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Sob o Luar

Título: Paganism 101: An Introduction to Paganism by 101 Pagans
Editor(es): Trevor Greenfield 
Pontuação: ★★★★☆
Descrição: "Paganism 101: An Introduction to Paganism by 101 Pagans" é uma introdução ao Paganismo escrita por 101 pagãos. Agrupados em três seções principais: "Quem somos", "O que acreditamos" e "O que fazemos" e com um total de vinte tópicos fundamentais para a compreensão das principais tradições pagãs. Estes tópicos têm uma introdução e são depois elaborados por outros seguidores e praticantes, dando ao leitor uma melhor visão da variedade e diversidade que o Paganismo oferece. 
Onde Comprar*: Wook | Scribd (Ativa dois meses grátis!)
Análise: Este é um livro que me é próximo dado que tive o prazer de participar nele e contribuir com um tópico porém não deixarei que isso influencie a minha opinião ou análise do livro. Considero que seja uma pena que o livro não esteja disponível em Português e apenas em Inglês porque uma das coisas que gosto acima de tudo é a diversidade de pontos de vista. Este livro é a prova da famosa frase "Faz uma pergunta a 10 pagãos e terás 11 respostas diferentes". Diversos pagãos contribuiram para a criação deste livro e isto é fantástico porque dá-nos toda uma perspectiva sobre cada um dos tópicos abordados seja Druidismo, Wicca, Bruxaria, etc. É uma forma de ver além da teoria que os livros normais nos ensinam e ouvir directamente dos praticantes como é que fazem as suas práticas, como são os seus caminhos e quais as diferenças. Conseguimos ver vários Wiccanos que, apesar de partilharem o título de Wiccanos, praticam caminhos significativamente diferentes e até têm pontos de vista diferentes sobre alguns assuntos e isso é importante, porque nos mostra e comprova, uma vez mais, a diversidade existente nas comunidades pagãs. O livro está muito bem organizado e separado em secções correspondente a diferentes caminhos dentro do Paganismo e cada secção é introduzida por um autor ou figura importante daquela comunidade sendo que depois conta com diversos contributos (de várias temáticas) de pagãos praticantes das respectivas tradições, traçando aqui a diferente entre os praticantes e também entre os praticantes e a figura ou autor que está a fazer a introdução ao tópico. Acho que o livro é um excelente trabalho e representação das comunidades pagãs, creio que a Editora (Moon Books) estava a pensar em fazer mais livros deste género mas não sei se acabou por fazer ou não porém é uma editora com bastantes bons recursos e também recomendo que dêem uma olhadela. No geral, espero que esta obra seja um dia traduzida para português para estar mais ao alcance das nossas comunidades!

* Os links fornecidos pertencem a 'Affiliate Programs' e geram uma taxa de lucro ao Sob o Luar. Não existe qualquer despesa adicional para o comprador. 
Unsplash (Aaron Burden)
O tópico de hoje é um tema especial: Quero falar-vos de religião numa relação amorosa e como se coordena. Irei focar principalmente no meu caso, nomeadamente uma relação de dois pagãos de caminhos diferentes. Recomendo também o texto de uma grande amiga minha chamado "Mãe Pagã e Pai Ateu... e agora?" em que ela descreve aspectos da vida de casal entre ela e o esposo, sendo ela pagã e ele ateu e criam uma menina (super linda e fofa, se me permitem dizer!) juntos! Inspirada por esse texto decidi dissertar sobre relações amorosas em que os envolvidos são pagãos mas trilham caminhos diferentes.

Irei usar como exemplo a minha relação (estou numa relação monogâmica com um homem) mas o que descrevo aqui pode ser adaptado a todas as dinâmicas e tipos de relacionamento, como é óbvio!

No meu caso, eu e o meu companheiro somos os dois pagãos mas seguimos caminhos muito distintos: Eu sou Bruxa de Cozinha e Natural e Sacerdotisa de Hekate e Persephone, sendo que trabalho exclusivamente com o Panteão Helénico e de uma forma bastante moderna, seguindo a Roda do Ano (adaptada a minha prática e culto), celebrando as Fases da Lua, introduzindo liturgia da Fellowship of Isis e trabalhando também com o meu Iseum. Já o meu companheiro é mais tradicionalista, focando a sua prática exclusivamente, também, no Panteão Grego mas com uma visão mais arcaica, baseando-se nos registos históricos e na forma como a religião era praticada na Grécia Antiga (uma espécie de Reconstrucionismo Helénico adaptado e solitário). Ou seja, os nossos caminhos são bastante diferentes, dado que grande parte das minhas celebrações não são (necessariamente) celebradas por ele e, a visão dele das Divindades, é algo diferente da minha.

