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Sob o Luar

Unsplash (Raw Pixel)
O artigo de hoje é voltado para um tópico importante e será um assunto de conversa ao longo do mês de Novembro: Os Cuidados nas Comunidades Pagãs contra os Abusos. Infelizmente todas as comunidades, sejam do que for (jogos, livros, religião, estudo, etc) acabam por, a longo prazo, sofrer dificuldades e ter problemas. E as comunidades pagãs não são diferentes. Temos dramas, confusões, discussões, pessoas boas, pessoas más, tal como todas as outras comunidades. Não somos diferentes nem mais especiais que os outros e, como tal, estes são assuntos que se tornam parte do quotidiano nas comunidades. 

Quero falar-vos, principalmente para quem está a dar os primeiros passos nas comunidades, sobre os cuidados que devemos ter para evitar cair em situações indesejáveis. Este tópico é especialmente sensível para mim, dado que também já fui vítima de uma destas situações. Infelizmente ninguém está imune e pode acontecer a qualquer um. O primeiro passo é, tal como tanta outra coisa na vida, não pensar que "só acontece aos outros" e manter-nos alertas e atentos aos sinais "vermelhos" de perigo. Muitos dos conselhos que vos vou dar são conselhos que gostariam que me tivessem dado a mim e, acima de tudo, que eu os tivesse cumprido. 

E, a quem já passou por isto e, como eu, soltou-se e sobreviveu: Não pensem mal de vocês mesmos. Não se culpabilizem, não se condenem a vós mesmos. Todos somos humanos e todos cometemos erros. Temos que aprender com os erros, entender o que poderíamos ter feito melhor ou de alternativa, ajudar quem esteja numa situação parecida aquela em que estivemos e, acima de tudo, perdoar-nos a nós mesmos. 

A quem está a passar por isto: Não tenham medo de sair ou de parar o que estão a fazer. Independente do que vos digam, das ameaças, das tentativas de controlo e de todas as formas que podem tentar controlar-vos. Apesar de parecer muito mau neste momento e de parecer que não há saída nem vida sem esse aspecto negativo: É mentira. Há sim e é linda e fantástica e vale a pena. Não tenham medo de lutar pela liberdade das vossas vidas e de seguirem o que querem, independentemente da opinião ou tentativas negativas de outras pessoas. Peçam ajuda a amigos, familiares, etc. E tudo se resolverá! 

Se precisarem de alguém para falar, o ICT disponibiliza auxílio e conselhos (100% anónimos) para situações destas através do e-mail ict.caminhodaterra@gmail.com. Temos também o Ecos - Comunidade Pagã que conta com vários sacerdotes e devotos pagãos que estão ao dispor para ajudar e orientar quem precisa através do endereço de e-mail deles que é o  contactocomunidadepagaeda@gmail.com. Não tenham medo de contactar e de pedir ajuda. Estamos todos cá para isso!

Quanto aos conselhos que tenho a dar neste artigo:

  • Não tenham medo de dizer NÃO. 
O primeiro e, creio eu, mais importante conselho é: Não tenham medo de fazer perguntas, de se impor e, acima de tudo, de dizer "Não". O não, para mim, é das palavras mais importantes do vocabulário, principalmente quando lidamos com comunidades e com outras pessoas. Se o que vos é proposto (pertencer a um grupo de estudos, a um coven, realizar um ritual, etc) não vos satisfaz a 100% não participem. Se for 99% e aquele 1% estiver na dúvida, não façam. Se algo vos deixa desconfiado, se não gostam da energia da pessoa que está a propor, se não está dentro dos vossos objectivos, se não se sentem confortáveis, etc... Não participem. Não se convençam a vós próprios a participar só porque traz vantagens a longo prazo, só para dizer que já tiveram essa experiência, só para obter aquele pequeno conhecimento dali e seguir em frente. Nada disso vale tanto como o vosso conforto e a vossa integridade. Participar num ritual pode parecer a coisa mais simples e pequena do Mundo mas abre precedentes para muita coisa. Cenário que todos conhecemos: Convidam-nos para X, não queremos muito mas aceitamos. Da próxima vez convidam para Y. Dizemos que não mas somos confrontados com as questões "Mas da outra vez participaste, é a continuar do que fizemos antes, é tão simples como o anterior, etc" e acabamos por sofrer a pressão e usar os mesmos argumentos para nós mesmos da mesma vez. E o ciclo vicioso inicia-se e, quando damos por nós, já fizemos coisas que não queriam, já tomamos decisões que não estavam nos nossos planos e estamos demasiado envolvidos para sair sem problemas.  Participar num ritual implica, também, troca de energias. Num ritual existe um fluir energético de todos os participantes. Enquanto nos rituais públicos existe, por parte do organizador, uma forma de manter e harmonizar essa troca de energias, em rituais pequenos nem sempre há isso. Se não nos sentimos confortáveis com a energia do organizador ou a energia de alguns participantes para quê participar e trocar energias com essa pessoa? Não! Não tenham medo de dizer não e de se impôr. 


  • Não aceitem iniciações com as quais não se identifiquem
Outro problema que também, infelizmente, é comum nas nossas comunidades é o tema da iniciação. Ser convidados para ser iniciados em grupos e covens e tradições com as quais podemos até nem ter interesse total mas gostaríamos de ter a experiência, de aproveitar o conhecimento, de obter o "título" e qualquer outro motivo que possamos achar que temos, para além do "esta tradição ou caminho é aquilo com que me identifico e o qual quero seguir". Se o motivo para serem iniciados não for o que mencionei anteriormente e não tiverem conhecimento total do que está a acontecer e Perfeita Confiança em quem está a iniciar-vos... Não o façam. Sei que o termo "Perfeito Amor e Perfeita Confiança" pode parecer demasiado "fofinho" e apenas associado à Wicca mas, na realidade, é um conceito importante principalmente a parte da Confiança. O nosso iniciador ou iniciadora são pessoas que ficarão ligados a nós para a vida inteira, serão como mães e pais para nós. Vão dar parte do seu "DNA Mágico" para nós, ligando-nos eternamente a eles. Porque motivo vamos deixar alguém que não confiamos iniciar-nos? Não é correcto nem faz sentido e só nos prejudica a nós mesmos, seja em que tradição for. Se têm interesse ou receberam convites para serem iniciados façam o seguinte: Investiguem a tradição ou o caminho em causa, saibam o máximo que conseguirem (externamente) sobre a tradição, vejam se é algo que vibra convosco, conheçam as pessoas da Tradição e os Iniciadores, peçam para assistir (não necessariamente participar!) a rituais públicos que hajam, etc. Tentem conhecer e ver o método de funcionamento da Tradição e analisem se é aquilo que querem e à aquilo que querem ser associados. Deixem passar um longo período de tempo: seis meses, um ano, etc. E revejam se ainda é aquilo. Se for: força. Se não for: Ainda bem que esperaram. Uma coisa com que todos estamos familiarizados é a "honeymoon phase" das relações amorosas: Aqueles primeiros meses em que tudo parece perfeito e maravilhoso e vai correr super bem e nada nos vai derrotar. Isto também acontece quando conhecemos grupos e tradições. De forma a tomar a decisão consciente do que queremos devemos deixar passar esta fase, sem fazer qualquer tipo de compromisso, e só depois tomar a decisão de forma a não nos deixarmos influenciar pela idealização inicial. 


