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Sob o Luar

XIV - A Temperança

Nome do Arcano: A Temperança
Número: XIV
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta da Temperança é representada por um anjo com asas. O anjo usa um robe de azul claro com um triangulo dentro de um quadrado na frente. O anjo balança os dois pés, um em rochas e um dentro de água. Está a deitar água entre dois cálices nas suas mãos. No fundo há um caminho que vai ter a uma montanha onde se vê uma coroa dourada, por cima da montanha.*
Símbologia: No Arcano da Temperança o anjo é tanto feminino como masculino. Na sua roupa vemos um triângulo (a humanidade) dentro de um quadrado (a lei natural). Este símbolo representa que o Homem está sujeito à Terra e às suas leis, na qual ele vive. O anjo está a balançar-se entre a água e a rocha, colocando um pé em cada uma, representando o equílibrio entre manter-nos centrados na Terra mas, ao mesmo tempo, deixarmo-nos fluir como a água de um rio. Os seus dois cálices, por onde a água está a passar de um para o outro, mostram-nos a simbologia do movimento constante e a alquimia da vida. No fundo, o caminho rumo à montanha onde está a coroa de Sol, representa o caminho que traçamos e fazemos na nova vida, rumo ao nosso Eu mais elevado, mantendo-nos orientados para os nossos objectivos de vida.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta da Temperança traz consigo o equílibrio, convidando-nos a abrandar o nosso ritmo e estabilizar a nossa energia, permitindo-nos sintonizar com os ritmos da Natureza e do Universo. Esta carta lembra-nos que está no momento de voltar a meter ordem na nossa vida e no nosso caminho, de respirar fundo e preparar-nos para voltar a andar no caminho que é o certo, rumo ao nosso ideal. É também uma mensagem para nos mantermos calmos em momentos em que a vida possa ser mais complicada ou atribulada e para nos mantermos imparciais em discussões. Este não é o momento para nos envolvermos em conflitos mas sim a ocasião para tomar um "caminho do meio" e manter a imparcialidade, entendendo e aceitando todos os outros caminhos e opções. A nível dos nossos objectivos e projectos, esta carta pede-nos para ter uma imagem clara do que queremos atingir na nossa cabeça e começar a traçar o caminho rumo a esse Eu ideal. Este é um momento de aprendizagem e reflexão, o qual devemos aproveitar para nos focar e iniciar o trilho rumo aos nossos objectivos. 

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta da Temperança é um convite para voltarmos a estabelecer equílibrio na nossa vida. Podemos ter passado por um momento complicado em que houve um desequílibrio (alimentar, emocional, profissional, etc) porém este é o momento para começarmos a inverter a situação e voltar a estabelecer um ponto de balanço onde possamos atingir o nosso equílibrio. Este é um esforço activo que deve ser feito, pois se permanecermos demasiado tempo neste estado desequilibrado, as consequências para o nosso ser poderão ser demasiado fortes. Esta carta alerta também para o facto de que algo não está certo na nossa vida e é preciso fazer uma reflexão profunda, para encontrar este ponto errado e corrigi-lo, para re-estabelecer a ordem natural das coisas no nosso caminho e na nossa vida. É um momento de cura profunda a nível interno, de forma a que possamos libertar-nos de tudo o que não nos serve e tudo o que é tóxico, para voltarmos ao caminho rumo ao nosso Eu ideal. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Miroslava)
Hoje vamos começar uma série que irá estender por todo o ano 2020 e vamos abordar a Bruxaria de Cozinha durante os Festivais da Roda do Ano (seguindo a Roda do Ano do Hemisfério Norte). E qual melhor festival para começar, do que Yule? O Yule será celebrado agora em Dezembro no Hemisfério Norte e acho que é a altura ideal para dar início a esta nova jornada na Bruxaria da Cozinha aqui no nosso blogue.

Se querem saber um pouco mais sobre Yule, temos um artigo dedicado a este festival aqui com todas as informações relevantes sobre o mesmo.

Festival: Yule ou Solstício de Inverno
Datas: 21/22/23 de Dezembro (HN) ou 21/22/23 de Junho (HS)

O Solstício de Inverno é uma celebração que assinala o momento em que o Sol se aproxima mais do horizonte, tocando no "ponto" mais baixo e preparando-se para voltar a subir no céu. É a noite mais longa do ano e marca o pico do Inverno, com o começo da subida do Sol a assinalar o regresso da luz e o caminho para a Primavera. Sendo um momento escuro, dado que é a noite mais longa do ano, é um momento em que, em tempos antigos, os nossos antepassados se reuniam em casa, em torno da fogueira, e era um momento muito voltado para a família e para o convívio. Ainda nos dias de hoje isso se verifica, com celebrações de outras fés religiosas cujas datas coincidem com o Solstício de Inverno (ex. O Natal). 

Assim sendo, esta é uma época em que a comida tem um papel muito importante não só como sustento durante o Inverno duro e frio mas também como forma de união e comunhão entre as pessoas da família. Muitas famílias têm as suas receitas tradicionais para esta época do ano e recomendo vivamente que, se tiverem essa possibilidade, investiguem quais as receitas que existem na vossa família, onde originaram, questionem os vossos familiares sobre as suas origens ou o que eles costumavam comer quando eram mais novos nesta altura. Isto irá permitir ter uma melhor noção de como esta altura do ano era celebrada (mesmo que os vossos familiares não sejam pagãos) e ter uma maior conexão com a vossa história pessoal e familiar. Este conhecimento pode depois ser adaptado na vossa prática pessoal e continuado como uma tradição dentro do Paganismo. 

Alguns dos alimentos de destaque desta época são, por exemplo, frutos secos ou preservados (dado a escassez de alimentos frescos durante o inverno), maçãs, mel, sementes e grãos, carnes, vinhos, bolachas e comida confeccionada, gengibre, entre outros. Podem ser utilizados na confecção de bolos como bolos ou biscoitos de gengibre, chás, biscoitos de frutos secos ou de maçã, o famoso Bolo-Rei onde há um aproveitar das frutas cristalizadas, etc. A imaginação é o limite! Um dos alimentos recentes que tomou também um papel de destaque nas mesas desta época do ano é o nosso querido chocolate! Este pode ser utilizado numa variedade enorme de sobremesas e doces para rechear a nossa mesa e satisfazer os mais novos. 

Esta é uma excelente altura para fazer bolos ou pães que requeiram o forno, não só porque o forno pode ser uma forma de aquecimento de uma divisão mas também porque é uma forma de simbolizar o processo de recolher para o interior e crescer até estarmos prontos para sair, como é o caso dos bébés antes de nascer ou dos animais durante a hibernação, é a analogia perfeita para esta época do ano. 

Um dos principais alimentos que podem ser cozinhados nesta altura, e aproveitados para diversos usos (decorações de natal, alimentação para animais, etc) é nada mais, nada menos, do que biscoitos (ou bolachas, como preferirem chamar!). Estes podem ser feitos com recheio de frutas e produtos da época, podem ser criados em diversos formatos para representar esta altura do ano e a simbologia do Solstício, permitindo ensinar aos mais novos ou, até, introduzir de forma discreta as nossas crenças numa mesa de refeição onde, de outra forma, poderiam não ser tão bem aceites. Afinal, ninguém diz que não a um biscoito, não é? 