Enquanto eu vejo as Divindades como seres presentes no meu dia-a-dia com as quais eu posso estabelecer conexão, meditação, comunicar e receber sinais, o meu companheiro vê as Divindades como entidades desapegadas das questões mundanas mas que assistem, contudo, ao desenrolar das vidas dos mortais, podendo (ou não) testar os mesmos e apoiar nas suas demandas. Enquanto o meu namorado baseia a sua praxis pagã na forma de pensamento da Grécia Antiga, eu sou mais dada a seguir a minha intuição e aquilo que penso e medito como sendo o caminho certo para mim, sem me preocupar primeiramente com o aspecto reconstrucionista da mesma.

Ou seja... Apesar de partilharmos o amor pela mesma cultura e do mesmo panteão e de estabelecermos até conexão com as mesmas Divindades, temos formas muito diferentes de estabelecer estas ligações e até de praticar estas vivências. Porém, isso em nada invalida a nossa relação. Tal com a minha amiga fala no artigo dela, não podemos deixar que as diferenças dos nossos caminhos sejam o que define a nossa relação mas sim aquilo que temos em comum. Debatemos as nossas diferenças e esforçamo-nos para entender o modo de pensar e de ver a vida do outro. No entanto, não deixamos que elas sejam o que marca a forma como nos relacionamos. Podem haver discussões (aliás, as minhas amigas acham piada ao facto de o único motivo pelo qual eu e o meu companheiro discutimos é por política ou religião) mas, no fim, encontramos sempre um meio-termo porque sabemos que o mais importante é estar juntos e unir aquilo que temos rumo ao nosso objectivo comum.

Apesar de ainda não vivermos juntos, a conversa sobre como iremos adaptar as nossas rotinas pagãs à vida em casal surge ocasionalmente. Como faremos para realizar as nossas celebrações? E os altares? E a transmissão de valores pagãos a filhos ou filhas no futuro? Todas estas são questões que já surgiram no nossa interacção e acabamos por chegar sempre à mesma resposta: "Adaptamos". Mesmo hoje em dia, se o meu companheiro vier a minha casa e eu tiver um ritual nesse dia, ele não tem qualquer problema em ficar na conversa com a minha mãe enquanto eu o cumpro. Ou em ir comigo até a uma floresta para eu colher ervas ou materiais ou até fazer oferendas. Tal como eu o acompanho nas suas formas de expressão de devoção às Divindades. Inclusive até já adaptei algumas das coisas que ele faz na minha prática pessoal, porque me identifiquei! E o mesmo acontece com ele. Já lhe dei muitas coisas (cristais, receitas, etc) mágicas que não fazem parte da prática dele, porém sei que ele pode beneficiar disso e inclusive já chegou a usar várias.

Felizmente, conseguimos adaptar as nossas práticas e as nossas vidas para acomodar o outro sem nunca ferir as nossas práticas pessoais. Há coisas na minha prática com as quais ele não concorda e há coisas na dele com as quais eu também discordo. Mas nunca censuramos ou limitamos o outro no seu caminho. O truque está em reconhecer que para além de casal, somos também indivíduos e não devemos abdicar da nossa individualidade em fruto do relacionamento, dado que são "precisos dois para dançar o tango". De forma a que nossa relação funcione temos de garantir que cada um de nós é feliz e estável nos seus caminhos pessoais, podendo aceitar que os mesmos se cruzem ou não!

Assim sendo, quando vivermos juntos, esse será um dos nossos objectivos já pré-definidos: Respeitar o espaço e a prática do outro, dando espaço e tempo para as mesmas, adaptando-as no dia-a-dia e na rotina conjunta e, quando o assunto dos filhos vier à conversa, mostrando aos pequenos que há mais do que um caminho à escolha e apresentar a minha visão, a visão do pai e a até a visão de outros caminhos, guiando-os nesses trilhos e auxiliando a encontrar o caminho que eles acharem ser o certo para eles.