  • Não aceitem fazer aquilo com que não concordam. 
Este é outro ponto importante a abordar porque por vezes gostamos de uma tradição ou de um grupo, ou inclusive o grupo é constituído por amigos nossos e queremos mesmo participar mas... Pedem-nos algo que não queremos fazer. Prestar culto a uma divindade específica, deixar de falar com uma específica comunidade pagã ou com pessoas de certas tradições, fazer os rituais skyclad/nús, participar em rituais com os quais não concordamos (ex: rituais sexuais), etc. Mas nós gostamos mesmo da tradição ou das pessoas e não queremos desiludir essas pessoas. Às vezes até são essas pessoas que nos dizem coisas como "Não vais parar agora, certo?", "Oh não é nada de especial, é só esta vez", "Afinal a tua dedicação ao nosso grupo não é assim tão grande" e outras formas de convencer-nos a fazer algo que não queremos. Novamente, reforço que o "Não" é a palavra mais importante e poderosa do nosso vocabulário. É a palavra que nos dá a liberdade de escolher e de escolher não fazer algo, não participar em algo. Não se sintam obrigados, não pensem "Se não participar neste grupo nunca irei encontrar outro", "Se não aceito com estas pessoas, nunca vou aceitar e nunca vou conseguir praticar", etc. Não pensem desta forma. Se é algo que não querem ou não se sentem confortáveis não façam, independentemente dos motivos. Haverão outras oportunidades, haverá mais chances e chances e oportunidades que vibram connosco e com o que concordamos e acreditamos. Posso dizer-vos que, no meu caso, pensei que seria a melhor forma para obter conhecimento de forma estável e que não iria ter outra forma, por isso, mais valia arriscar. E, assim que saí da situação em que estava, imensas portas abriram-se para mim com uma enorme abundância de métodos de aprendizagem que vibraram com o que eu queria! Na altura bastaria eu ter tido paciência. Por isso: Tenham paciência, mais oportunidades virão e oportunidades essas que não vão obrigar-vos a fazer algo ou assumir algo que não querem. Se não vibram com aquela energia ou com aquela ideia: Digam "Não". Independentemente de serem amigos, familiares, colegas,  etc. Se são realmente pessoas que vocês confiam e que são vossas amigas então nunca vos iriam coagir/obrigar a fazer algo que não queiram. Considerem isto também um sinal para rever essas relações. 


  • Não acreditem cegamente nas pessoas
Todos somos seres humanos, sem excepção. Todos nós cometemos erros. Seja eu, sejam os meus amigos, sejam líderes de covens, Altos Sacerdotes e Altas Sacerdotisas, etc. Seja quem for será humano e, como tal, comete erros, pode estar enganado, etc. Ninguém sabe tudo e ninguém é perfeito, por isso, não acreditem cegamente nas palavras das pessoas, sejam quem for. Seja o que vêem escrito neste blogue, noutro blogue, que vos dizem dentro do círculo, que vos dizem em leituras de Tarot, em rituais, etc. Sei que pode parecer algo extremista mas não é. Não vos estou a dizer para considerarem toda a gente automaticamente errada ou mentirosa, nada disso! Apenas para não acreditarem nas coisas como sendo "a única verdade" porque não há "únicas verdades". Não há "O caminho certo" por default, há vários caminhos certos, um para cada pessoa que o trilha. E o vosso caminho será diferente do caminho das outras pessoas e isso é bom, é excelente. Se conhecerem alguém que vos diga "na realidade as energias funcionam *desta* forma" ou "os rituais devem ser sempre celebrado *assim*" e insista que aquela é a única e exclusiva maneira de fazer as coisas... Fujam. Isto é meio caminho andado para dar problemas, porque primeiro começa com a forma como os rituais são feitos e, quando damos por nós, a pessoa já opina sobre tudo na nossa vida e deixámo-nos levar. Tenham mente crítica e não aceitem cegamente a informação que vos é dada, pensem, investiguem, leiam, etc. Ninguém, independentemente das credenciais que possa ter, vai ser conhecedor total de tudo. Não só porque há demasiado conhecimento no Mundo para alguém saber absolutamente tudo de tudo mas também porque cada um pratica as coisas à sua maneira. A vossa forma de se conectar com Hekate poderá ser diferente da minha forma de me conectar com Hekate. Isso não invalida a minha forma nem invalida a vossa forma. São formas diferentes. Não confiem cegamente nas pessoas, não façam o que elas querem ou dizem para fazer apenas porque acham que elas sabem mais do que os outros, etc. Façam porque que querem, acreditem que sentem que é suposto acreditar. 


Os caminhos pagãos são caminhos extremamente pessoais e não devem ser ditados por outros. Infelizmente, porém, o que não falta por aí é pessoas dispostas a ditar os caminhos dos outros e, pior, tentar influênciá-los e usá-los para o seu próprio bem. Este artigo é escrito com o intuito de ajudar quem está a começar a evitar alguns dos principais perigos que podem encontrar dentro das comunidades e ajudar também quem possa estar em situações destas a identificar as mesmas e a conseguir escapar delas. 


A vida pagã é repleta de diversidade de práticas e caminhos, de variedade de métodos de trabalho e formas de ver o Mundo e a Arte. Não tenham medo de dizer que não a certos caminhos porque não vibra com o vosso, não tenham receio de dizer que não querem afiliar-se com determinada pessoa porque não gostam da forma como a mesma actua, não sintam medo de recusar rituais ou iniciações. Não pensem que estão a "escapar a oportunidades" ou a perder chances. Estão apenas a seguir o vosso caminho, a vossa intuição, a vossa vontade. E essa é soberana na vossa vida. 


Unsplash (Marcelo Matarazzo)
Hoje quero partilhar convosco sobre o que é um Sacerdócio aos Deuses. Existem vários tipos de Sacerdócios e dentro de várias tradições e cada um deles tem a sua especificidade. Existe Sacerdócio dentro da Wicca Tradicional onde cada praticante é iniciado e torna-se Sacerdote ou Sacerdotisa dos Deuses, podendo depois passar por vários graus para aumentar e aprimorar o seu conhecimento e o seu caminho. Existe Sacerdócio no Culto à Deusa e em várias tradições associada ao Culto da Deusa e, inclusive, em diversas organizações mundiais como a Fellowship of Isis ou o Glastonbury Goddess Temple. Existe Sacerdócios dentro de Tradições privadas ou dentro de organizações e caminhos específicos dentro do Paganismo em geral. Cada um destes Sacerdócios é diferente do outro porque cada um exige do iniciado um grau de dificuldade ou um conjunto de características e obrigações diferentes. Porém nenhum deles é menos válido do que o outro. Todos os Sacerdócios são válidos. Este é um dos pontos que quero começar por frisar. Um Sacerdote Wiccano não é menos ou mais do que um Sacerdote pela Fellowship of Isis. Apenas são Sacerdotes diferentes e com metodologias de trabalho e focos de trabalho diferentes. 

Neste caso eu posso apenas falar no meu Sacerdócio. Recentemente fui consagrada como Sacerdotisa de Hekate e Persephone pela Fellowship of Isis e iniciei o meu trabalho de Sacerdotisa com o meu Iseum (ICT - Iseum do Caminho da Terra). E irei partilhar convosco o que é, para mim, um Sacerdócio aos Deuses. 

Na minha opinião e experiência, um Sacerdócio aos Deuses é, acima de tudo, um Serviço. Colocamo-nos ao Serviço dos Deuses e como seus "representantes" no caminho. As nossas acções e os nossos métodos de trabalho irão reflectir aquelas Divindades. Recordam-se quando, em tempos antigos, existiam os Templos dedicados às Divindades onde várias mulheres e homens dedicavam o seu dia-a-dia ao trabalho do templo, à manutenção do templo, à ajuda de quem precisasse, aos rituais diários, etc? Essa é, para mim, a imagem de um Sacerdócio. A devoção da vida e do serviço aos Deuses. O meu trabalho, enquanto Sacerdotisa, é o de manter as chamas dos altares das Deusas acesas e garantir que Elas nunca são esquecidas enquanto os meus pés estiverem sobre a Terra. É garantir que lhes presto Culto e Serviço e que dedico o meu trabalho e o meu esforço a Elas. Este trabalho e serviço pode ser feito de diversas formas, dependendo da divindade à qual juramos Sacerdócio. 