Outra coisa excelente para fazer nesta altura do ano é aproveitar as sementes e frutos secos para criar pequenos snacks para os animais de rua, principalmente os passarinhos. Podem untar maçãs com manteiga de amendoim ou de amêndoa e juntar sementes e colocar na parte de fora das casas ou nos jardins para alimentar os pequenos animais que vivem na vossa zona, para que os mesmos também possam ter abundância nesta altura do ano. Partilhar a abundância e recordar que vivemos numa comunidade e em conjunto com todas as pessoas e seres que nos rodeiam é um dos pontos fulcrais nesta celebração de Solstício. 

Por fim, as bebidas quentes como o chocolate quente, os chás (maçã e canela, gengibre, etc.) e os vinhos quentes são também excelentes escolhas para acompanharem as refeições desta altura tão especial! 

E vocês? O que gostam de incluir na mesa durante esta altura do ano? 

Referências: 
"Wicca in the Kitchen" de Scott Cunningham 
"Kitchen Witchcraft (Pagan Portals)" de Rachel Patterson
Pixabay (Alex-V)
Hoje vamos começar com um novo método divinatório e vamos falar das Runas. As Runas são um método bastante antigo e complexo, sendo que esta série de artigos não é, de todo, completa ao ponto de ser suficiente para efectuar trabalhos mágicos e divinação com as Runas. Aconselho vivamente a lerem mais recursos e informações aprofundadas sobre as Runas sendo que até há vários pagãos e professores que têm cursos sobre este alfabeto e como utilizá-lo de forma mágica. Estes artigos que vamos publicar acerca das Runas servem apenas como uma introdução base ao assunto. 

Agora que já falamos dos avisos importantes e dos pontos de introdução, vamos falar sobre o que são Runas. As Runas são originadas no período Pré-Viking e Viking e da Mitologia Nórdica sendo que são um alfabeto (na época Pré-Viking existia Elder Futhark e no período Viking existia o Younger Futhark) que pode ser utilizado de variadas formas, como divinação, magia, amuletos, alfabeto, ferramentas de auto-conhecimento, meditação, etc. Nesta série planeio abordar as Runas apenas como método divinatório. 

Cada runa simboliza uma letra e, ao mesmo tempo, um significado profundo que deve ser analisado nas leituras divinatórias. Cada runa tem também outros significados associados e cujos usos podem ser aplicados noutros métodos mágicos (como inscrições mágicas, amuletos, tatuagens, meditação, alfabetos de escrita no livro das sombras, etc). A nível divinatório, as Runas não são, tal como o Tarot, métodos infalíveis ou de previsão exacta do futuro. Tal como as cartas de um baralho, as Runas devem ser interpretadas face à situação em que nos encontramos (ou em que o visado da leitura se encontra), face às runas que se encontram por perto, às formas de lançamento que se está a usar, entre outros. Deve ser estabelecida uma relação entre o conjunto das runas e o praticante, de forma a que a comunicação seja fluída e de entendimento mútuo. Vejam as runas como sendo objectos vivos e como conselheiras com as quais deve ser estabelecida uma comunicação.

Noutros artigos deste série iremos falar sobre métodos de lançamento e sobre a história das runas mas, para já, vamos ver os seus significados? 

Os Significados das Runas



Nome: Fehu
Simbolismo: Gado/Rebanho
Significado: Esta é uma runa associada às finanças e à prosperidade monetária. Está associada ao poder da riqueza e bens materiais, nomeadamente obtida através de esforço ou trabalho.



Nome: Uruz
Simbolismo: Auroque/Força Bruta
Significado: Á semelhança da Fehu, esta runa está associada ao poder mas o poder que não conseguimos controlar. Pode representar sucesso em projectos pessoais ou que estamos a atingir os nossos objectivos. Representa também um amor mais familiar e patriarcal, representando a energia masculina.



Nome: Thurisaz
Simbolismo: Espinho
Significado: É uma runa de protecção e representa a nossa capacidade de nos mantermos firmes quando perante dificuldades. Alerta-nos para a possibilidade de mudanças e a necessidade de ser forte perante estas alterações. É também uma runa que nos permite ver a verdade e abrir portas para a mudança.



Nome: Ansuz
Simbolismo: Boca ou Sopro Divina
Significado: Esta runa representa a estabilidade e equilíbrio, está associada à criatividade e ao "sopro divino" da criação (artística, projectos, etc). É também um alerta para ouvir a nossa voz interior e a nossa intuição.



Nome: Raidho
Simbolismo: Roda
Significado: Esta é uma runa que nos recorda que existe um momento certo para tudo e que devemos ter atenção ao momento em que estamos e se o mesmo é apropriado para a acção que pretendemos tomar. Adicionalmente esta runa pode assinalar o começo de uma viagem ou de um novo projecto, que irá mudar a forma como vivemos a nossa vida.



Nome: Kenaz
Simbolismo: Tocha
Significado: A runa do conhecimento e da aprendizagem, ajuda-nos a ver as situações com maior claridade e o caminho de forma mais concreta (tal como uma tocha que ilumina o caminho). Ajuda-nos a obter conhecimento necessário para tomar a acção ou decisão pretendida.



Nome: Gebo
Simbolismo: Presente/Prenda
Significado: Esta runa representa as relações pessoais, quer sejam familiares, amizade, amor, etc. e representa a harmonia e união entre as pessoas.



Nome: Wunjo
Simbolismo: Alegria/Felicidade
Significado: Esta runa representa paz, felicidade, serenidade e o equilíbrio entre todas as coisas, criando harmonia. Recorda-nos também para dar valor a nós mesmos. Pode também significar a chegada de boas notícias.



Nome: Hagalaz
Simbolismo: Granizo
Significado: Esta runa representa as coisas que são mais fortes do que nós e que nos podem impedir no nosso caminho ou no nosso progresso, tal como o granizo. Porém não são dificuldades permanentes mas sim temporárias, para as quais temos ferramentas para aguentar e aprender com as mesmas. 



Nome: Naudhiz
Simbolismo: Necessidade
Significado: Esta runa alerta-nos para as restrições que podem estar a ocorrer na nossa vida e que nos estão a impedir de seguir em frente e de ultrapassar os obstáculos. É necessário reflectir sobre estas restrições e como as mesmas podem ter benefícios e como adaptar as mesmas no nosso caminho, de forma a ultrapassá-las. 



Nome: Isa
Simbolismo: Gelo
Significado: Esta runa representa uma paragem na nossa jornada e a necessidade de aguardar até que haja uma mudança que nos permita seguir em frente novamente, tal como a floresta gelada que aguarda pelo Sol de Primavera. É uma boa altura para introspecção e rever o nosso caminho e a forma de trabalho. 



Nome: Jera
Simbolismo: Ano/Estação
Significado: Esta é uma runa que representa o ciclo da vida e da natureza, como as mudanças das estações. Alerta-nos para a necessidade de entendermos a vida como um ciclo com ciclos dentro de si. Pode também representar a chegada de frutos de projectos/trabalhos feitos anteriormente e que estão na altura de chegar.



Nome: Eihwaz
Simbolismo: Teixo
Significado: Esta é uma runa de protecção e representa também a estabilidade, paciência e perseverança. Alerta-nos para a necessidade de decidir qual o caminho que desejamos tomar para conseguir atingir os nossos objectivos na nossa vida. Pode também simbolizar o fim de uma situação específica que nos vai permitir encontrar ou começar o início de uma nova situação, mais vantajosa para nós. 



Nome: Perdhro
Simbolismo: Iniciação/Conhecimento Escondido
Significado: Esta runa recorda-nos da incerteza da vida e de que nem todo o conhecimento deve ser obtido de uma vez e que por vezes é preciso ser paciente, até ser a hora certa. Tal como uma iniciação, tudo na vida tem o seu momento e esta é a runa que nos recorda que é preciso ter paciência e calma, na busca do conhecimento. 



