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Sob o Luar


Hoje vamos começar uma nova série de Métodos Divinatórios e vamos falar sobre o pêndulo. O pêndulo é um tipo de método divinatório ou oracular bastante usado, até antigamente pelos nossos antepassados recentes, e é utilizado para diversos tipos de questões ou trabalhos. Um exemplo que os nossos antepassados, e ainda nos dias de hoje, utilizavam uma ferramenta como pêndulo era quando se fazia a "previsão dos filhos" com uma agulha pendurada num fio. Esta prática é comum em Portugal, principalmente entre os jovens que aprendem com as suas mães ou avós, e é, na prática, a utilização de um pêndulo.

Um pêndulo pode ter variados formas e formatos e ser constituído de diversos tipos de materiais. O tipo de pêndulo mais comum que vemos nas redes sociais e nas comunidades de Bruxaria e Paganismo são pêndulos de cristais, como a imagem deste artigo mostra. Estes podem ser de cristais específicos para determinados propósitos (ex: ametista para trabalhos de intuição) ou podem ser apenas feitos de vidro ou cristal transparente, para serem facilmente programáveis. 

Os pêndulos podem também ser feitos de madeira, rocha, agulhas, cerâmica, sementes grandes, metal e diversos outros tipos de materiais que podem ser condutores de energias. Muitos praticam preferem recomendar pêndulos feitos de materiais como madeira ou agulhas dado que os cristais, tendo energias próprias e características de correspondências mágicas associadas, podem alterar o tipo de resposta ou o tipo de leitura que é dado. Claro que isto vai depender da prática de cada praticante e do tipo de material com que cada um se sente à vontade. 

Os pêndulos são utilizados em diversos tipos de trabalhos, não só como divinatórios, mas também em processos de cura (como em cristaloterapia, caso os pêndulos sejam feitos de cristais), em processos de procura de objetos (o pêndulo pode ser utilizado para ajudar a encontrar coisas, seja a indicar qual o caminho ou direção seguir ou a responder a dúvidas sobre onde poderá estar esse objeto), em processos de contacto com divindades ou entidades (o pêndulo pode ser como veículo para obter respostas a perguntas colocadas), como amuletos (podem ser usados meramente como colares ou amuletos e, em casos de urgência, utilizados para outras das funções dadas), entre muitos outros usos que podem ser aplicados a esta ferramenta. 

Noutros artigos iremos falar sobre como escolher o próprio pêndulo e iniciar um método de trabalho com o mesmo e como efetuar consultas com o pêndulo, principalmente para questões dentro dos métodos divinatórios.

E vocês? Qual o vosso tipo de pêndulo favorito? 

Crédito de Imagem: Unsplash (Haley Owens)

Hoje vamos falar de uma temática que se tornou viral em tempos recentes em diversas plataformas tal como no "Witchtok", no Instagram e no Youtube: Vamos falar de Shadow Work ou, em português, do Trabalho com a Sombra. Primeiramente temos de entender o que é a Sombra. 

O conceito de "Sombra" surgiu ligada à psicologia analítica de Carl Jung, um psiquiatra suíço. Segundo Jung, a "Sombra" é um aspecto incosciente da personalidade que o ego não identifica em si mesmo, ou seja, o lado desconhecido. Contrariamente ao defendido por Freud, a Sombra de Jung pode conter tanto características positivas como negativas porém, como o ser humano tende a ignorar os traços em si mesmo que não gosta, esta acaba por ser constituída acima de tudo por características consideradas negativas. Para Jung, a Sombra corresponde ao lado desconhecido e negro da personalidade, ou seja, tudo aquilo que o ser humano recusa ou ignora existir em si. Na psicologia análitica a necessidade de conhecer, lidar e até unificar-nos com a nossa Sombra faz parte do processo de individuação, ou seja, faz parte de um processo psiquico durante o qual todos os aspectos da nossa personalidade e do nosso eu se integram para criar um todo único e estável. 