Uma Sacerdotisa de Athena, por exemplo, poderá querer ser professora ou mentora e ajudar na Educação do seu país e comunidade. Um Sacerdote de Poseídon poderá dedicar-se à Conservação dos Mares e Oceanos com trabalho de voluntariado ou académicos. Uma Sacerdotisa de Hekate poderá dedicar-se à Psicologia e auxiliar pessoas no processo de cura pela morte de familiares ou conhecidos. Existem diversas formas de exercer este tipo de Serviço aos Deuses e, a forma como o fazemos, deve ser estabelecida por nós e pela Divindade. Apesar do Sacerdócio ser, por norma, transmitido por outra pessoa já consagrada e já em Sacerdócio, a relação com as Divindades é um dos pontos fulcrais. Não podemos ser Sacerdotisas e Sacerdotes sem que seja estabelecida uma ligação directa com a Divindade e, dessa forma, obtermos a informação a partir dos mesmos (através dos meios que acharmos melhor e mais adequados). E, é aí, que devemos decidir qual será o método do nosso Serviço. 

Para mim o Sacerdócio aos Deuses é algo para a vida. Não é uma decisão a ser tomada de forma leviana. Já ouvi compararem um Sacerdócio a uma tatuagem, que é permanente porém acho que seja ainda mais permanente do que isso! Uma tatuagem, hoje em dia, é possível de ser removida. E, para mim, um Sacerdócio não é algo que se remova ou que se decida parar. Para mim, na minha experiência e opinião, um Sacerdócio é algo que nos acompanha para sempre, nesta vida e nas próximas. É uma marca na alma, eterna e permanente. 

O meu maior conselho a quem quer seguir um Sacerdócio aos Deuses é paciência. Se o que querem é um Sacerdócio, algo para a vida, esperar não pode ser problema. Paciência e esperar, estudar, treinar, decidir, pensar, meditar. Uma decisão destas não deve nem pode ser tomada de ânimo leve. No meu caso, apesar de ser um sonho desde os meus 12 anos (altura em que conheci pela "primeira vez" o Paganismo) demorei cerca de 13 anos a tomar a dar o passo e a iniciar o meu treinamento. Não tenham medo de esperar nem queiram apressar pois os votos são eternos e a eternidade é um período muito longo, o que não falta é tempo!

 A todos os que querem trilhar o caminho para o Sacerdócio, deixo a mensagem: O trilho não será fácil. Será como entrar descalços numa floresta ao anoitecer sem lanterna e sem defesas e navegar a mesma até ao outro lado, até ao nascer do céu. Vai doer, vai ser lindo, vão chorar, vão rir, vão mudar, vão rever memórias cruéis e memórias felizes, vão abrir feridas que nunca sararam e vão curar-se. Será uma experiência inesquecível, dolorosa e transformadora. Vão sair da floresta como pessoas novas, como sobreviventes, como Sacerdotes e Sacerdotisas. Não é um trilho para todos, tal como nem todos temos vocação para padres católicos ou rabinos judeus. Mas para quem sente o Chamado e sente a vontade de Serviço e de Devoção aos Deuses Antigos, será a viagem de uma vida e uma transformação que nem a de uma borboleta. 

A todos os meus irmãos e irmãs Sacerdotes e Sacerdotisas: Saúdo-vos! Agradeço e Honro o vosso Trabalho e Devoção e que possamos sempre Servir os Deuses Antigos nesta e nas próximas vidas! 

E para vocês? O que é um Sacerdócio aos Deuses? 
VI - Os Enamorados

Nome do Arcano: Os Enamorados
Número: VI
Descrição: No baralho de Rider-Waite os Enamorados são representados por um homem e uma mulher nus debaixo do Arcanjo (Rafael). Ambos estão num jardim florido e, atrás da mulher, está uma macieira com uma cobra. Atrás do homem está uma árvore de chamas (com doze chamas). A mulher está a olhar para o anjo enquanto o homem está a olhar para ela. No fundo encontra-se uma montanha vulcânica. *
Símbologia: O Arcanjo Rafael, no topo da carta, representa a cura emocional e física e abençoa o homem e a mulher, recordando-os da sua conexão e união com o Divino. O jardim fértil onde se encontram é semelhante ao Jardim do Éden, recordando-nos o mito de Adão e Eva. Por detrás da mulher, na macieira, encontra-se uma cobra e estes dois símbolos representam a tentação dos prazeres sexuais que podem distrair alguém do divino. A árvore de chamas, atrás do homem, representa paixão (a principal preocupação do homem) e, as dozes chamas, representam os signos do zodíaco e a eternidade. Também a forma como cada um está a olhar para o outro tem significado: O homem para a mulher e a mulher para o anjo representam o caminho do consciente para o inconsciente e para o superconsciente, ou seja, do físico para o emocional e para o espiritual. Por fim, a montanha no fundo representa a explosão de desejo que acontece quando os dois se encontram.

Significado:

  • Posição Normal
Primordialmente a carta dos Enamorados representa relações e ligações sinceras e honestas. A aparência da carta mostra que é uma relação sincera e de confiança, representada na nudez das personagens, onde existe abertura para diálogo e vulnerabilidade. Por norma esta carta representa relações amorosas, porém, poderá também ser símbolo de uma relação de amizade ou de família, o foco da carta, é o fluir de amor e confiança. A nível individual esta carta simboliza o estabelecimento de uma crença e orientação pessoal. É altura de escolher caminhos e decidir qual a filosofia de vida a seguir. Aliás os Enamorados ensinam-nos a tomar as decisões e as nossas escolhas com base no amor (amor próprio, amor familiar, amor ao próximo, etc.). Basear as escolhas no amor traz para a vida harmonia e equilíbrio. 
  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta dos Enamorados representa a falta de harmonia com o que está em nosso redor, principalmente com as pessoas que nos são próximas. As relações amorosas ou familiares podem estar a passar por um mau pedaço e a falta de comunicação é um dos principais factores. Este é um momento de escolhas, e este Arcano simboliza exactamente isso. É necessário reavaliar as relações e entender o que nos motiva a estabelecer as mesmas e se vale a pena ou não, se a vibração existe ou não. E, no caso de não existir, é necessário de deixar ir, pelo bem de todos e por respeito a nós próprios. Esta carta pode representar também falta de amor e respeito próprio e levar-nos a meditar sobre o assunto: Até que ponto é que nos respeitamos a nós mesmos? Também conflitos interiores podem ser simbolizados por esta carta, sendo que ela apela a uma necessidade de focar e estruturar os nossos pensamentos e valores pessoais. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Marek Szturc)
Hoje vamos falar dos Elementais do elemento Fogo, as Salamandras. Tal como falámos anteriormente cada um dos elementos tem espíritos elementais associados sendo que, no caso do elemento Fogo, os espíritos elementais são as Salamandras.

Estes são dos elementais mais complicados de estabelecer a ligação e cujo contacto deve ser mais cuidado. Tal como o fogo são elementais imprevisíveis e bastante intensos, sendo que há que ter uma forma diferente de lidar com os mesmos. Chatear ou ofender uma Salamandra pode ter resultados catastróficos, dependendo da gravidade do que foi feito. Por norma este é dos elementais com que se aconselha ser dos últimos a estabelecer contacto (supondo que o objectivo é estabelecer com todos) dado que requer algum domínio próprio e paciência.

O contacto com as Salamandras, para além dos motivos indicados acima, é também complicado dado que, como elementais do Fogo, tudo aquilo de que se aproximam é reduzido a cinzas e queimado. Assim sendo o seu contacto tem de ser feito de forma cuidada, dado que as Salamandras são a própria alma da chama e o que causa o arder, o crepitar e o consumir do fogo.

À semelhança dos restantes elementais, as Salamandras possuem características típicas ao seu elemento. São representados como estando presente em todas as chamas e, muitas vezes, são vísiveis nas chamas dos incêndios ou das lareiras. Aliás há imensas imagens na Internet de "figuras" em chamas de velas, incêndios, lareiras e outros em que estamos a olhar, em alguns casos, para representações dos elementais.

Apesar da semelhança do nome Salamandras a um animal que existe na Natureza não deveremos confudir os dois. As salamandras enquanto elementais são assim chamadas pela sua associação aos movimentos serpentinos das chamas que ficaram associado aos ânfibios e ao mexer das suas caudas.