Nome: Algiz/Elhaz
Simbolismo: Cervo
Significado: Esta é a runa da protecção e defesa, sendo que representa a necessidade de garantir que estamos protegidos e que as nossas protecções (mágicas ou não-mágicas) estão no seu devido lugar. Pode também representar a necessidade de manter contacto com os nossos espíritos guias ou ancestrais e aprender com os mesmos. 



Nome: Sowilo
Simbolismo: Sol
Significado: Esta runa representa a luz solar e o sucesso. Tal como o Sol nos ilumina o caminho, também esta runa lança luz nas nossas acções e como podemos agir para completar o ciclo em que nos encontramos. É uma runa positiva e que nos recorda que há sempre luz após a escuridão. 



Nome: Teiwaz
Simbolismo: Criação
Significado: Esta é a runa do sucesso, principalmente em assuntos legais. Significa o sucesso em algum aspecto da vida, sem necessidade de sacrifício. Também representa a motivação e a busca espiritual interior.  



Nome: Berkana
Simbolismo: Bétula
Significado: Esta runa significa o nascimento de algo, seja de pessoa ou de projectos. Pode também representar a necessidade de estar atentos ao nosso redor e ao que fazemos, de forma a que as nossas acções estejam alinhadas com os nossos princípios. 



Nome: Ehwaz
Simbolismo: Cavalo
Significado: Esta runa lembra-nos do equilíbrio do Universo e que tudo tem um ritmo e um fluxo, como o rio que corre pela montanha. Temos de ter atenção ao ritmo e fluxo do nosso caminho e quais as curvas ou mudanças que possam ser necessárias fazer. Alerta-nos também para a necessidade de estarmos atentos às nossas acções e ao que nos rodeia. 



Nome: Mannaz
Simbolismo: Humanidade
Significado: Esta é a runa que representa o potencial humano e nos recorda que temos dentro de nós tudo o que é necessário para atingir e ter o que queremos. Também nos lembra que todos fazemos parte do colectivo mundial e que todas as nossas atitudes têm impacto nos outros e em nós próprios. Devemos reflecti sempre nas nossas acções para entender as suas consequências e utilizar este conhecimento para agir de acordo com a nossa ética pessoal. 



Nome: Laguz
Simbolismo: Água
Significado: Esta runa, tal como o simbolismo da Água, fala-nos da necessidade de ouvir o nosso ritmo interior e de entender e escutar as nossas emoções. À semelhança de runas anteriores, recorda-nos também para a existência de um ritmo e um fluir interior e nas nossas vidas, o qual devemos entender e sentir, de forma a sincronizar com o mesmo para que possamos aproveitar o potencial deste fluxo ao máximo. 



Nome: Inguz
Simbolismo: Fertilidade
Significado: Esta é a runa dos começos, seja começos a nível familiar com o nascimento de novos membros de família ou a nível de projectos e coisas que estejam a decorrer na nossa vida. Alerta-nos para a chegada de mudanças positivas e férteis que irão melhorar o nosso caminho. Está também associada à maternidade e à gravidez. 



Nome: Othala
Simbolismo: Ancestralidade
Significado: Esta runa representa a riqueza da família e das coisas que não se podem vender e também a importância dos nossos ancestrais e da nossa família, seja ela de sangue ou não. Simboliza também a liberdade e independência, através da libertação de coisas e ligações que nos mantém presos a algo de que já não precisamos. 



Nome: Dagaz
Simbolismo: Dia
Significado: A runa do equilíbrio entre o dia e a noite, como o que vemos ao nascer do Sol. Recorda-nos que tudo tem dois lados e que temos de os entender, inclusive dentro de nós próprios. Representa também o nascer de novas ideias e de novas perspectivas que ajudarão a trilhar novas aventuras. 

Em algumas leituras e alguns sets de runas é também utilizada uma "Runa Branca" ou "Runa de Odin" que é suposto representar a possibilidade de tudo e uma ausência de resposta. Esta runa não é original e foi adicionada em meados do final do século XX. Assim sendo, não desenvolvo a mesma neste artigo e fica à descrição do praticante se a deseja ou não incluir na sua prática. 

E vocês? Que têm a dizer sobre as runas?

Hoje vamos continuar com uma nova série de artigos que se irão espalhar ao longo dos próximos tempos em que vamos abordar várias divindades, de vários panteões. Vamos falar sobre os seus mitos, as suas associações e um pouco da sua história. Estes artigos não têm como objectivo substituir a investigação sobre as divindades mas sim despoletar interesse e, também, fornecer alguns pontos de partida para iniciar contacto com as Deusas e Deuses de que falaremos. 

As informações contidas nestes artigos não são suficientes para sustentar uma prática de culto a uma divindade e investigação adicional é sempre necessária. No fundo de cada artigo deixamos uma lista de sites e livros recomendados sobre cada divindade, de forma a que possam explorar mais sobre cada Deusa e Deus que falamos aqui. Ao longo do artigo vamos deixando também links para informações adicionais e explorações aprofundadas de certos tópicos. 

E, tal como deve ser, a Deusa que irá ser a segunda desta série de artigos será uma das Deusas à qual me dedico e me consagrei, a Senhora Persephone. 


***

Nome: Persephone. Περσεφονη em grego. Enquanto Deusa da Primavera, junto de sua mãe Démeter, era denominada de Kore (Donzela) mas após a sua união com Hades, no Submundo, assumiu o nome de Persephone. A origem do nome é desconhecida, porém, é habitualmente associada ao significado de "Destruição". 

Panteão: Grego


História e Mitologia: A Deusa Persephone (ou Kore, como era conhecida antes do seu matrimónio com Hades) é filha de dois Deuses Olímpicos, a Deusa Démeter e o Deus Zeus. Era denominada de Kore dado a sua ligação à Natureza e à beleza e riqueza dos campos floridos. Filha de Demeter, Deusa das Colheitas e da Agricultura, a mesma passava os seus dias em campos floridos a brincar e passear com ninfas e outras Deusas virgens até que, um dia, foi raptada pelo Deus Hades e levada para o Submundo, com autorização do seu pai Zeus mas com total desconhecimento da sua mãe Demeter. A sua mãe, Deusa das Colheitas, aflita com o desaparecimento da filha decidi começar a percorrer o Mundo em sua procura, pedindo ajuda à Deusa Hekate que com as suas tochas, iluminou o caminho de Démeter. Quando soube, graças à ajuda de Hekate e Helios, que a sua filha tinha sido raptada pelo Senhor do Submundo, foi até Zeus e exigiu a filha de volta, ameaçando deixar o Mundo num eterno inverno e sem permitir que os frutos e as plantas florescessem. Confrontado com esta situação, Zeus viu-se obrigado a enviar Hermes até ao Submundo e pedir para Hades devolver a sua amada de volta a Demeter. Porém Persephone já tinha comido sementes de romã no Submundo (é ambíguo se as mesmas foram comidas de livre vontade ou oferecidas por Hades) e, como tal, estava eternamente ligada ao mundo dos Mortos. Ao chegar ao Olimpo e quando os Deuses constaram a sua ligação eterna a Hades, ficou decidido por Zeus que a Deusa Persephone teria de passar uma parte do ano com a sua mãe Demeter e outra parte do ano com o seu esposo, no Submundo. Este mito veio dar origem à explicação da passagem das estações, com o Inverno sendo quando a filha de Demeter está junto ao seu esposo e a Primavera quando a mesma está perto de sua mãe. Noutros mitos, Persephone surge também junto a Hades, já no Submundo, como sendo a Rainha e Senhora da Terra dos Mortos, sendo que foi a pedido da mesma que os Campos Elísios foram criados, para receber os heróis gregos no pós-vida. 

