Convidado: O Pentagrama

por - janeiro 02, 2017

Os símbolos são sinais que as culturas adotam para diversas representações, entre elas várias crenças religiosas bastante abordadas entre os neopagãos, como também entre vários cristãos. Fazem parte de tudo que é representativo e abordado religiosamente. Ao longo da matéria, haverá a explicação de signos e costumes usados e praticados por vários povos dentre várias culturas. Neste artigo, falarei sobre o Pentagrama e suas várias representações conforme o tempo, as circunstâncias e as crenças. Você vai ver as evoluções que o pentagrama começou a tomar, passando de um símbolo cristão de máxima veneração para a atual representação cristã demonizadora e neopagã de equilíbrio.

Pentagrama – Representações culturais


Não se sabe a origem do pentagrama, mas pode-se conhecer uma de suas mais antigas representações.

Os hebreus consideravam o pentagrama como o símbolo da Verdade, representando o Pentateuco (os cinco livros atribuídos a Moisés no Antigo Testamento). Na Grécia Antiga, tal símbolo ganhou o nome de Pentalpha, tendo como vista cinco letras A entrelaçadas.

O pentagrama também aparece na cultura chinesa, em que os cinco elementos (fogo, terra, metal, água e madeira) se envolvem em um sistema de criação e inibição entre si, formando um circulo e uma estrela em sua sistematização.

Pitágoras acabou por explorar o pentagrama em seus cálculos, levando-o como símbolo de perfeição matemática. Sua escola tinha tal símbolo e seus seguidores o usavam para se identificarem.

Os primeiros cristãos usavam o pentagrama como representação das cinco chagas de Cristo (mãos e pés encravados e a coroa de espinhos), e nos tempos medievais ainda era usado como amuleto contra os demônios.

Os próprios Templários, vistos como monges da Igreja, utilizavam  o Pentagrama em muitos vitrais de seus templos. Mas conforme foram ganhando dinheiro, prestígio e solidariedade com seus irmãos de Ordem, a Igreja começava a se voltar contra seus próprios servidores. Houve então a Inquisição, junto à Era das Trevas, quando a Igreja mergulhou em seu próprio diabolismo. Os Templários foram torturados e mortos, e o pentagrama agora foi distorcido e transformado em símbolo de perversão e maldade pela Igreja, simbolizando a cabeça de um bode, ou diabo, a mesma do Baphomet, pelo qual a Igreja havia acusado a Ordem dos Cavaleiros Templários de adorar. Assim, o pentagrama se transformou em símbolo representativo do mal, e a perseguição da Igreja às antigas religiões acabou forçando-as a se esconderem nas sombras, na clandestinidade.

Já no final da Era das Trevas, a paz estava renascendo. As sociedades já secretas agora saem das sombras, retomando seus estudos sem medo da pressão adquirida da Igreja. Numa era de desenvolvimento, em que surgem o hermetismo, e a ciência que mistura misticismo, o Pentagrama agora gera uma nova representação: O Microcosmo. O símbolo do homem em um círculo, com braços e pernas abertos, representando O Homem individual.

Há também a representação do Macrocosmo, em que se ganha a mesma figura, porém há os cinco planetas, um em cada membro, e a Lua em sua genitália. Após isso, o pentagrama ganha um novo conceito: Os cinco elementos. Agora ele também representa Água, Fogo, Terra, Ar e Espírito (Espírito como a quinta essência, implantada pelos alquimistas e gnósticos).

Na Maçonaria, o pentagrama era visto como o Laço Infinito (por ser traçado com uma mesma linha), representando a virtude e o dever, e era endereçado ao trono do Mestre da Loja, já que também tinha a ligação ao homem macrocósmico.

Eliphas Levi usou o Pentagrama para fazer uma ilustração do Bem e do Mal, colocando o Pentagrama Macrocósmico ao lado do Pentagrama Invertido.

Em 1940, Gerard Gardner implantou o Pentagrama na religião Wicca, colocando-o para representar os três aspectos da Deusa (Lua, Mãe e Tripla ou Donzela, Mãe e Anciã) e os dois aspectos do Deus (O Cornífero e o Da Colheita, ou Rei do Carvalho e do Azevinho), devolvendo ao símbolo a força como talismã. Tal adoção do símbolo gerou uma reação à Igreja que chegou ao auge quando Anton LaVey adota o Pentagrama Invertido para representar sua Igreja de Satanás. A Igreja Católica, então, começa a considerar o Pentagrama (invertido ou não) como símbolo do diabo. Assim, os wiccanos, para se protegerem dos extremistas religiosos, se opuseram ao uso do pentagrama.

Hoje sabemos muitas representações que o Pentagrama pode ter, e também sabemos que ele é adorado por muitos, utilizado por muitos, e sagrado para muitos. Sua simbologia pode ir muito além.

Sabemos hoje que ele retoma sua simbologia de proteção e equilíbrio para muitos, e para outros ele ressurge como microcosmo e macrocosmo. Independente de suas representações, o Pentagrama adquiriu muitas, pode ser usado em várias simbologias, e isso é um fato.

Artigo escrito por Felipe Ferreira

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