Este trabalho com a Sombra foi recentemente adoptado por várias comunidades new age e comunidades dentro da Bruxaria, tendo o seu boom recente feito com que este conceito de Sombra e este trabalho com a Sombra tenha ficado em destaque, contudo, nem sempre da melhor forma. 

O trabalho com a Sombra é uma das partes do processo de individuação da psicologia jungiana e, como tal, é sempre preferível que seja acompanhado por um profissional de saúde formado ou com conhecimento dentro desta vertente da Psicologia. As informações disponíveis online, principalmente em vídeos do "Witchtok" não são, nem de longe, suficientes para que este trabalho interno seja feito da melhor forma e com os melhores resultados. Isto é principalmente notável em pessoas que tenham sofrido traumas na infância ou ao longo da sua vida, que tenham tido dificuldades ou problemas como ansiedade, depressão e outras questões do foro psicológico dado que estar a lidar com estas memórias, traumas e triggers de forma sozinha e sem acompanhamento profissional faz mais mal do que faz bem. 

Nós alertamos frequentemente para o facto de que a melhor forma de trabalhar com a nossa Sombra e fazer Shadow Work é simplesmente ir ao terapeuta ou a um psicólogo. Não há vergonha nenhuma em fazer terapia e, para este propósito, é mais do que indicado dado que o próprio conceito de Sombra pertence à psicologia. Logo, quem melhor do que profissionais da área de onde este conceito surgiu para nos ajudar a trabalhar com ele e desenvolver o mesmo na nossa prática. 

O trabalho com a Sombra sem as devidas preparações e o devido acompanhamento pode trazer bastantes danos a médio e longo prazo. O facto de estarmos constantemente a forçar-nos a reviver traumas, reviver más memórias ou maus momentos com o intuito de "enfrentar a nossa sombra" vai acabar por causar danos na nossa psique porque estamos constantemente a reviver os nossos traumas ao invés de estarmos a lidar com eles. É nisto que um profissional de saúde poderá ajudar-nos da melhor forma, sabendo como lidar e como processar estas informações de forma a que as mesmas possam ser assimiladas, ao invés de piorarem o nosso estado mental e a nossa psique. 

A Bruxaria e o Paganismo não só podem como devem andar de mãos dadas com a ciência. Se partirmos um braço, vamos ao médico certo? Aqui é exactamente o mesmo processo, simplesmente para a nossa mente. Existem vários profissionais de saude na área da Psicologia que são formados em psicologia análitica/jungiana e que estão mais do que dispostos em auxiliar-vos neste processo. 

Adicionalmente, contrariamente ao que é divulgado nas redes sociais, principalmente no TikTok e no Instagram, o "Shadow Work" não é obrigatório na Bruxaria ou no Paganismo, não é uma parte essencial da vossa prática e a vossa prática não é menos válida por não fazerem "Shadow Work". Este conceito e esta prática, dentro das comunidades pagãs, é extremamente recente e só saltou para o destaque das comunidades em geral devido à propagação de vídeos dentro das plataformas sociais. Podem fazer processos de introspeção e meditação, tal como vários praticantes fazem, sem necessariamente precisarem de fazer Shadow Work ou trabalharem com os vossos traumas ou problemas ativamente na vossa prática, principalmente se não se sentirem confortáveis em fazer esse tipo de práticas. 

Não deixem que o vosso caminho seja julgado ou "mandado" por outras pessoas. Ao final do dia, o vosso caminho é isso mesmo: o VOSSO caminho. E se realmente têm interesse em fazer trabalho com a vossa Sombra, procurem um profissional de saúde com capacidade para trabalhar dentro da psicologia jungiana e façam uma marcação para iniciar este processo.

Crédito de Imagem: Unsplash (Stefano Pollio)

Hoje vamos retornar à nossa série sobre Runas e vamos falar de tipos de lançamentos de runas para propósitos divinatórios. Vou abordar alguns tipos de lançamentos que podem ser utilizados e pode procurar online por mais ou até criar o seu próprio tipo de lanaçamento adaptado á sua prática individual ou ás divindades com as quais trabalha, se quiser que as mesmas estejam relacionadas com este método. 