Tal como os restantes grupos de elementais, as Salamandras encontram o seu Rei na entidade de Djinn, um espírito do fogo intenso e severo. Este é considerado um dos Reis Elementais mais respeitado e severo e não deverá, nunca, ser chamado em vão.

As suas funções estão intimamente ligadas ao subsolo e à ligação do fogo dentro do Planeta Terra: a lava, os vulcões, o calor do interior da Terra, etc. Estão ligadas à manutenção do equílibrio dos Vulcões e, quando na necessidade, de causar as suas erupções. Estão também presentes em todas as chamas e locais de calor. O trabalho com os elementais do Fogo, tal como o trabalho com o próprio elemento, é desenvolvido acima de tudo no interior e na mente, através do trabalho com a força de vontade, disciplina e impulso da vida.

Já estabeleceram contacto com as Salamandras? Já conheciam? Como foram as vossas experiências? 


V - O Hierofante

Nome do Arcano: O Hierofante (ou o Papa)
Número: V
Descrição: No baralho de Rider-Waite o Hierofante é representado por uma figura religiosa sentada dentro de um ambiente de igreja. Está vestido com roupas formais e com uma coroa de três níveis. A sua mão direita está levanta e o seu ceptro, na outra mão, tem uma cruz com três traços. Á sua frente dois iniciados estão ajoelhados, sendo que aos seus pés estão duas chaves cruzadas. *
Símbologia: O Hierofante representa uma figura religiosa, um Sacerdote que se baseia na tradição e religião. A sua coroa e o seu ceptro, caracterizadas por terem três níveis/traços, representam o poder deste Arcano pelo três mundos (Céu, Terra e Submundo) sendo que a sua mão direita, elevada em gesto de bênçãos, representa o poder do mesmo pela sociedade (como as religiões organizadas do Mundo). Neste aspecto estabelecemos aqui um paralelo com o Mago que tira poder do Universo para que se materilize no nosso plano, constratando com o Hierofante que demonstra o poder sobre a sociedade. As chaves, aos pés do sacerdote, representam o equilíbrio entre as mentes (consciente e subsconciente) e o conseguir abrir os mistérios com as chaves. Os iniciantes, ajoelhados a seus pés, representam a entrada e iniciação em instituições onde existem uma identidade de grupo definida (igrejas, clubes, equipas, sociedades, etc).

Significado:

  • Posição Normal
O Hierofante representa a convencionalidade, a tradição, os costumes. A carta sugere a necessidade de adaptar à estrutura social e tradições já estabelecidas e de não ir contra "a maré", contra o status quo. Será necessaria uma adaptação ao já existente e, talvez, até o envolvimento em rituais ou cerimónias (religiosas ou não, poderá estar ligado a escolas, clubes, etc.). Esta carta representa as instituições e as suas regras e valores, representando a necessidade de aderir às mesmas. Simboliza também a educação e a busca pelo conhecimento, indicando um período de aprendizagem, focando que as mesmas acontecerão através de um método formal de aprendizagem (escolas, cursos, etc.). O Hierofante realça a necessidade de dar valor à tradição e à honra na vida pessoal, sugerindo um tempo para dedicar às tradições familiares e herança familiar, e, talvez, inclusive um tempo dedicado à religião e à herança religiosa associadda ao nosso caminho. Nesta carta está presente tudo o que for sagrado e justo (casamentos, alianças, serviço, etc.).

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida o Hierofante representa a necessidade de ir contra a tradição e contra a maré. A necessidade de revoltar contra o status quo e contra as tradições e regras implementadas pela sociedade e/ou grupos aos quais pertencem. Pode também representar alguém numa posição de poder, como líder religioso, figura paternal ou um patrão, contra o qual queremos ir contra e não concordamos com o seu método de trabalho. O Hierofante invertido é sobre o questionar da tradição e questionar a nós mesmos se estamos a tomar a decisão certa. Pode também representar pressão social ou de grupo, que estamos a sofrer no momento. A nível individual esta carta representa a necessidade de ir contra o que está estabelecido, de ser rebelde e desafiar as ideias estabelecidas e conceitos que anteriormente pensavámos estarem escritos na pedra. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Aaron Burden)
Hoje falaremos dos elementais associados ao Elemento Ar. Tal como falámos anteriormente cada um dos elementos tem espíritos elementais associados sendo que, no caso do elemento Ar, os espíritos elementais são os Silfos (muitos associam também as Fadas ao elemento Ar, porém, focaremos o nosso artigo nos Silfos). 

Os Silfos correspondem à força criadora do Ar e são constituidos acima de tudo por Ar e Luz, sendo que são seres que se movimentam livremente dentro do seu elemento porém, à semelhança dos restantes elementais, não se sentem adequados em outros elementos sendo que preferem manter-se no ar e dentro do seu próprio território. 

São elementais mais complicados de estabelecer contacto do que os Gnomos pois são mais dispersos e focam a sua energia em coisas diferentes, como a arte, os sonhos, a poesia, etc. São também os elementais que se encontram numa vibração mais elevada e, como tal, de mais díficil alcance por parte da nossa mente. São também, à semelhança dos Gnomos, elementais que vivem muitos anos. 

O Ar é o elemento da inspiração e do pensamento e, como tal, os seus elementais possuem muitas desssas características e focam o seu trabalho em torno das mesmas. 


Apesar de os Silfos não se reproduzirem, existem tanto Silfos do sexo masculino (Wallotes) como do sexo feminino (Arienes). A sua principal função, enquanto elementais do Ar, é a manutenção do ar da atmosfera, pressão atmosférica e, também, a purificação do ar que respiramos. Trabalham em conjunto com os elementais da Terra de forma a garantir o correcto funcionamento do ar e do oxigénio para conseguir garantir a vida da Terra. 


Tal como todos os outros elementais os Silfos possuem também um Rei chamado Paralda que se diz viver na montanha mais alta do Mundo. É visto como uma fina e ténua névoa azul e todos os problemas que hajam associados aos Elementais do Ar são tratados por ele. Tal como o Rei Ghob, que vimos anteriormente, não deverá ser chamado em vão pois os Reis elementais são severos e não aceitam ser chamados por situações leves e sem sentido. 


O trabalho com os Silfos é um trabalho acima de tudo mental e de conexão astral dado esse ser o plano em que os mesmos se manifestam. É um trabalho demorado e que requer esforço e prática, dado que, como falamos, os Silfos são os elementais em vibração mais elevada e cuja conexão se torna mais díficil. É necessária paciência, persistência e determinação. Uma boa forma de contactar com estes elementais é através das acções associadas ao seu elemento tal como a poesia, a pintura, o pensamento, a filosofia, viagens e busca da sabedoria. Muitos são os poetas e filósofos gregos, como Sócrates, que se referiram aos Silfos pela sua grandeza de ser e a sua forma de ser. 

Outra das formas de contactar estes elementais é no seu próprio elemento indo a locais onde haja bastante vento (porém que sejam seguros!) como topos de montanhas e colinas, praias onde haja bastante vento, torres altas, etc. Também em locais associados às características do elemento (como escolas e bibliotecas ou até a viajar) são sítios em que é possível estabelecer uma ligação com os Silfos, os elementais do Ar.