Celebrações: Uma das principais celebrações em honra a Persephone são os Mistérios de Elêusis, celebrados em dois momentos distintos (os Mistérios Menores e os Mistérios Maiores). Eram celebrados na zona de Eleusis na Grécia Antiga e são das celebrações mais bem guardadas da História, sendo que até hoje são poucos os registos que temos desta prática. Sabemos que os mesmos eram realizados em torno do Mito do Rapto de Persephone e que tinham como foco a agricultura e os ritmos da Natureza. Adicionalmente temos também a celebração da Thesmophoria que era um festival organizado em honra a Démeter e Persephone onde apenas eram permitidas mulheres adultas e cujas práticas eram igualmente secretas. Estaria associada à colheita e tinha lugar anualmente perto da altura do Outono. Existem mais celebrações locais espalhadas pela Grécia e que até acabaram por se prolongar até ao período Romano e podem ser consultas em documentos históricos, no Theoi, entre outros.

Geneologia: Persephone é filha da Deusa Démeter e do Deus Zeus. É filha única e muito protegida por Deméter. É casada com Hades, Senhor do Submundo, e, em alguns mitos, é considerada mãe de Zagreus (com Zeus ou com Hades). Nos Hinos Órficos é também referida como sendo mãe de Melinoe (com Zeus) e das Erínias (com Hades). 

Epítetos: Chthonia ("Ctónica", "da Terra"), Despoina ("Senhora"), Kore (Donzela), Soteira ("A Salvadora"), Brimo ("Assustadora"/"A Zangada"), Enodia ("Dos Caminhos", "Das Encruzilhadas"), entre outros. 

Símbolos: Romã, Cavernas, Morcegos, Tocha Eleusina, Trigo, Narciso, Menta, Asfódelo, símbolos primaveris e flores, entre outros.  

Leitura Recomendada: 
  • Theoi - Persephone (website)
  • Homeric Hymn to Demeter
  • Callipe Sings of Ceres, Pluto and Proserpine
  • Fontes Adicionais
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XIII - A Morte

Nome do Arcano: A Morte
Número: XIII
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta da Morte é representada por um esqueleto vestido numa armadura preta em cima de um cavalo branco. Na sua mão, carrega uma bandeira preta decorada com uma rosa de cinco pétalas. Uma figura real parece estar morta no chão enquanto uma criança , uma mulher e um elemento da Igreja imploram à Morte para os poupar. No fundo, temos um rio onde está um barco. No horizonte, existem duas torres entre as quais o Sol se está a por. *
Símbologia: No Arcano da Morte temos um esqueleto vestido com uma armadura preta em cima de um cavalo branco. O esqueleto representa a parte do corpo que sobrevive mais após a morte enquanto a armadura significa a invencibilidade e que a Morte virá independentemente do que seja. A armadura é preta pois essa é a cor associada à perda da vida e o cavalo branco representa a pureza e a força. A bandeira que a Morte tem na sua mão tem nela uma rosa de cinco pétalas que presenta a beleza e a imortalidade, enquanto as cinco pétalas remonta para o significado do número cinco: a mudança. Estes dois aspectos juntos recordam-nos que a Morte não é um fim mas sim um renascimento e um momento de mudanças e transformação, pois há beleza na morte (ex: as árvores que perdem as suas folhas no Outono) e esta é uma parte essencial da vida. As pessoas aos pés da Morte a implorar por misericórdia são uma lembrança que a Morte vem a todos, sem querer saber de classe social, idade ou género. No fundo da imagem temos um barco num rio, recordando-nos o barco de Caronte no Submundo Grego que nos leva para o pós-vida. E o pôr-do-sol, no meio das duas torres, serve como lembrança que o Sol também morre e nasce todos os dias.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta da Morte é uma das cartas mais temidas e incompreendidas do Tarot, porém, pode ser uma das cartas mais positivas a surgir numa leitura. Tudo na vida morre e tudo na Natureza morre, tal como a própria Natureza o faz todos os Invernos, para depois renascer na Primavera. A Morte representa o fim de um momento grande da nossa vida do qual já não necessitamos e que já não nos satisfaz e que é necessário sair do nosso caminho, de forma a que possamos abrir caminho para o futuro e para o que está para vir. É necessário estar dispostos a por o passado para trás das costas, para que possamos investir a nossa energia no futuro. A Morte alerta-nos também para a necessidade de um momento de transformação pessoal, da necessidade de fazer mudanças em nós mesmos para que possamos estar mais alinhados com o caminho que planeamos trilhar a partir daquele momento. Tal como a morte é algo inesperado na nossa vida, também esta carta representa mudanças inesperadas. Ninguém está preparado para quando a morte nos atinge e esta carta avisa-nos que podemos ser apanhados num momento de mudança repentina. Também é um sinal para cortar ligações e relações negativas que possam estar a afectar o nosso crescimento pessoal e o nosso caminho. É preciso limpar tudo o que não faz falta, livrar de tudo o que está a impedir o caminho e começar os primeiros passos, como a borboleta após sair do casulo.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta da Morte alerta-nos que estamos num momento de mudança iminente, porém, estamos a tomar acções que estão a impedir esta mudança de se manifestar. Estamos a resistir às mudanças que são necessárias para avançar com a nossa vida e é necessário desbloquear essa parte de nós, para que a transformação possa ocorrer e auxiliar-nos a avançar no nosso caminho, saindo da estagnação que é a nossa vida neste momento. Este arcano invertido faz-nos ver que estamos a passar por momentos de transformação profunda porém estes momentos são privados e podem não ser vistos nem notados pelos outros. Estamos num momento de libertar das coisas que já não nos fazem bem. A carta que acompanhar este Arcano invertido numa leitura poderá ajudar a esclarecer o que é necessário limpar da nossa vida e entender como avançar em frente e superar os obstáculos que nos estão a impedir de seguir o rumo que devemos seguir. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
XII - O Enforcado

Nome do Arcano: O Enforcado
Número: XII
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta do Enforcado é representada por um homem suspenso de uma cruz em T feita de madeira viva. Ele está de cabeça para baixo e com uma expressão facial tranquila e serena. À volta da sua cabeça tem uma auréola. O pé direito encontra-se preso à cruz porém o esquerdo está livre e dobrado por detrás da perna direita. Os seus braços foram um triângulo invertido, colocados atrás das suas costas. A sua roupa é constituída por duas peças: calças vermelhas e uma camisa azul. *
Símbologia: No Enforcado temos um homem suspenso numa cruz de cabeça para baixo, representando uma visão diferente do Mundo. A sua expressão serena sugere-nos que ele se encontra nesta situação por sua livre vontade e a auréola na sua cabeça representa o conhecimento. As suas roupas possuem também um significado: as calças vermelhas representam a paixão e a camisa azul remete-nos para o conhecimento. Esta é a carta da rendição final, do martírio e do sacrifício por um bem maior.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta do Enforcado é um sinal que está na altura de parar e reflectir nas nossas acções. Este Arcano fala-nos que estamos no momento de parar para analisar a nossa forma de encarar o caminho e libertar dos modelos que já não nos são necessários, de forma a que possamos ver a nossa vida e as coisas em nosso redor de outra perspectiva (de cabeça para baixo). Estas pausas podem nem sempre ser voluntárias: Se a nossa intuição estiver apurada, poderemos aperceber-nos da chegada destes momentos que requerem pausa mas, em outras situações, poderemos ser apanhados de surpresa. Nestas situações não devemos forçar o caminho e forçar as coisas a mexerem-se, dado que os resultados poderão ser negativos. É necessário, tal como o Enforcado, aceitar a situação e lidar com a mesma, tentando ver o que nos rodeia com outros olhos e entender qual o novo caminho que devemos tomar. É preciso mudar as rotinas e formas de trabalho, para que possamos embarcar na nova aventura que se avizinha.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta do Enforcado serve como um alerta para a mensagem do Enforcado na sua posição normal. Este Arcano, nesta posição, alerta-nos que poderemos estar a evitar uma pausa necessária, ocupando o nosso tempo com tarefas fúteis de forma a evitar ver as coisas por um prisma maior. Esta carta ensina-nos a aceitar os momentos de pausa da vida e de reflexão, alertando para o facto de que não podemos insistir com a vida e devemos aceitar a necessidade de fluir como a água que desce pelo rio rumo ao mar. Caso esta carta saia numa leitura em que a vida já se encontra em pausa, pode também ser um sinal de que está na altura de voltar a entrar em movimento e iniciar a nova jornada, já com uma nova energia e perspectiva. Não empatar o arranque de um projecto ou de uma decisão mas sim arriscar e dar o primeiro passo rumo ao nosso futuro. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 

