidos e pode ser a diferença entre aceitarem e não aceitarem. E isso é OK! É melhor a pessoa saber (e nós, enquanto Sacerdotes/isas sabermos) com antecedência e dizer que não do que ser sujeitada a algo que não quer e já ser tarde demais para dizer que não ou sentir-se pressionada a dizer que sim. Ninguém deve se sujeitar a algo que não quer só porque sim. Se uma tradição requer algo que não gostamos (ex: nudez ritual) é porque não é uma tradição para nós e está na altura de procurar outra. E, enquanto Sacerdotes/isas, sabemos que aquela pessoa não era a indicada para o caminho que ensinamos e deixamos ir, com a consciência tranquila que fomos frontais e honestes no que diz respeito ao que praticamos. 

Por fim, nem todos os caminhos têm ou usam o conceito de Mistérios. Nem todos os caminhos precisam de usar o conceito dos Mistérios. É algo que alguns caminhos têm e outros não e depende de cada praticante saber e entender se é algo com o qual se sente confortável ou não. Contudo, depende dos Sacerdotes/isas das nossas comunidades serem honestos e transparentes e os nossos praticantes/iniciantes serem cuidadosos nas suas buscas. Juntos conseguimos melhorar as nossas comunidades, mantendo as nossas tradições e práticas, e criando espaços mais seguros para todes! 
Mais Recentes
Mais Antigos

Apoia o Sob o Luar!

Apoia-nos no Ko-fi!

Temas

  • Análises Literárias (24)
  • Autores Convidados (2)
  • Bruxaria (37)
  • Celebrações (22)
  • Comunicados (3)
  • Comunidades (20)
  • Conceitos (31)
  • Cristais (5)
  • Divindades (17)
  • Druidismo (1)
  • Entrevistas (2)
  • Eventos (2)
  • Helenismo (13)
  • Iniciantes (33)
  • Instrumentos (1)
  • Kemetismo (1)
  • Locais (1)
  • Magia (21)
  • Métodos Divinatórios (41)
  • Organizações (5)
  • Paganismo (73)
  • Quotidiano (13)
  • Reconstrucionismo (2)
  • Rituais (3)
  • Textos Mágicos (3)
  • Wicca (26)

Recomendações

 
 
 

Arquivos

  • ► 2024 (3)
    • março (1)
    • janeiro (2)
  • ► 2023 (11)
    • dezembro (2)
    • novembro (3)
    • outubro (2)
    • setembro (1)
    • abril (1)
    • janeiro (2)
  • ▼ 2022 (26)
    • dezembro (2)
    • novembro (2)
    • outubro (2)
    • setembro (2)
    • agosto (2)
    • julho (2)
    • maio (2)
    • abril (3)
    • março (3)
    • fevereiro (2)
    • janeiro (4)
  • ► 2021 (40)
    • dezembro (4)
    • novembro (4)
    • outubro (4)
    • setembro (5)
    • agosto (2)
    • julho (4)
    • junho (4)
    • maio (3)
    • abril (5)
    • março (4)
    • janeiro (1)
  • ► 2020 (25)
    • dezembro (3)
    • novembro (2)
    • outubro (3)
    • setembro (3)
    • agosto (3)
    • julho (4)
    • abril (2)
    • março (3)
    • fevereiro (1)
    • janeiro (1)
  • ► 2019 (24)
    • dezembro (2)
    • novembro (3)
    • outubro (1)
    • agosto (2)
    • julho (1)
    • junho (3)
    • maio (4)
    • abril (3)
    • março (3)
    • fevereiro (1)
    • janeiro (1)
  • ► 2018 (14)
    • novembro (2)
    • outubro (1)
    • setembro (1)
    • agosto (1)
    • julho (2)
    • maio (2)
    • abril (3)
    • março (1)
    • janeiro (1)
  • ► 2017 (26)
    • dezembro (1)
    • novembro (3)
    • setembro (3)
    • junho (1)
    • maio (6)
    • abril (3)
    • março (4)
    • fevereiro (3)
    • janeiro (2)
  • ► 2016 (17)
    • dezembro (3)
    • novembro (2)
    • outubro (2)
    • setembro (2)
    • agosto (2)
    • julho (1)
    • junho (4)
    • maio (1)

Template por BeautyTemplates | Política de Privacidade

Este trabalho é dedicado às Senhoras Ἑκάτη (Hekate) e Περσεφόνη (Persephone)

Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0