E vocês, nossos leitores? Como são as vossas experiências com estes seres? 
Título: Practical Pagan: Commonsense Guidelines for Modern Practicioners
Autor(es): Dana D. Eilers
Pontuação: ★★★☆☆
Descrição: Oferece sugestões, dicas e ajuda realista aos que buscam e acreditam e praticam caminhos dentro do Paganismo para entender e encontrar seu lugar na comunidade. Estão incluídas discussões sobre o que significa ser pagão, envolver-se na comunidade pagã, mitos sobre o paganismo e dicas para "sair do armário de vassouras". O livro também fornece informações valiosas sobre a escolha de um caminho específico, a adesão a uma comunidade ou coven e a decisão de ser um praticante solitário. O livro contém diretrizes de conduta do senso comum, paganismo, família, amor e relacionamentos e também como educar-se sobre o paganismo. Este livro encoraja todos os buscadores e seguidores a seguirem sua própria inclinação e servirá como um guia e um recurso para aqueles que estão começando ou para aqueles que ainda estão buscando respostas.
Onde Comprar: N/A
Crítica: Este é um livro que, como o título indica, tem como propósito dar umas noções básicas de como ser Pagão e como viver a vida tendo como caminho religioso/espiritual o Paganismo. O livro está com uma boa ideia e premissa, porém, o conteúdo deixa um pouco a desejar. A autora repete várias vezes diversos termos (A quantidade de vezes em que a frase "The Practical Pagan does/thinks/knows..." (Ou seja: "O Pagão Prática faz/sabe/pensa..." é demasiado alta) e os conselhos que dá ao longo do livro acabam por ser mais conselhos sobre como ser um "bom ser humano" do que propriamente um "bom pagão". O livro contém dicas como "tomar banho frequentemente", "manter a casa organizada e tudo limpo", "apresentar-se decentemente no trabalho", "ser simpático com as pessoas", entre outro tipo de dicas que são apenas requerimentos básicos para viver em sociedade e que acabam por não ser necessários de referir ao longo do livro.

Porém o livro fala sim de várias dicas relacionadas com o Paganismo. Como o mesmo foi escrito e publicado em 2005 ainda não haviam muitos recursos na Internet sobre caminhos pagãos então algumas das dicas podem já estar fora de época (chats no Yahoo/AOL, correspondências por carta, etc.) porém muitos dos conselhos que a autora dá ainda podem ser aplicados nos dias de hoje como investigar ao máximo as pessoas com quem lidamos e questionar as pessoas em redor das mesmas, no caso de querermos juntar-nos a um grupo ou coven, estudar e ler o máximo de livros possíveis, conhecer pessoas na Internet e em festivais porém tendo sempre o cuidado e cautela de estarmos, para todos os efeitos, a lidar com estranhos, entre outros. A autora oferece também alguns conselhos legais sobre a prática aberta de Paganismo e o efeito do Paganismo em casos de custódia parental, porém, apenas aplicado à legislação em vigor à data nos EUA. É necessário cuidado redobrado e consulta da legislação em vigor para o país/local onde residimos.

No geral o livro não é uma má leitura e lê-se de forma muito simples e casual, com uma linguagem fácil e familiar. Existe alguma repitação de temáticas e de termos que acaba por tornar a leitura um pouco repetitiva mas com um pouco de esforço isso pode ser ultrapassado. Não posso dizer que seja dos livros que recomende de imediato mas, quem quiser experimentar e ler este livro, não ficará totalmente desiludido pelo mesmo.
IV - O Imperador

Nome do Arcano: O Imperador
Número: IV
Descrição: No baralho de Rider-Waite o Imperador é um homem adulto com uma barba longa e branca e uma coroa, um Rei. Encontra-se sentado com uma atitude austera num trono com representações de cabeças de bode e, ao fundo, vemos montanhas. Na mão direito o Imperador tem um Ankh egípcio e, na esquerda, tem um orb. A sua roupa é em tons de vermelho e o fundo, nas montanhas, é em tons de laranja. *
Símbologia: O Imperador serve como um arquétipo masculino, representando as figuras de autoridade e paternais. Este homem tem anos de experiência e vale a pena ouvir os seus conselhos pois ele já muito viu na sua vida. Tanto o fundo como as suas roupas, em tons vermelhos e laranjas, servem como símbolo da energia e paixão que os desafios que o Imperador nos dá oferecerem.  As montanhas atrás do trono e o próprio trono, decorado com as cabeças de bode, representam a intelectualidade, acção, liderança e determinação, sendo que o bode representa também a ligação deste arcano com o signo de Áries/Carneiro, que rege esta carta. Na mão direita o Imperador tem um Ankh, símbolo da vida, e na esquerda um orbe que representa o Mundo sobre o qual ele tem poder.

Significado:

  • Posição Normal
A carta do Imperador representa, acima de tudo, a figura paternal. Oferece orientação e conselhos, sendo que também representa a estrutura e estabilidade. A capacidade de criar ordem a partir do caos. Dominar a mente sobre o corpo e sobre o coração. O Imperador ensina-nos a ter auto-controlo e a conseguir dominar-nos de forma a que consigamos focar-nos nos nossos objectivos. A premissa por detrás deste domínio pessoal é semelhante ao pensamento do Microcosmo e do Macrocosmos. Ao dominar-nos a nós mesmos estamos mais perto de dominar o que nos rodeia e de ter controlo da nossa vida de forma a que possamos orientar a mesma para o objectivo pretendido. O Imperador pode representar a chegada de uma oportunidade que abra portas a atingir os objectivos porém, tal como a própria carta indica, isso irá implicar a necessidade de rigor, dedicação e disciplina. Esta carta mostra-nos que só com o trabalho e esforço de uma vida é que conseguimos atingir os nossos objectivos e que não devemos fraquejar nem querer que as coisas cheguem de forma simples e rápida. Pode também ser representação de uma presença paternal e forte na sua vida e que, as cartas em redor, lhe dirão como lidar com a mesma.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida o Imperador representa um abuso de poder e de autoridade em redor da pessoa alvo da leitura. Pode ser a nível interno (a própria pessoa estar a realizar um abuso de poder) ou a nível externo (a pessoa estar a ser alvo de um abuso de poder). Podem ser problemas com parceiros, figuras paternais ou até problemas legais e com o Estado/Governo. Porém esta carta urge-nos a não nos revoltarmos mas a tentar lidar com os problemas de forma lógica e calma. Ensina-nos a fazer face à autoridade mas não necessariamente de forma autoritária e tradicional mas de forma calculista e lógica. Se esta carta surgir invertida em situações relacionadas com trabalho ou carreira poderá representar a necessidade de sair de um ambiente autoritário e rígido ou então de dar de ser uma pessoa autoritária, mudando o tipo de carreira ou trabalho que está a fazer. A nível pessoal representa a falta de auto-controle e de ambição e, também, a dificuldade em lidar com figuras de autoridade. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Título: O Anuário da Grande Mãe: Guia Prático de Rituais Para Celebrar a Deusa
Autor(es): Mirella Faur
Pontuação: ★★★★☆
Descrição: O Anuário da Grande Mãe constitui-se no mais completo estudo sobre a Deusa publicado em língua portuguesa, e é o grande auxiliar na descoberta e celebração da energia renovadora e transmutativa do Sagrado Feminino.Os praticantes solitários e os grupos encontrarão também informações indispensáveis para os rituais, festejando a Roda do Ano através dos Sabbats e dos Esbats. As mulheres poderão melhor sintonizar-se com os ciclos da Lua, compreendendo como fluir com as suas fases e como conectar-se com as Deusas Lunares correspondentes. O leitor aprenderá a usar os ensinamentos das antigas tradições na sua vida moderna e descobrirá como enriquecer seu cotidiano com as bênçãos de mais de seiscentas Deusas provenientes das culturas dos cinco continentes.
Onde Comprar*: Wook | Scribd (Ativa dois meses grátis!)
Crítica: O "Anuário da Grande Mãe" é um excelente recurso para todos os praticantes que têm interesse em descobrir sobre mais Deusas e a sua forma de culto.
Tal como o título indica o livro está escrito em formato de anuário e a primeira parte do livro (cerca de 300 páginas) são uma listagem dos vários dias do ano e quais as divindades cujo culto é prestado no respectivo dia. O resto do livro aborda diversos assuntos como a Roda do Ano Wiccana, Os Esbats e as Fases Lunares, os Eclipses e Eventos Astronómicos e considerações para iniciantes.
Um aspecto que não gostei no livro e que achei que poderia ter sido mais bem explorado foi o facto de que as Deusas são vistas do ponto de vista Wiccano como faces de uma Grande Deusa e não do ponto de vista politeísta em que cada Deusa é uma divindade individual. Também o ponto de vista das celebrações ao longo do ano são vistas do prisma Wiccano (Roda do Ano), principalmente os últimos capítulos. Ao longo da primeira parte, dos dias do ano, porém existem diversas referências a celebrações pontuais a Divindades diferentes da Roda do Ano (Mistérios de Elêusis, Panateneias, etc) e que já serão mais aplicáveis a praticantes politeístas ou reconstrucionistas. Chamo a atenção principalmente a este facto, dado que pode tornar o livro menos útil para quem rege a sua prática por elementos não-Wiccanos.
A autora fala de divindades de variados panteões (grego, romano, celta, maia, japonês, coreano, etc) e também de elementos judaico-cristãos (santas, Maria Madalena, etc.). Aliás um dos aspectos do livro que não gostei foi exactamente esse: a presença de elementos judaico-cristãos como Anjos e Santas dado que, na minha visão pessoal, não são compatíveis com o meu caminho no Paganismo porém este aspecto não teve qualquer influência na minha crítica dado que depende da prática de cada um e muitos pagãos consideram estas entidades como partes válidas da sua prática. Mas para quem, como eu, não é fã fica o alerta.
Outra recomendação que faço é que o livro segue como um guia para as divindades femininas e as suas variadas celebrações, ou seja, de forma a cultuar uma divindade é sempre recomendável que a mesma seja explorada de forma mais profunda e não seja utilizada como um objecto (recomendo o vídeo "Deuses de Prateleira" da TCS). O livro é simplesmente um livro de referência e não, de todo, um livro que desenvolva o aspecto individual de cada divindade, há que ter isso em conta.
Em geral, o livro está bem desenvolvido e acho que abrange grande parte dos pontos essenciais no culto do Sagrado Feminino e das divindades femininas. É um excelente recurso e tenho pena que seja de tão difícil obtenção, dado que é um recurso muito bom para todos os interessados em cultuar divindades femininas e desenvolver uma prática regular.