Hoje vamos começar com uma nova série de artigos que se irão espalhar ao longo dos próximos tempos em que vamos abordar várias divindades, de vários panteões. Vamos falar sobre os seus mitos, as suas associações e um pouco da sua história. Estes artigos não têm como objectivo substituir a investigação sobre as divindades mas sim despoletar interesse e, também, fornecer alguns pontos de partida para iniciar contacto com as Deusas e Deuses de que falaremos. 

As informações contidas nestes artigos não são suficientes para sustentar uma prática de culto a uma divindade e investigação adicional é sempre necessária. No fundo de cada artigo deixamos uma lista de sites e livros recomendados sobre cada divindade, de forma a que possam explorar mais sobre cada Deusa e Deus que falamos aqui. Ao longo do artigo vamos deixando também links para informações adicionais e explorações aprofundadas de certos tópicos. 

E, como é claro, a Deusa que irá dar abertura a este série de artigos será a Deusa à qual me dedico e honro à tantos anos, a Senhora Hekate. 

***

Nome: Hekate ou Hecate. Ἑκάτη em grego. Existem diversos significados atribuídos ao seu nome (não temos certeza de nenhum deles) sendo que alguns são "aquela que trabalha de longe/distante" ou "aquela que trabalha de sua vontade". 

Panteão: Grego, porém a sua origem antecede o surgimento do panteão grego como o conhecemos. A sua origem é, frequentemente, atribuída à Anatólia, onde ainda hoje existe um templo a sua honra, perto da actual cidade de Lagina na Turquia. 

História e Mitologia:
A origem do culto a Hekate é um tema bastante debatido, sendo que não temos forma concreta de traçar a sua origem a uma cultura específica. Frequentemente a sua origem é atribuída à Anatólia, sendo que, mais tarde, temos os registos da sua presença no panteão grego, começando com a Teogonia de Hesíodo, onde Hekate nos é apresentada como uma Titã, filha de Asteria e de Perses, respeitada por Zeus e por todos os Deuses Olímpicos. Hekate tem, segundo Hesíodo, domínio sobre os três reinos (Céu, Terra e Oceano), um papel de destaque para uma Deusa Titã.

"(...) Asterie conceived and bore Hekate, whom above all
Zeus Kronides honored. He granted her glorious gifts and
to have a portion of the Gaia and unplowed sea.
She has a portion also of the starry Ouranos as her province.
She is especially honored among the immortals gods (...)"
- Theogony, Hesiod (link abaixo)

Para saber detalhadamente mais aprofundamente sobre a história de Hekate eu recomendo vivamente o livro "Circle for Hekate: Volume I – History and Mythology" de Sorita d’Este (link abaixo) em que a autora nos fala sobre a história e a mitologia desta Deusa, de forma muito detalhada, clara e com todas as origens e fontes. É um trabalho fantástico e que brevemente irei analisar aqui no blogue. 

Hekate é uma Deusa com variadíssimas características e responsabilidades que lhe são atribuídas: É uma Deusa associada à Magia, à Bruxaria, à Noite, à Lua, a Fantasmas, à Necromancia, aos Caminhos, ao Oceano, às Tochas, às Encruzilhadas, aos Portões, ao Hades (submundo grego) e, claro, a um dos mais famosos mitos da Antiguidade Grega: A Descida de Perséphone ao Submundo. 

O mito de Persephone, contado no Hino Homérico a Deméter, é o mito grego que explica a passagem das estações do ano, atribuíndo-as à descida de Persephone ao Submundo, após ser levada pelo Deus Hades e tornada Rainha do Submundo. Neste mito, Hekate com as suas tochas ajuda Deméter em busca de Persephone e, após a decisão de Zeus que define o tempo que Persephone deverá passar com a sua mãe Deméter e com o seu esposo Hades, Hekate torna-se companheira de Persephone, acompanhando-a na sua viagem sazonal. Hekate desempenha também, claro, um papel relevante nos Mistérios de Elêusis, que estão intimamente ligados a este mito. 

Hekate é, ao contrário da ideia popular, uma Deusa tradicionalmente representada como sendo Deusa Virgem (à semelhança de Artémis). Recomendo ler, em inglês, um pequeno texto sobre o assunto entitulado: "Hekate’s Profanation: Maiden, Mother or Crone Goddess" do site do Covenant of Hekate. Sendo que, frequentemente, ela é identificada e até "misturada" com outras divindades como Selene e Artémis, recordando-nos da sua ligação lunar. 

A Deusa Hekate é uma divindade complexa e, como tal, recomendo vivamente um aprofundamento do estudo acerca Dela, se assim desejarem (recursos no fundo do artigo). 

Celebrações: Uma das práticas antigas de celebração a Hekate era o Deipnon, realizado no primeiro dia do ciclo lunar (Lua Nova), em que era realizada uma limpeza nas casas gregas e uma oferenda a Deusa Hekate, colocada numa encruzilhada. Recomendo vivamente o artigo "Observing Hekates Deipnon" para aprofundar o conhecimento sobre esta celebração. A nível de práticas modernas temos três celebrações a assinalar: Os Ritos dos Fogos Sagrados de Hekate (Na Lua Cheia de Maio, organizado pelo Covenant of Hekate), o Dia de Hekate (celebrado a 13 de Agosto), Noite de Hekate (celebrada a 16 de Novembro). Podem clicar nas respectivas celebrações para informações mais detalhadas sobre as mesmas. Adicionalmente recomendo o artigo "30 Days of Hekate: 11 – Festivals and Sacred Days" para conhecer um pouco mais sobre celebrações relacionadas com Hekate. 

Geneologia: Existem várias genealogias atribuídas a Hekate sendo que a mais comum é a que os seus pais são os titãs Perses e Asteria. Quanto a filhos, Hekate é habitualmente referida como uma Deusa Virgem (à semelhança de Artémis) e não teve filhos. Porém existem referências de Circe e Medeia serem suas filhas, em alguns mitos.

Epítetos: Brimo ("Assustadora"/"A Zangada"), Chthonia ("Ctónica", "da Terra") Despoina ("Senhora"), Einalian ("Do Mar"), Enodia ("Dos Caminhos", "Das Encruzilhadas"),  Kleidouchos ("Portadora das Chaves"), Nychia/Nykhia ("Nocturna", "Senhora da Noite"), Ourania ("Dos Céus", "Celestial"), Phosphoros ("A Portadora da Luz"), Potnia Theron ("Senhora dos Animais", "Senhora dos Animais Selvagens"), Soteira ("A Salvadora"), Trioditis ("A dos Três Caminhos"), entre outros. 