O maior conselho que eu posso dar, para alguém que esteja numa relação com alguém que também seja pagão mas não partilhe o mesmo caminho é o aceitar as diferenças e aceitar que nem tudo vai ser praticado em conjunto ou de forma unida. Cada um tem direito às suas práticas individuais e os caminhos pessoais de cada um e isso em nada invalida a relação que têm e o amor que partilham. É respeitando-se ambos e ao espaço de cada um, que uma relação se cria e se torna forte.

As raízes das árvores não discutem por estarem em direcções diferentes mas trabalham em conjunto para o objectivo final que é fazer crescer a árvore.
Aqui, é o mesmo. Respeitando as diferenças de cada um, trabalha-se rumo ao objectivo comum: Amor e Harmonia.

E vocês? Como são as vossas relações? ~ 

VII - O Carro/Carruagem

Nome do Arcano: O Carro/Carruagem
Número: VII
Descrição: No baralho de Rider-Waite o Carro/Carruagem é representado por um guerreiro dentro de uma carruagem. Ele veste armaduras decoradas com luas crescentes e uma tunica com um quadrado e outros símbolos alquímicos e, na cabeça, tem uma coroa de louros e com uma estrela. Ele encontra-se de pé e não tem rédeas na mão. Acima da sua cabeça está um toldo com estrelas de seis pontas. À frente da carruagem estão duas esfinges, uma branca e uma negra, cada uma para lados opostos. Atrás da carruagem corre um rio e uma vila ao longo. *
Símbologia: Nesta carta o Guerreiro demonstra a ser corajoso mantendo-se em pé e determinado com a sua armadura, decorada com luas crescentes (representando aquilo que está a nascer e a surgir) e a túnica decoradas com quadrados e símbolos alquímicos, representando a vontade e a transformação espiritual. Apesar de parecer que está a guiar a carruagem, se verificarem com atenção, notam que não há rédeas e que apenas a sua vontade e determinação controlam o carro. O toldo, por cima do Guerreiro, representa a conexão com o divino e o Mundo celestial e, à sua frente, as esfinges de cores diferentes representam a dualidade e forças opostas (inclusive cada uma delas está a puxar para um lado oposto e apenas a determinação do Guerreiro controla o caminho). O rio, na parte de trás do guerreiro e da Carruagem, representam a necessidade de estar em sintonia com o ritmo e o fluir da vida e, ao mesmo tempo, de seguir como a corrente rumo aos objectivos.

Significado:

  • Posição Normal
Primordialmente a carta da Carruagem representa a Vontade, Determinação e Força. Quando esta carta surge ela traz consigo a mensagem de encorajamento e de que o alvo da leitura tem aquilo que necessita para atingir os seus objectivos, sendo que necessita apenas de confiar em si mesmo e ser determinado nos seus objectivos. A Carruagem alerta também de que haverá pessoas e obstáculos no caminho e testes que serão colocados porém o consulente tem consigo as ferramentas necessárias para ultrapassar estas situações e atingir os objectivos que pretende. Esta carta recorda-nos que não é altura de estar passivamente a aguardar que as coisas ocorram mas sim altura de por mãos à obra pois a Carruagem confirma que a nossa jornada será bem sucedida, desde que tenhamos certeza e confiança nas nossas capacidades. Pode também representar, em termos práticos, uma viagem ou deslocação positiva.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta da Carruagem representa a necessidade de fazer uma pausa e analisar a situação. Enquanto na posição normal esta carta nos incentiva a avançar rumo aos objectivos, quando invertida ela alerta-nos para a necessidade de parar e reavaliar a situação e questionar se existe algum motivo específico pela qual as coisas estão a ser díficeis. A Carruagem urge-nos a entender quais são os obstáculos e porque razão estão lá e, ao mesmo tempo, fazer-nos entender que não podemos querer ter controlo de tudo ao nosso redor que há certas coisas sobre as quais não temos qualquer tipo de controlo. E isso é normal! Este arcano ensina-nos a entender que há coisas que devem fluir e cabe a nós entender o motivo porque isso acontece e analisar o momento, permitindo criar o espaço necessário para ultrapassar as dificuldades e começar então a rumar em direcção ao que é pretendido. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0