Antes de fazer um lançamento de runas, como em todos os métodos divinatórios, encontre um local tranquilo onde possa se concentrar e focar no que está a fazer. Coloque um pano da cor desejada (branco ou roxo são cores ideais) e acenda uma vela ou incenso se preferir. Tenha as runas num saco ou num sitio de onde as possas tirar para as tiragens sem saber quais está a tirar (tal como faria com o Tarot ao embaralhar as cartas, por exemplo).

Tirada de uma Runa
Esta é a tiragem mais simples e pode ser utilizada para lançamentos diários, por exemplo, todas as manhãs ou noites para pedir um conselho. Tirar só uma runa e analisar o seu significado e as suas palavras chaves.


Tirada de Três Runas (Passado, Presente, Futuro)
Esta tiragem é uma tiragem apropriada para análise de situações. Vários praticantes acreditam que esta tiragem pode também estar ligada às Norms (as Deusas Nórdicas do Destino) dado que cada uma simbolizaria uma passagem do tempo (passado/presente/futuro). Para este lançamento basta retirar três runas e colocá-las, lado a lado e analisá-las com base nos seus significados e as suas posições no lançamento. 


Tirada em Cruz
Esta tiragem, como o nome indicada, é realizada em cruz. É apropriada para para ajudar no processo de tomadas de decisões ou de análises de situações que estejam a decorrer e para as quais necessitemos de conselhos. Tal como nos outros lançamentos, retiramos as runas e colocamo-las nas devidas posições, efetuando a análise conforme o seu significado vs a sua posição na leitura. 


1 - Influência do passado.
2 - Os desafios que virão.
3 - O suporte que existe.
4 - O resultado a curto prazo.
5 - O resultado final e qual a lição aprendida.

Tirada dos 9 Reinos
Esta leitura é efetuada com base nos 9 reinos ou mundos nórdicos da árvore Yggdrasil e cada um deles tem um significado/correspondência para resposta às nossas perguntas. Este tipo de leitura é principalmente útil em situações de meditações ou de análises pessoais ou anuais Tal como nos outros lançamentos, retiramos as runas e colocamo-las nas devidas posições, efetuando a análise conforme o seu significado vs a sua posição na leitura. 


1 - Asgard: Representa o "Eu", inspiração e honra.
2 - Vanaheim: Representa a fertilidade, paz, relacionamentos. 
3 - Light Alfheim: Representa a criatividade, artes e atividades mentais.
4 - Muspelheim: Representa a intuição, o fogo interior.
5 - Nifelheim: Representa a "Sombra" e as coisas escondidas. 
6 - Midgard: Representa o Ego, o mundano e as coisas do dia a dia. 
7 - Swartalfheim: Representa o trabalho e a transformação interior. 
8 -  Jotunheim: Representa o Animus, o conceito masculino e os mistérios e as coisas que não são o que parecem.
9 - Hel: Representa a Anima, o conceito feminino e o submundo, a morte e os renascimentos. 

Tirada Astrológica
Como o nome indica, esta tiragem está ligada à Astrologia e é simples de se efetuar. Cada casa astrológica tem a sua correspondência quanto ao campo ou área da nossa vida e faremos a análise com base na rua que calha em cada uma das casas e o que isso significa para nós. Este tipo de leitura é ideal para início do ano ou para previsões de determinados períodos de tempo. Tal como nos outros lançamentos, retiramos as runas e colocamo-las nas devidas posições, efetuando a análise conforme o seu significado vs a sua posição na leitura. 



Estas são apenas algumas das tiragens possíveis de efetuar com runas. Tal como os restantes métodos divinatórios, não tenham medo de usar a vossa intuição para inventar ou criar novos lançamentos ou para alterar certos significados. O trabalho com métodos divinatórios está muito assente no nosso trabalho com os utensílios, com a nossa intuição e forma de analisar e, cima de tudo, com a nossa relação com o tipo de método. 

Quais os vossos métodos favoritos? 

Crédito de Imagem: Unsplash (Ksenia Yakovlela)
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0