Símbolos: Encruzilhadas, Tochas, Chaves, Portões/Portas, Lua, Cães, Leões, Bois, Cavalos, Lua, Acónito, Mandrágora, Bronze, entre outros.  

Leitura Recomendada: 
  • Theoi - Hekate (website)
  • Covenant of Hekate (website)
  • "Teogonia" de Hesiodo (Amazon)
  • "Hekate Liminal Rites" de Sorita D’Este e David Rankine  (Wook | Amazon)
  • "Circle for Hekate: Volume I – History and Mythology" de Sorita ’Este (Amazon)
  • "Hekate Soteira" de Sarah Iles Johnston  (Wook | Amazon)
  • Antologia "Hekate: Her Sacred Fires" Vários autores e editado por Sorita d’Este  (Wook | Amazon)
  • "Keeping Her Keys: An Introduction to Hekate's Modern Witchcraft" de Cyndi Brannen  (Wook | Amazon)
* Os links fornecidos pertencem a 'Affiliates Programs' e geram uma pequena taxa de lucro ao Sob o Luar. Não existe qualquer despesa adicional para o comprador.
XI - A Justiça

Nome do Arcano: A Justiça
Número: XI
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta da Justiça é representada por uma pessoa sentada com um veu púrpura atrás da sua cadeira, estando colocada entre dois pilares. Na sua mão direita tem uma espada que aponta para cima e, na mão esquerda, tem uma balança. Esta pessoa tem uma coroa na cabeça e, do seu vestido vermelho, vemos um pouco de um sapato branco. *
Símbologia: Na Justiça temos uma pessoa sentada entre dois pilares, à semelhança da Alta Sacerdotisa e do Hierofante, simbolizando o equilíbrio e a estrutura. O véu roxo que está pendurado atrás de si representa a compaixão. Na sua mão direita tem uma espada que representa o lado lógico e ordenado do pensamento necessário para a justiça, com a sua lâmina dupla que nos recorda que todas as acções têm consequências e, a sua posição, leva-nos a entender que a decisão da Justiça é final. Já a balança na mão esquerda está como representação de que a intuição deve ajudar-nos a equilibrar a lógica e o que temos ao nosso dispor, recordando-nos da necessidade da imparcialidade. A nível da sua roupa, a coroa da Justiça representa os seus pensamentos organizados sendo que o pequeno sapato que sai do seu vestido branco é um símbolo de que não devemos esquecer do impacto espiritual que as nossas escolhas têm e que as suas consequências nos dão.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta da Justiça representa a equidade, a justiça, a verdade e a lei. Existe uma chamada de responsabilidade e de prestar contas pelas nossas acções e ver se as mesmas estão alinhadas com os nossos objetivos e com aquilo pelo que lutamos e, caso não estejam, teremos de lidar com as consequências das nossas acções. Se procuramos justiça (por exemplo a nível legal, com alguma situação em tribunal), esta carta pode representar que esse processo está a chegar ao fim e será tomada uma decisão e que, à semelhança da simbologia da espadada  Justiça, a mesma será final e deveremos saber lidar com isso. A nível de reflexão a Justiça recorda-nos da necessidade de avaliar a nossa vida e o nosso caminho, podendo surgir em leituras em que é necessário tomar decisões. Esta carta lembra-nos que às vezes temos de parar e refletir, de nos desconectar do momento e conseguir ver a situação de forma imparcial, de forma a tomar a decisão necessária, tendo conhecimento das consequências das nossas acções. A Justiça é, no seu núcleo, uma procura pela verdade e pelo caminho certo, ajudando-nos a refletir nas decisões da nossa vida e a escolher qual o caminho a seguir e a decisão a tomar.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta da da Justiça alerta-nos para as más decisões que possamos ter tomado e que algumas das nossas acções podem estar a ir contra o que conseguimos ser "certo" para nós próprios. Esta carta aconselha-nos a rever as nossas decisões e formas de encarar o Mundo e recorda-nos que temos de lidar as consequências do que fazemos. Porém a Justiça recorda-nos também que não devemos ser demasiado duros connosco mesmos e que devemos ter imparcialidade quando analisamos as nossas acções e decisões e nunca esquecer que a compaixão é uma característica inseparável da justiça. Pode também, em certas alturas, representar dificuldades em processos legais sendo que nos alerta para a necessidade de reforçar o nosso caso e de estar preparados para eventualidades que possam afectar negativamente o nosso processo. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Dani Costelo)
Hoje regressamos à nossa série de Cristais para falar, levemente, sobre as formas como os cristais podem ser utilizados. Não irei aprofundar muito cada um dos métodos, por isso, aconselho vivamente a investigação mais aprofundada e detalhada dos métodos que lhes interessarem! 

  • Elixires
Este é um tema que planeio abordar mais detalhadamente aqui no Sob o Luar mas os cristais podem ser utilizados para a criação de elixires de cristais, colocando-os em água, chás, etc para energizar as bebidas. Este é uma prática que deve ser feita com extremo cuidado dado que muitos cristais têm uma má reacção à água e podem ser venenosos ou causar problemas de saúde, por isso, é necessário investigação e cuidado com esta forma de utilização. Brevemente iremos desenvolver mais esta temática! 

  • Tratamento de Plantas/Animais/Pessoas - Cristaloterapia
A utilização de cristais para cura é algo bastante conhecido e difundido. Os cristais têm diversos usos e associações medicinais e podem ser utilizados em apoio em problemas de saúde em animais ou pessoas e até em plantas. Cristais podem ser enterrados na terra de canteiros ou até mesmo ao ar livre para energizar a planta e ajudar a mesma a crescer saudável e forte. Podem ser utilizados cristais em cristaloterapia (mais info podem verificar junto da Associação Portuguesa de Cristaloterapia, por exemplo) e de diversas formas para ajudar em doenças ou problemas de saúde, seja através de sessões de cura ou de utilização de cristais em zonas do corpo, etc. O melhor para este tipo de tratamento será verificar junto de profissionais com curso de forma a aproveitar o mais possível do potencial deste método de cura. 

  • Limpeza e Energização de Locais
Os cristais podem ser utilizados para limpeza e energização de locais de variadas formas. Podem ser colocados junto à entrada de casas ou janelas para absorver as energias negativas que possam ser direcionadas aquele local. Podem também servir como forma de energizar um determinado local, servindo como condutor de energia em rituais. Alguns dos cristais bons para este tipo de trabalhos são a selenite, por exemplo, que podem ser adquiridas em formato de varinhas (condutores de energia) ou até pirâmides (como difusores de energia), etc. 

  • Amuletos
Os cristais podem ser utilizados como amuletos ou fazerem parte de amuletos para serem utilizados no dia-a-dia. Usar, por exemplo, uma turmalina negra no quotidiano ajuda a afastar as energias negativas. Existem vários usos para os diversos cristais e diversas situações em que estes cristais podem ajudar-nos no nosso quotidiano. Há cristais que podem ser utilizados para ajudar a dar mais energia, trazer harmonia interior e ajudar com a auto-estima, proteger e limpar de energias negativas, apurar a nossa intuição, aumentar a confiança, etc. Sabendo as propriedades dos cristais que temos ao nosso dispor temos a possibilidade de utilizá-los nos nossos quotidianos e aproveitar ao máximo as vantagens que estas ferramentas nos trazem. 