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Hoje vamos falar dos quatro elementos e da sua importância, tal como também das suas características, representações e associações mágicas. 


Este é o elemento com o qual todos estamos mais familiarizados pois é o que constitui onde vivemos, a própria terra que pisamos. O elemento Terra é o alicerce dos restantes elementos e é nesse plano que nós passamos a maior parte do nosso tempo. O elemento Terra é um elemento feminino, associado à abundância e fertilidade o que fez com que muitos povos associassem este elemento a uma divindade, a Mãe-Terra. Está associado ao corpo, fertilidade, materialismo, dinheiro, prosperidade, responsabilidade, bosques, florestas, campos, pedras, cavernas, cristais, runas, ossos e toque. 

Direcção: Norte - Lugar da Escuridão
Energia: Receptiva. Fixa. Feminina.
Palavras-Chaves: Estar ou Calar.
Estação: Inverno - Tempo da Escuridão.
Signos: Touro, Virgem e Capricórnio
Elementares: Gnomos
Rei Elementar: Rei Ghob
Vento no Norte: Bóreas
Sentido: Norte
Idade: Velhice
Trabalho Ritual: Enterrar, plantar, fazer imagens na terra, jardinagem, magnetismo, pedras, magia de cordas, rituais para abundância material, emprego, estabilidade, emprego, crescimento, ganho material e negócios. 
Lugares: Cavernas, vales, florestas, campos cultivados, jardins, parques, cozinhas, minas, tocas, montanhas.
Cores: Preto, Vermelho, Verde, Castanho e Dourado.
Minerais: Cristais de rocha e escuros, com formas geométricas. Sal, minérios, terra, carvão. Ónix, Turmalina, Jaspe, azurita, ametista, fluorite, etc.
Metais: Ferro e chumbo.
Animais: Vaca, touro, cervo, veado, lobo, cabra, urso, touro, animais que vivam em tocas, minhoca, formiga, esquilo, cavalo, etc.
Símbolos: Pentagrama, sal, imagens, pedras, espigas de trigo, bolotas, montanhas, grutas, árvores, etc.
Instrumentos Musicais: Instrumentos de percussão.
Incensos: Benjoim.
Plantas e Árvores: Musgo, líquenes, nozes, plantas secas, grãos, aveia, arroz, hera, nozes, carvalho, raízes, figueira, etc.
Deusas & Deuses: Ceres, Deméter, Gaia, Persephone, Reia, Rhiannon, Atena.




Este é o elemento associado ao intelecto, ao pensamento e que constitui o primeiro passo para a criação. É a representação da visualização clara e limpa e é também o movimento que impulsiona essa visualização., Está associado a viagens, instrução e liberdade. É um elemento masculino e expansivo que domina os locais de aprendizagem. Rege a magia dos quatro ventos, das divinações e da concentração. Está associado à mente, trabalhos mentais, intuitivos e psíquicos, à criatividade, à meditação, à filosofia, ao debate, à memória, entre outros.

Direcção: Este - Lugar do Sol Nascente
Energia: Masculina, Projectiva, Mutável.
Palavras-Chaves: Saber.
Estação: Primavera - Tempo de Frescura
Signos: Gémeos, Balança e Aquário
Elementares: Silfos ou Fadas
Rei Elementar: Paralda
Vento no Este: Eurus
Sentido: Este
Idade: Infância
Trabalho Ritual: Passar objectos pelo fumo, atirar objectos ao ar, suspender objectos em lugares altos, pendurar objectos ao vento, soprar objectos ou em objectos,  
Lugares: Sítios ventosos, topo das montanhas, planícies  batidas pelo vento, colinas, praias ventosas, torres altas, bibliotecas, escritórios, etc.
Cores: Branco, azul-claro, tons pastel, amarelo.
Minerais: Pedras claras e transparentes, ametista, fluorite branca, pedra da Lua, alexandrita, pedras azuis, topázio, rodocrosite.
Metais: prata, cobre e estanho.
Animais: Falcão, pomba, lobo, veado, gato, raposa, tartaruga, pássaros no geral, insectos voadores, aranha, corvos.
Símbolos: Céu, vento, respiração, vibração, nuvens, brisa.
Instrumentos Musicais: Flauta e instrumentos de sopro.
Incensos: Hortelã, lavanda, erva-cidreira, sálvia, mirra, alecrim e olíbano.
Plantas e Árvores: Mirra, alfazema, verbena, prímula, plantas aromáticas, mirra, freixo, bétula, palmeira.
Deusas & Deuses: Aradia, Arianrhood, Enlil, Mercúrio, Toth, Atena


Este é o elemento associado à vida, à energia, força, vontade e autoridade. É um dos elementos que gerou muita admiração religiosa e encontra papel em várias religiões do Mundo e tem papel principal em vários mitos, de várias culturas, como serve de exemplo o Mito de Prometeu na Grécia Antiga. Este é o elemento da mudança, da vontade e paixão. É também o reino da seuxalidade e não representa apenas o fogo sagrado do sexo e a intensidade do acto sexual mas também a faísca divina de cada um de nós. 

Direcção: Sul
Energia: Masculina, Projectiva, Activa.
Palavras-Chaves: Querer.
Estação: Verão - Tempo de Calor.
Signos: Carneiro, Leão e Sagitário
Elementares: Salamandras
Rei Elementar: Djinn
Vento no Norte: Notus
Sentido: Sul
Idade:Juventude
Trabalho Ritual: Queimar, defumar e aquecer ou derreter.
Lugares: Desertos, vulcões, fornos, saunas, ginásios, quarto (sexo), fontes termais.
Cores: Vermelho, amarelo, laranja, dourado, branco, cores de chamas.
Minerais: Pedras vermelhas, jaspe, vulcânicas como a lava, opala vermelha, rubi, ágata, cornalina rosa, âmbar, citrino, areia da praia, rubi, carnélia, ágata.
Metais: Ouro, latão, cobre, aço.
Animais: Tigre, leão, coiote, raposa, porco-espinho, texugo, urso, fénix, dragão, abelhas, tubarões, escorpiões.
Símbolos: Adaga, velas, chama, lava, estrelas, Sol, relâmpagos.
Instrumentos Musicais: Guitarra e instrumentos de corda.
Incensos: Olíbano, canela, resina.
Plantas e Árvores: Plantas com picos como os cactos, plantas quentes como as malaguetas, mostarda e estimulantes como o café. Também alho, hibisco, cebola, pimenta vermelha, nozes, papoilas, hibisco.
Deusas & Deuses: Agni, Horus, Hefesto, Prometeu, Héstia, Vesta, Brigit, Pele, Marte.


