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Sob o Luar


Hoje vamos continuar com uma nova série de artigos que se irão espalhar ao longo dos próximos tempos em que vamos abordar várias divindades, de vários panteões. Vamos falar sobre os seus mitos, as suas associações e um pouco da sua história. Estes artigos não têm como objectivo substituir a investigação sobre as divindades mas sim despoletar interesse e, também, fornecer alguns pontos de partida para iniciar contacto com as Deusas e Deuses de que falaremos. 

As informações contidas nestes artigos não são suficientes para sustentar uma prática de culto a uma divindade e investigação adicional é sempre necessária. No fundo de cada artigo deixamos uma lista de sites e livros recomendados sobre cada divindade, de forma a que possam explorar mais sobre cada Deusa e Deus que falamos aqui. Ao longo do artigo vamos deixando também links para informações adicionais e explorações aprofundadas de certos tópicos. 

***

Nome: Artémis (Αρτεμις)

Panteão: Grego

História e Mitologia: Artémis é filha de Leto e irmã gémea de Apollo. A sua mãe engravidou de Zeus e foi perseguida por toda a Grécia, ao longo da gravidez, pela Deusa Hera, enraivecida pelo nascimento de dois novos filhos ilegítimos de Zeus. Leto encontrou refúgio na ilha de Delos onde finalmente deu à luz os seus filhos, primeiro Artémis e depois Apollo, cujo nascimento foi apoiado pela sua irmã. Artémis é a Deusa olímpica da caça e dos animais selvagens. Está associado a tudo o que é selvagem, como florestas e habitats de animais não-domesticados. É uma Deusa também associada ao nascimento e ao parto, dado o seu papel na ajuda do nascimento do Deus Apollo. Sobre a sua proteção encontram-se todas as jovens raparigas até à idade de casamento, dado que Artemis é uma Deusa Virgem que recusa o casamento e vive em liberdade com as suas caçadoras pelas florestas da Grécia. Existem vários mitos associados a Artémis como o mito de Callisto uma das criadas de Artemis que foi seduzida por Zeus e, consequentemente, transformada num urso por Artémis, temos também o mito de Orion um gigante companheiro da Deusa que foi morto por Artémis por engano e eternamente imortalizado nas estrelas como a constelação Orion. Há ainda o mito de Actaeon que espiou a Deusa e as suas caçadoras e, como castigo, foi tornado num veado e perseguido e morto pelos seus cães. 

Celebrações: O culto de Artémis era espalhado por toda a Grécia, com inúmeros templos e altares espalhados pelas cidades e, principalmente, nas zonas mais rurais. Os principais templos de adoração a Artémis eram os de Brauron na Ática (Atenas) e de Caryae em Lakedaimonia. Alguns dos principais festivais associados a Artémis são o MOUNYKHÍA (Μουνυχία - neste festival Artémis é honrada como Deusa da Lua e a Senhora das Feras), BRABONEIA, ARTEMISIA, BRAURONIA (celebração realizada a cada 5 anos em Brauron) e ARTEMIS AGROTERA (Άρτεμις Άγροτερα - nesta celebração honrava-se o papel de Artémis como Deusa da Caça).

Geneologia: Filha de Zeus e Leto, é irmã gémea do Deus Apollo e foi a primeira a nascer, tendo auxiliado no parto do seu irmão gémeo. 

Epítetos: Dǽspina (Senhora, Rainha), Diana (nome romano para Artémis), Évdromos (A veloz), Kóri (Jovem), Lokheia (A que ajuda no parto), Nyktæróphitos (A que caminha na noite), Philomeirax (amiga dos jovens), Thiroktónos (Caçadora de Bestas Selvagens).

Símbolos: Arco e flecha, lanças de caça, tocha, lira, jarro de água. É representada como uma jovem menina vestida com uma túnica e, por vezes, acompanhada por corças ou veados. Pode também ter um manto e um capacete e, por vezes, pele de veado pelas costas. Os símbolos ou imagens de animais selvagens são lhe também atribuídos como importantes no seu culto. 

Leitura Recomendada: 

Theoi - Artemis
Hellenic Gods - Artemis
"Teogonia" de Hesiodo
"Artemis" de Sorita d'Este
Hino Homérico a Artemis (Nº 9)

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Voltamos à nossa série de artigos e hoje vamos falar sobre a Wicca, um dos caminhos mais famosos do Neo-Paganismo e da Bruxaria Moderna! 