  • Meditação
Uma das excelentes formas de trabalhar com cristais, e até de estabelecer relação com os mesmos, é através da meditação. Meditando com cristais ou utilizando-os como apoios ou referências durante meditações, permite-nos aproveitar ao máximo da energia e propriedades destas ferramentas e, ao mesmo tempo, de inovar e melhorar as nossas rotinas de meditação. Estas meditações podem ser feitas tendo os cristais na mão, sobre uma parte específica do corpo ou até apenas olhando para os cristais. Por exemplo, há vários cristais que são moldados em formato de bolas/esferas, como bolas de cristais, e podem ser utilizados para práticas de contemplação meditativas que são muito úteis e interessantes de realizar na nossa prática. 

***

E vocês, leitores? Qual o vosso método favorito de utilizar cristais?
Imagem Pixabay (congerdesign)
Na temática de hoje vamos voltar à nossa mini-série sobre Velas e vamos falar sobre como interpretar a cera e a chama das velas que utilizamos. É importante referir que esta interpretação deverá ser feita sempre em velas consagradas ou colocadas para um determinado ritual ou, até, para piromancia ou ceromancia (métodos divinatórios através da chama da vela e cera da vela, respectivamente). Velas utilizadas para decoração do lar, iluminação, aquecimento, etc. não podem ser interpretadas com estas mensagens, dado que não foi pedido qualquer sinal ou feita nenhuma pergunta e nem está a decorrer nenhum ritual em que a vela esteja a ocupar um papel importante. As velas devem ser interpretadas em contexto ritual ou de divinação. 

Assim sendo, vamos falar do significado de cada um dos aspectos das velas, começando pela cera e, posteriormente, pela chama.

  • Significados da Cera 

Cera foi completamente consumida
- Este é dos melhores sinais em trabalhos mágicos, significa que o trabalho ou ritual foi realizado com sucesso e o solicitado tornar-se-à realidade.

Cera escorreu pela lateral da vela, formando pequenas "escadas" - Tal como as escadas simbolizam nesta situação, este comportamento mostra-nos que o objectivo é alcançável porém ainda há vários passos a tomar, e escadas a subir, até chegarmos ao pretendido. 

Cera não foi toda consumida e ainda restou pavio, após a vela apagar - Se após a vela se apagar ainda restar cera e a até um pouco de pavio, recomenda-se voltar a acender a vela para ela queimar toda e, no final, acender outra vela ou incensos para limpeza energética. Isto significa que é necessário mais dedicação da nossa parte para o objectivo e também que é preciso manter um cuidado na manutenção da harmonia energética do nosso local de trabalho mágico. 

Vela que deita muita cera que escorre como se "chorasse" - Quando a cera se comporta de uma forma como se a própria vela estivesse a chorar, recorda-nos que talvez tenha sido um pedido ou trabalho demasiado emocional e, como tal, poderá haver alguma instabilidade no pretendido.

  • Significados da Chama

Chama amarela - As chamas em tonalidades amarelas estão associadas à felicidade e ao sucesso. 

Chama vermelha - Em tons vermelhos, estas chamas representam sucesso para o pretendido e resposta positiva ao perguntado.

Chama em tons de azul - Quando a chama tem tonalidades azuis, esta indica que o pedido poderá acontecer, porém, irá requerer algum trabalho adicional pois existem detalhes ocultos que querem trabalhos adicionais.

Chama brilhante - Se a chama estiver bastante brilhante, é um excelente sinal, dado que representa êxito e vitória para o questionado ou realizado. 

Chama fraca - Quando a chama se mostra como estando fraca significa que há falta de energia no objectivo. É necessário realizar mais trabalho e um maior esforço para se atingir o que se quer. 

Chama com dificuldade a acender - Quando a chama está dificil de acender significa que o espaço onde estamos a realizar o ritual não está limpo devidamente e é necessário efetuar uma limpeza mais profunda, dado que estas energias negativas podem influenciar o resultado do nosso trabalho. 

Chama que treme - Uma chama que treme alerta-nos que o objetivo é possível, porém, há vários obstáculos que vão ter de ser ultrapassados e vão querer força e esforço adicional da nossa parte. 

Chama baixa - Se a chama está baixa e insiste em não levantar, ela traz consigo a mensagem de que este não é o momento ideal para este trabalho ou questão e que deveremos aguardar e investir em nós próprios, antes de tentar novamente. 

Chama que baixa e levanta repetidamente - Uma chama instável, que está constante a levantar e a baixar, mostra-nos confusão no que foi pedido ou alguma dificuldade em manifestar essas energias. É necessário parar, meditar, entender o que pretendemos e reformular de forma mais clara. 

Chama que solta fagulhas - À semelhança da chama que treme, quando a chama solta fagulhas está a representar a possibilidade de conflitos e de dificuldades em atingir o objectivo final, que vão querer força adicional da nossa parte. 

Chama que se apaga repetidamente - Quando a vela se apaga repetidamente é sinal que o pretendido, seja mágico ou questão feita, será muito dificil de alcançar e vai requerer um empenho muito maior do que calculado inicialmente.

E vocês? Já experimentam interpretar mensagens das velas?

X - A Roda da Fortuna

Nome do Arcano: A Roda da Fortuna
Número: X
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta da Roda da Fortuna é representada por uma roda gigante com três figuras em redor e, na roda, está inscrito as letras hebraicas YHVH (Yod Heh Vau Heh) -o nome impronunciável do Deus Hebraico - juntamente com letras TORA que poderá representar "Torah" (lei) ou Tarot ou até "Rota" (roda em latim). No centro estão símbolos alquímicos de mercúrio, enxofre, água e sal. No exterior está uma cobra no lado esquerdo (Typhon) e, no lado direito, Anúbis (O Deus Egíptio dos Mortos). Em cima da Roda está uma esfinge. Nos cantos da carta estão quatro figuras com asas: um leão, um touro, uma águia e um anjo. *
Símbologia: Na Roda da Fortuna encontramos em cada ponta das cartas, quatro figuras com asas. Estas figuras (um leão, um touro, uma águia e um anjo) representam os quatro signos fixos do Zodíaco, nomeadamente o signo de Leão, Touro, Escorpião e Aquário. As suas asas representam a estabilidade perante o movimento e mudança e cada um deles tem consigo o livro "Torah", representando a sabedoria. No círculo exterior à roda estão também três entidades: Uma cobra que representa Typhon e, ao mesmo tempo, a força da vida a mergulhar no mundo material. Anubis, o Deus dos Mortos que recebe as almas no submundo. E uma Esfinge, representando o conhecimento e força. No centro da Roda, após as letras já explicadas anteriormente, temos os símbolos alquímicos de mercúrio, enxofre, água e sal que são os quatro elementos alquímicos que representam o poder da criação.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta da Roda da Fortuna recorda-nos que a roda está sempre a girar e a vida é feita de altos e baixos, num estado constante de mudança. Se estamos em momentos maus, ela lembra-nos que o bom virá após a tempestade. Mas, se estamos em bons momentos, também nos lembra que nem tudo se mantém estável por muito tempo. A Roda recorda-nos também do karma e da lei do Retorno, se assim aplicável. Toda a acção tem uma reação e tudo o que fazemos tem consequências e esta carta alerta-nos para isso e para que as nossas acções possam espelhar as mudanças que queremos na nossa vida. Em certas tiragens, a Roda do Ano pode também estar a representar mudanças vindouras de alto impacto (novas oportunidades, mudanças a nível quotidiano, etc) para os quais temos de estar preparados. Esta carta é acima de tudo díficil para quem não gosta de mudança e alerta-nos para a necessidade de fluir com o fluxo da vida, de forma a não ser negativamente afectado pelas mudanças da mesma.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta da Roda da Fortuna representa, num dos seus aspectos, a resistência à mudança. Existe, da parte do consulente, uma resistência à ideia da mudança na sua vida e isso tem um impacto directo na forma como as coisas se estão a desenvolver. É necessário analisar e mudar os comportamentos, aceitando e fluindo com o ritmo da vida. Adicionalmente, a carta pode também representar momentos díficeis, que nos incentivam a tomar rédeas da nossa vida e tomar controlo e, ao mesmo tempo, a aceitarmos responsabilidades pelas nossas acções, entendendo como as mesmas podem ter influenciado a nossa vida e garantir que evitamos os erros cometidos no passado. Adicionalmente, e no seu lado positivo, a carta invertida pode representar o vencer e ultrapassar de um ciclo negativo no nosso caminho.