Este é o elemento com ligação às emoções, à introspecção, à reflexão e intuição. Está ligado à purificação e à mente subconsciente. Assim como a água é fluida e adapta-se e molda-se ao seu exterior, também assim são as nossas emoções. O elemento Água está muito relacionado com o autoconhecimento, jornadas xamânicas, comunicação espiritual, dormir e sonhos, felicidade, segurança. 

Direcção: Oeste
Energia: Receptiva. Mutável. Feminina.
Palavras-Chaves: Sentir ou Ousar.
Estação: Outono - Tempo de colheita
Signos: Caranguejo, Escorpião e Peixes.
Elementares: Ondinas
Rei Elementar: Necksa ou Niksa
Vento no Norte: Zéfiro
Sentido: Paladar
Idade: Maturidade
Trabalho Ritual: Diluição, lavar, banhar, poções, cozinhar.
Lugares: Lagos, rios, fontes, poços, praias, banheiras, nascentes, ribeiros, piscinas, oceano.
Cores: Azul, azul-esverdeado, cinzento, preto, prateado, cinza, índigo.
Minerais: Água-marinha, ametista, turmalina azul, coral, fluorita azul, topázio, pedras transparentes ou translúcidas, pedras de rio ou mar, lápis-lazúli, sodalite, conchas.
Metais: Mercúrio, Prata.
Animais: Serpentes, golfinhos, peixes, mamíferos marinhos, caranguejo, rã, gato, cisne.
Símbolos: Taça, caldeirão, conchas, copo de água, íman, gelo, neve, nevoeiro, oceanos, rios .
Instrumentos Musicais: Címbalo, sinos e instrumentos de metal.
Incensos: Mirra, camomila, sândalo.
Plantas e Árvores: Lótus, nenúfares, algas, gardénia, lavanda, feto, musgo, salgueiro, couve-flor.
Deusas & Deuses: Afrodite, Isis, Selene, Arianrhod, Osíris, Neptuno, Poseidon, Iemanjá.


Qual o vosso elemento favorito? Com qual têm mais ligação e preferem trabalhar e qual o que têm mais dificuldade?


III - A Imperatriz


Nome do Arcano: A Imperatriz
Número: III 
Descrição: No baralho de Rider-Waite a Imperatriz é caracterizada por uma mulher de cabelos loiros, roupas com padrão de sementes de romã e aura calma, com uma coroa de estrelas e sentada numa cadeira com uma leque de diversas almofadas e panos de seda e veludo. Encontra-se rodeada de uma floresta belíssima, com um rio a correr. Na frente dela encontra-se trigos dourados, a surgir do chão. *
Simbologia: A Imperatriz  é o arquétipo da Mãe-Terra, do Princípio Feminino e da Fertilidade. Associada a Deusas férteis como Deméter e Freyja, é uma carta influenciada pelo planeta Venus e as suas características de amor, harmonia e beleza. A Imperatriz tem na sua cabeça uma coroa de estrelas que representa a sua ligação aos céus e aos reinos dos elementares. Aos seus pés, os trigos de grão associam-se à abundância da colheita. Atrás de si o rio representa o elemento água e a conexão à intuição e ao lado emocional da mulher e, inclusive, à conexão profunda desta carta com o elemento Terra dada a floresta abundante que rodeia o rio e marca presença nesta carta. Por fim, a Imperatriz encontra-se sentada em várias almofadas e mantos luxuosos de diversos materiais, representando a beleza e o símbolo de Vénus, marcado num dos tecidos. Também as suas roupas são representações da fertilidade, com imagens de sementes de romã, à semelhança do que já vimos em Arcanos anteriores.

Significado:

  • Posição Normal
A Imperatriz demonstra-nos uma grande conexão com o feminino e com o lado feminino, Anima, de cada um. Ela chama e manda-nos prestar atenção ao lado feminino e ao que lhe corresponde. É um excelente sinal para se dedicar a criar novas coisas na sua vida, tal como a mulher cria vida. Novos projectos, associados a coisas relacionadas à feminilidade (arte, beleza, etc.). Mime-se e expresse-se criativamente seja através da arte, da música, de drama, pintura, etc. Arranje uma forma de exprimir essas características, presentes em todos nós (e até nos homens, para quem está confuso). A Imperatriz pode também representar gravidez e deverá confirmar nas cartas que se encontram em redor se trata-se de uma gravidez real ou de uma gravidez simbólica, como o nascer de um novo projecto ou ideia. Em paralelo, esta carta incentiva também a conectar com a energia primordial do Universo e pode representar a vinda de coisas boas para a vida do alvo da leitura.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a Imperatriz alerta-nos para diversos aspectos, principalmente a nível de relações pessoais e amorosas. Poderá significar que as relações que se encontram a decorrer estão pouco estáveis por diversos motivos, tal como a ausência de uma forma de expressão ou um "sufocar" do parceiro, a nível emocional. É necessária introspecção e meditação interior para descobrir o que estará a falhar e recorrer a comunicação entre os envolvidos. Evite sufocar os outros com as suas preocupações e deixe-os ter espaço para se desenvolverem também. Garanta que também tem a sua independência e espaço para crescer, pois a Imperatriz representa também a falta de espaço para crescimento e perda de poder pessoal. Algo está em falta na sua vida e é necessário encontrar o que é, ao invés de tentar vários projectos ou caminhos para encontrar o que substituirá o que está em falta. É necessário meditação e introspecção pessoal de forma a entender o que estará em falta e a causar a quebra na harmonia. Por fim, a Imperatriz pode também representar problemas com gravidez, dependendo das cartas que a rodeiam. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Tim Schramm)
Como falamos anteriormente cada um dos elementos tem espíritos elementais associados sendo que, no caso do elemento Terra, os espíritos elementais são os Gnomos. Os Gnomos são dos elementais mais acessíveis para trabalhar, porém, são fácilmente ofendidos e devem ser respeitados, pois a honra e o trabalho são mais importantes para eles. 

Como falamos anteriormente cada um dos elementos tem espíritos elementais associados sendo que, no caso do elemento Terra, os espíritos elementais são os Gnomos. Os Gnomos são dos elementais mais acessíveis para trabalhar, porém, são facilmente ofendidos e devem ser respeitados, pois a honra e o trabalho são mais importantes para eles. 

Os elementais possuem características associadas ao seu elemento. Enquanto trabalhemos com eles enquanto energias e entidades energéticas, os Gnomos (e os restantes elementais) podem assumir formas perante os humanos, de forma a facilitar a conexão. Os Gnomos, por norma, possuem uma forma semelhante ao homem e envelhecem, tal como o humano, apenas a um ritmo muito mais lento. São muito conhecidos nas histórias populares e em diversas lendas, estando presente em imensos contos de fadas para crianças. 

Fisicamente os Gnomos surgem como tendo um corpo humano e diversas características, sendo que as cores (de cabelo, olhos, pele, roupas, etc) são intimamente associadas à planta à qual eles estão associados, dado que cada planta, árvore, rocha, etc tem um elemental associado e, esse Gnomo, assume qualidades referentes ao seu lar. Quando uma planta ou árvore morre, o elemental morre com ela. Os Gnomos, tal como os restantes elementais, conseguem-se movimentar livremente dentro do seu elemento e podem sofrer com a influência excessiva de outros elementos (queimados, afogados, etc), tal como o seu elemento pode sofrer com a influência de outros elementos (ex: fogos florestais, inundações, etc).