A Wicca surgiu como religião na década de 1950, após a última lei que proibia e castigava a prática de Bruxaria na Inglaterra ser abolida. Este surgimento da Wicca deveu-se a Gerald Gardner. A Wicca, ao contrário da ideia popular, não é a reconstrução de uma Antiga Religião Pagã Celta do Neolítico ou de outro período pré-histórico. Ela foi "compilada", à falta de melhor termo, por Gerald Gardner, com base nos seus estudos ao longo dos anos, na sua participação em grupos de Bruxaria Tradicional Folk Britânica, no seu conhecimento de ordens como a Golden Dawn, Maçonaria, Thelema e outras. A Wicca é uma religião bastante recente na sua organização e não é uma imitação ou reconstrução dos caminhos celtas ou pagãos de antigamente. Este facto não é motivo para considerar a Wicca menos religião do que outro caminho. Não são as origens de um caminho que o fazem mau ou bom. 

A Wicca é um culto duoteísta que se concentra em duas divindades: A Deusa e o Deus. Estas duas divindades possuem diversas faces, podendo ser encaradas como Deusa e Deus ou como um outro Casal Sagrado, presente numa mitologia à escolha do praticante. Na Wicca são celebrados os 8 festivais da Roda do Ano (Samhain, Yule, Imbolc, Ostara, Beltane, Litha, Lughnassadh e Mabon) que são as celebrações da Natureza e a passagem das estações, associadas ao Mito da Roda do Ano, que poderá ser visto na secção das Celebrações. Para além destas festividades, na Wicca ainda se celebra os Esbats que são celebrações de Lua, sendo que são realizados rituais ou celebrações relacionados com cada fase da Lua em questão. Existem vários textos que são considerados importantes dentro da Wicca como a Carga da Deusa, a Carga do Deus, a Rede Wiccana, entre outros, pelo que recomendo a leitura dos mesmos a todos os interessados. 

A Wicca é dividida em duas principais ramificações: Wicca Tradicional e Wicca Moderna. A Wicca Tradicional é a vertente mais antiga, baseada nos trabalhos de Gerald Gardner e de Alex Sanders sendo que é bastante rígida e conta com a presença das Leis Wiccans, obrigatoriedade de ritos 'skyclad', entre outros aspectos. A Wicca Moderna, como o próprio nome indica já conta com um método mais aberto, dado que é a junção de todos os novos caminhos que surgiram e ainda surgem dentro da Wicca e que contam com uma maior liberdade de trabalho e com a presença, em vários casos, da "auto-iniciação", conceito introduzido por Raymond Buckland. Como falei, a Wicca é uma religião iniciática e sacerdotal, ou seja é uma religião que necessita iniciação e todo o iniciado é Sacerdote ou Sacerdotisa. Neste aspecto da Wicca existem diversos debates. Gardnerianos defendem que apenas aquele que é iniciado num coven de linhagem tradicional é realmente Wiccano. Mas com o surgimento de novas tradições, várias pessoas (Raymond Buckland, por exemplo) vieram mudar a opinião do Mundo quanto a este aspecto.

Na Wicca existe, como em todos os lados, diversas controvérsias, A Iniciação ou Auto-Iniciação é uma delas. Não me sinto capacidade para opinar sobre o assunto, contudo, irei dar as informações bases em torno deste debate: A Wicca é, tradicionalmente, um caminho iniciático e sacerdotal (isto significa que é um caminho no qual a Iniciação é obrigatória e todo o iniciado é Sacerdote). A controvérsia em torno deste assunto trata-se que a vertente tradicionalista acredita e defende que a Iniciação deverá ser feito dentro de um coven estabelecido e com todas as regras que isso incluí, enquanto grande parte da vertente Moderna defende o conceito de "auto-iniciação". 

Para terminar, gostaria de deixar aqui neste artigo é uma lista de Recursos sobre Wicca, com um enfoque na Wicca Tradicional, e considero ser essencial para qualquer interessado nesta temática! 

Crédito de Imagem: Unsplash (Halanna Halila)
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0