Deusas e Deuses: Persephone

por - novembro 14, 2019


Hoje vamos continuar com uma nova série de artigos que se irão espalhar ao longo dos próximos tempos em que vamos abordar várias divindades, de vários panteões. Vamos falar sobre os seus mitos, as suas associações e um pouco da sua história. Estes artigos não têm como objectivo substituir a investigação sobre as divindades mas sim despoletar interesse e, também, fornecer alguns pontos de partida para iniciar contacto com as Deusas e Deuses de que falaremos. 

As informações contidas nestes artigos não são suficientes para sustentar uma prática de culto a uma divindade e investigação adicional é sempre necessária. No fundo de cada artigo deixamos uma lista de sites e livros recomendados sobre cada divindade, de forma a que possam explorar mais sobre cada Deusa e Deus que falamos aqui. Ao longo do artigo vamos deixando também links para informações adicionais e explorações aprofundadas de certos tópicos. 

E, tal como deve ser, a Deusa que irá ser a segunda desta série de artigos será uma das Deusas à qual me dedico e me consagrei, a Senhora Persephone


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Nome: Persephone. Περσεφονη em grego. Enquanto Deusa da Primavera, junto de sua mãe Démeter, era denominada de Kore (Donzela) mas após a sua união com Hades, no Submundo, assumiu o nome de Persephone. A origem do nome é desconhecida, porém, é habitualmente associada ao significado de "Destruição". 

Panteão: Grego


História e MitologiaA Deusa Persephone (ou Kore, como era conhecida antes do seu matrimónio com Hades) é filha de dois Deuses Olímpicos, a Deusa Démeter e o Deus Zeus. Era denominada de Kore dado a sua ligação à Natureza e à beleza e riqueza dos campos floridos. Filha de Demeter, Deusa das Colheitas e da Agricultura, a mesma passava os seus dias em campos floridos a brincar e passear com ninfas e outras Deusas virgens até que, um dia, foi raptada pelo Deus Hades e levada para o Submundo, com autorização do seu pai Zeus mas com total desconhecimento da sua mãe Demeter. A sua mãe, Deusa das Colheitas, aflita com o desaparecimento da filha decidi começar a percorrer o Mundo em sua procura, pedindo ajuda à Deusa Hekate que com as suas tochas, iluminou o caminho de Démeter. Quando soube, graças à ajuda de Hekate e Helios, que a sua filha tinha sido raptada pelo Senhor do Submundo, foi até Zeus e exigiu a filha de volta, ameaçando deixar o Mundo num eterno inverno e sem permitir que os frutos e as plantas florescessem. Confrontado com esta situação, Zeus viu-se obrigado a enviar Hermes até ao Submundo e pedir para Hades devolver a sua amada de volta a Demeter. Porém Persephone já tinha comido sementes de romã no Submundo (é ambíguo se as mesmas foram comidas de livre vontade ou oferecidas por Hades) e, como tal, estava eternamente ligada ao mundo dos Mortos. Ao chegar ao Olimpo e quando os Deuses constaram a sua ligação eterna a Hades, ficou decidido por Zeus que a Deusa Persephone teria de passar uma parte do ano com a sua mãe Demeter e outra parte do ano com o seu esposo, no Submundo. Este mito veio dar origem à explicação da passagem das estações, com o Inverno sendo quando a filha de Demeter está junto ao seu esposo e a Primavera quando a mesma está perto de sua mãe. Noutros mitos, Persephone surge também junto a Hades, já no Submundo, como sendo a Rainha e Senhora da Terra dos Mortos, sendo que foi a pedido da mesma que os Campos Elísios foram criados, para receber os heróis gregos no pós-vida. 

Celebrações: Uma das principais celebrações em honra a Persephone são os Mistérios de Elêusis, celebrados em dois momentos distintos (os Mistérios Menores e os Mistérios Maiores). Eram celebrados na zona de Eleusis na Grécia Antiga e são das celebrações mais bem guardadas da História, sendo que até hoje são poucos os registos que temos desta prática. Sabemos que os mesmos eram realizados em torno do Mito do Rapto de Persephone e que tinham como foco a agricultura e os ritmos da Natureza. Adicionalmente temos também a celebração da Thesmophoria que era um festival organizado em honra a Démeter e Persephone onde apenas eram permitidas mulheres adultas e cujas práticas eram igualmente secretas. Estaria associada à colheita e tinha lugar anualmente perto da altura do Outono. Existem mais celebrações locais espalhadas pela Grécia e que até acabaram por se prolongar até ao período Romano e podem ser consultas em documentos históricos, no Theoi, entre outros.

Geneologia: Persephone é filha da Deusa Démeter e do Deus Zeus. É filha única e muito protegida por Deméter. É casada com Hades, Senhor do Submundo, e, em alguns mitos, é considerada mãe de Zagreus (com Zeus ou com Hades). Nos Hinos Órficos é também referida como sendo mãe de Melinoe (com Zeus) e das Erínias (com Hades). 

Epítetos: Chthonia ("Ctónica", "da Terra"), Despoina ("Senhora"), Kore (Donzela), Soteira ("A Salvadora"), Brimo ("Assustadora"/"A Zangada"), Enodia ("Dos Caminhos", "Das Encruzilhadas"), entre outros

Símbolos: Romã, Cavernas, Morcegos, Tocha Eleusina, Trigo, Narciso, Menta, Asfódelo, símbolos primaveris e flores, entre outros.  

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2 Comentários

  1. Sou muito fã de Perséfone e sou apaixonada por recontos de seus mitos. Acho adorável e perfeito que vc esteja em seu serviço.

    Seu trabalho é excelente, amiga!

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    1. Fico muito feliz e muito obrigada, minha querida! Seu apoio é muito importante para mim! <3

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