Os Gnomos são elementais bastante acessíveis, porém não devem ser chamados em vão, principalmente o seu rei, o Rei Ghob, Senhor do elemento da Terra. É um ser de bastante idade e representante máximo dos Gnomos e dos Elementais da Terra, associado também à Torre do Norte, ponte cardeal associado ao elemento terra.  

Estes elementais muito trabalhadores e severos e exigem muito respeito por parte dos humanos. Se nos esforçarmos e demonstrarmos vontade e disciplina, eles têm muito para nos ensinar (e nós para aprender!). Os Gnomos são também bastante honestos e detestam ver os seus poderes e ensinamentos utilizado para fins egoístas, acabando por castigar quem assim faça. 

Uma das funções dos Gnomos é a de manter a harmonia a nível do elemento Terra e de cuidar as energias do elemento Terra, das plantas, das árvores, das rochas, etc. São também os responsáveis pelas leylines, linhas energéticas que atravessam o nosso planeta. O seu trabalho consiste em manter as energias a fluir pelas linhas e garantir que as mesmas se encontram equilibradas. 

O trabalho com os Gnomos é um trabalho de desenvolvimento lento e consistente e uma mais valia para o equilíbrio pessoal e ajuda a desenvolver a determinação, a paciência e a persistência, características tipicamente associadas ao elemento Terra.

E vocês, nossos leitores? Como são as vossas experiências com estes seres? 
II - A Sacerdotisa


Nome do Arcano: A Sacerdotisa
Número: II
Descrição: No baralho de Rider-Waite a Sacerdotisa é caracterizada por uma mulher sentada num cubo entre dois pilares, um preto e um branco. Na sua mão tem um livro e, aos seus pés, uma meia lua. Atrás de si tem um tapete na parede com representações da Natureza com significados esotéricos como a romã. Vestido a Sacerdotisa tem roupas azuis claras. A sua coroa é uma Lua tripla. *
Símbologia: A Sacerdotisa senta-se entre dois pilares, um negro e um branco simbolizando a escuridão e a luz e estes dois pilares assumem a forma dos pilares do Templo de Salomão, o que nos leva a crer que a Sacerdotisa serve como mediadora entre planos. O azul dos seus robes simboliza o conhecimento e a coroa que usa representa a Deusa Tríplice. No seu peito encontra-se um cruz solar, que nos representa o equilíbrio entre o feminino e o masculino. Atrás de si, o tapete é uma forma de impedir os curiosos de entrar e, ao mesmo tempo, mostra representações importantes como a romã, um dos símbolos da Deusa Perséfone (fazendo novamente um apelo ao papel de mediadora entre planos, tal como Perséfone que passa metade do ano em Hades e outra metade com a sua mãe, Démeter). No seu colo, a Sacerdotisa tem um livro Torah metade escondido, representativo de conhecimentos escondidos. E, aos seus pés, a meia lua simboliza o controlo sobre a intuição.

Significado:

  • Posição Normal
A Sacerdotisa, no Tarot, representa a sabedoria, serenidade, compreensão e conhecimento, sendo até descrita como a Guardiã do Subconsciente, pois, tal como a sua descrição nos mostra, ela é mediadora dos planos e encontra-se num espaço próprio que permite ter acesso à parte mais profunda das nossas intuições. Ela sabe as chaves que são precisas para abrir todas as portas dentro de nós. Representa a sabedoria eterna e divina, iluminação espiritual e crescimento interno. O seu conhecimento do universo é intuitivo e profundo. Com a Sacerdotisa as coisas não são lógicas e pragmáticas mas sim intuitivas e fluídas. Quando esta carta surge o Universo urge-nos a ouvir a voz interior e a nossa intuição e olhar para dentro de nós para obter as respostas. Como mediadora dos espaços, a Sacerdotisa é a ligação entre o consciente e o subconsciente, a área do nosso ser cuja comunicação apenas pode ser efetuada por símbolos e não palavras. Ela leva-nos a estar mais atentos ao nosso interior, aos nossos sonhos e intuição, em busca dos símbolos que irão trazer as respostas procuradas.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a Sacerdotisa diz-nos que não estamos a dar ouvidos à nossa voz interior. É necessário parar e ouvir atentamente. Esta carta mostra-nos que a pessoa em causa está demasiado desligada do seu interior e da sua intuição e que, poderá, estar a dedicar demasiado tempo a coisas externas ou aos problemas dos outros e que precisa de parar e de se focar em si e apenas em si. Não é egoísta parar e focar-nos em nós mesmos, é necessário. Este Arcano pode também representar sentimentos reprimidos e demasiada dependência de opiniões externas. A Sacerdotisa ensina-nos a focar em nós mesmos, em ganhar confiança nas nossas acções e decisões e em seguir o nosso caminho, de forma confiante. Não é precisa validação de outros, apenas de nós mesmos. 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 

A Carga do Deus é outro dos Textos importantes para a Wicca. A versão que vos apresento hoje foi escrita por Janet e Stewart Farrar, baseando-se em parte na Carga da Deusa escrita por Doreen Valiente porém referente à figura do Deus Wiccano.

Apresento-vos a versão original, em inglês, e posteriormente a tradução do texto traduzida para português.

Original: Charge of the God © Janet and Stewart Farrar

Listen the words of the Great Father,
Who of old was called Osiris, Adonis, Zeus, Thor, Pan, Cernunnos,
Herne, Lugh and by many other names:

"My Law is Harmony with all things.
Mine is the secret that opens the gates of life
And mine is the dish of salt of the Earth,
That is the body of Cernunnos,
That is the eternal circle of rebirth.
I give the knowledge of life everlasting,
And beyond death I give the promise of regeneration and renewal.
I am the sacrifice, the father of all things,
And my protection blankets the earth."

Hear the words of the dancing God,
The music of whose laughter stirs the winds,
Whose voice calls the seasons:

"I who am the Lord of the Hunt and the Power of the Light,
Sun among the clouds and the secret of the flame,
I call upon your bodies to arise and come unto me.
For I am the flesh of the earth and all it's beings.
Through me all things must die and with me are reborn.
Let my worship be in the body that sings,
For behold all acts of willing sacrifice are my rituals.
Let there be desire and fear, anger and weakness,
Joy and peace, awe and longing within you.
For these too are part of the mysteries found within yourself, within me,
All beginnings have endings, and all endings have beginnings."

Tradução em Português: A Carga do Deus

Ouça as palavras do Grande Pai,
Que antigamente era chamado Osiris, Adonis, Zeus, Thor, Pan, Cernunnos,
Herne, Lugh e por muitos outros nomes:

"Minha Lei é harmonia com todas as coisas.
Meu é o segredo que abre os portões da vida
E meu é o prato de sal da Terra,
Esse é o corpo de Cernunnos,
Esse é o círculo eterno do renascimento.
Eu dou o conhecimento da vida eterna,
E além da morte eu dou a promessa de regeneração e renovação.
Eu sou o sacrifício, o pai de todas as coisas,
E minha proteção cobre a terra ".

Ouça as palavras do deus dançante,
A música de cuja risada agita os ventos,
De quem a voz chama as estações:

"Eu, que sou o Senhor da Caçada e o Poder da Luz,
Sol entre as nuvens e o segredo da chama,
Chamo os seus corpos a surgir e venha até mim.
Pois eu sou a carne da terra e de todos os seres.
Através de mim, todas as coisas devem morrer e comigo são renascidas.
Deixe minha adoração no corpo que canta,
Pois eis que todos os atos de sacrifício voluntário são meus rituais.
Que haja desejo e medo, raiva e fraqueza,
Alegria e paz, admiração e saudade dentro de você.
Pois estes também são parte dos mistérios encontrados dentro de você, dentro de mim,
Todos os começos têm finais, e todos os fins têm começos".

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Este trabalho é dedicado às Senhoras Ἑκάτη (Hekate) e Περσεφόνη (Persephone)

Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0