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Pixabay (Free-photos)
Hoje vamos falar de algo que está presente na prática de muitos praticantes que celebram a Roda do Ano: Comida! Seja uma celebração solitária ou em grupo, a comida é essencial e acaba por ser parte importante da nossa celebração. Desde algo simples como pão ou frutos da época até pratos complexos e refeições inteiras, a comida é parte do nosso quotidiano e, nas celebrações, pode assumir um papel mágico na nossa prática.  

Este papel da comida nas nossas celebrações também acaba por ajudar na conexão com os ritmos da Natureza. Ao criar pratos, refeições e até doces/snacks associados aos Sabbats/Festivais estamos, idealmente, a utilizar frutos e plantas da época o que nos permite criar uma conexão com a Natureza. Saber quais os frutos, vegetais e plantas que podem ser consumidas em cada parte do ano, permite estabelecer uma ligação e um conhecimento mais profundo dos ritmos da Natureza e dos ritmos da agricultura em nosso redor. Idealmente, estes alimentos até podem ser comprados nos mercados locais e serem alimentos da nossa área, onde vivemos, o que cria uma ligação ainda mais à intensa à terra, não só nos seus ritmos naturais como também à terra onde pertencemos e vivemos e trabalhamos magicamente.  

Esta associação da comida aos festivais está também ligada aos nossos Ancestrais e à forma como as celebrações de festivais sazonais e de eventos agrários (e, aqui, podemos afirmar que acontecia tanto nas pagãs como em cristãs, mais tarde) eram celebradas. Durante a época das colheitas ou vindimas, existia sempre reuniões de família em que se cozinha bastante e se celebrava os resultados daquele ano. Um exemplo claro disso nos dias de hoje é, no caso do Cristianismo/Catolicismo, a celebração do Natal ou da Páscoa (Solstício de Inverno e meados do Equinócio de Primavera, respetivamente) em que ambas as celebrações são acompanhadas por comidas típicas e da época. Também nas nossas celebrações pagãs, o mesmo acontece. Aliás, quem tiver família ou companheiros/as de outra religião em que os festivais coincidam perto uns dos outros (Catolicismo, etc.) e quiser manter algumas celebrações em conjunto pode aproveitar e utilizar a comida e a Bruxaria de Cozinha como método!  

Um cenário de exemplo: A família é católica e o praticante é pagão. Toda a gente aceita o caminho do outro e existe harmonia. E a celebração do Solstício de Inverno e Natal (no caso do Hemisfério Norte) coincidem em datas muito próximas. O pagão pode optar por celebrar o Solstício de Inverno na sua data, de forma ritual, e posteriormente participar no jantar de família de Natal e até incluir pratos associados ao Solstício durante esta refeição. Até em cenários em que a família não aprova o caminho pagão do praticante, ele pode optar por realizar o seu ritual em secretismo e, a parte da festa, celebrar juntamente com a família (estando, secretamente e individualmente, a celebrar o Solstício). A comida é uma das muitas formas de celebrar a Roda do Ano e, sem dúvida, é das mais discretas e simples. Ninguém vai suspeitar de comida!  

Como puderam ver a comida tem um papel importante na nossa prática. Brevemente iremos começar uma nova série sobre Bruxaria de Cozinha em que iremos abordar a Bruxaria de Cozinha associada a cada um dos festivais, com comidas típicas, alimentos associados e com algumas receitas para introduzirem nas vossas celebrações.  

E vocês? Qual o papel que a comida tem nas vossas celebrações?
Pixabay (artyangel)
A programação de cristais é uma das muitas formas com as quais se pode trabalhar com estes recursos e hoje planeio abordar este tema e ajudar com algumas técnicas que podem ser utilizadas para fazer a programação dos vossos cristais. Esta prática é, basicamente, trabalhar com cristais para objectivos específicos e, através de meditação e trabalho da mente, "programar" ou "configurar" um cristal para uma determinada tarefa.

A programação de cristais não é, de todo, obrigatória no trabalho com cristais e é apenas uma das muitas formas como este trabalho pode ser realizado. É um método fácil e rápido de determinar qual o propósito que aquele cristal ou pedra vai desempenhar na nossa prática. Os cristais são excelentes condutores de energia, principalmente os cristais da família dos Quartzos, e esta programação ajuda a estimular e direccionar as energias para o objectivo do trabalho mágico. 

Existem várias formas de programar um cristal e hoje planeio abordar duas variações. 

É de realçar que, à semelhança de muitos outros trabalhos mágicos, é sempre ideal começar com um banho de limpeza e relaxamento ou apenas algum queimar de incenso para limpar a área e ajudar na concentração no que vai ser realizado. 

Iniciar com uma pequena meditação em que colocamos os pensamentos em ordem e nos focamos naquilo que é o objectivo da programação (ajudar a passar um exame, aumentar a auto-confiança, etc). É necessário que a nossa mente entre num estado de concentração em que estejamos focados naquilo que pretendemos imbuir no cristal com o qual vamos trabalhar. 

Assim que os nossos pensamentos estiverem focados, devemos pegar no cristal (já limpo e energizado) e colocá-lo entre as nossas mãos e aqui há dois métodos que podem ser utilizados:

Método 1: Mantendo os olhos no cristal e focando no mesmo, nas suas características, formato, interior, etc repetir em voz alta ou na nossa mente as palavras "Eu programo este cristal para...." ou "Eu carrego este cristal com a intenção de..." ou até "Cristal, ajuda-me com....". Repetir este processo até sentir que o cristal está energizado com este propósito e pronto a ser utilizado.

Método 2: Tal como no método um, devemos manter os olhos no cristal e focando no seu formato e o seu interior. Tentar absorver ao máximo o cristal e como ele é por dentro, como será estar dentro do cristal e, aí, dirigir os nossos pensamentos para o pretendido com a programação, visualizando o objectivo de forma clara e concisa, mantendo este pensamento e focando no cristal ao mesmo tempo, até sentir que o cristal está energizado com este propósito e pronto a ser utilizado.

No final de ambos os métodos é necessário recuperar da meditação de forma tranquila e tentar que não seja abrupta, pois poderá causar uma quebra de energia e acabar por ficarmos mal dispostos. Recomendo ter sempre comida e água próximos para o final de trabalhos deste género. 

No final do cristal ter desempenhado a sua tarefa e o objectivo ter sido concluído, poderá ser limpo e desprogramado para ser utilizado para outro fim. Em alternativa, caso não queira reutilizar o cristal, pode apenas limpar e desprogramar e devolver à Natureza enterrando-o ou colocando em um lugar na Natureza de díficil acesso. 

E vocês, costumam programar cristais? Quais os vossos métodos favoritos?


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