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Sob o Luar


Os chakras são dos tópicos mais famosos do Hinduísmo que foram adoptadas para o pensamento esotérico ocidental, tendo passado por várias adaptações e, no ponto de vista de muitos praticantes, criações de novos sistemas associados aos Chakras. Originalmente, os chakras (da palavra sânscrita चक्र (que significa “roda”) são um variado número de pontos ao longo do nosso corpo, utilizados em vários métodos de meditações e outras práticas antigas, originárias de tradições dentro do Hinduísmo. 

Neste artigo vou apenas focar-me no Sistema de Chakras Ocidental, nomeadamente, o sistema que conhecemos hoje em dia que é constituído por sete chakras espalhados pelo corpo, criando uma linha ao longo da nossa espinha, conectando-nos ao céu (através do chakra da coroa) e à terra (através do chakra da raíz). Este sistema ocidental surgiu no início do século XX com autores como Sir Woodroffe e Charles Leadbeater. 

Os sete chakras são: 

Chakra da Raiz
Nome: Muladhara 
Localização: Base da coluna/região do períneo.
Descrição: Este chakra está ligado à Terra e à nossa ligação ao mundano e terreno, oposto ao chakra da coroa. 


Chakra Sexual
Nome: Swadhistana 
Localização: Região do baço.
Descrição: Este chakra está associado ao movimento e ao fluxo. Pode também ter ligação aos órgãos sexuais, dada a sua proximidade. 


Chakra do Plexo Solar
Nome: Manipura 
Localização: Aproximadamente dois dedos acima do umbigo.
Descrição: Este chakra está ligado ao processo digestivo e à nossa autodescoberta, sendo associado à força e à determinação. 


Chakra Cardíaco
Nome: Anahata
Localização: Região do coração.
Descrição: Este chakra é o ponto de encontro das energias do nosso corpo, estando ligado ao equilíbrio do corpo e do espírito. 


Chakra Laríngeo
Nome: Visuddha
Localização: Região da laringe.
Descrição: Este chakra está associado à comunicação, devido à sua proximidade com as nossas cordas vocais. 


Chakra Frontal 
Nome: Ajna or Agya
Localização: Região inferior da testa, um pouco acima do espaço entre as sobrancelhas.
Descrição: Este é o chakra associado ao famoso “terceiro olho” e está ligado à clarividência e à Visão.


Chakra Coronário
Nome: Sahasrara
Localização: A coroa, topo da cabeça. 
Descrição: Este é o chakra que nos conecta ao céu/ao espiritual/ao nosso Eu superior. 


Por norma, os chakras são utilizados como auxiliares em técnicas de meditação, começando no chakra mais baixo (o da raiz) até ao mais alto, com estados meditativos e até cânticos ou mantras para cada um destes chakras. Estes pontos são também trabalhos em várias terapias como o reiki, yoga, cristaloterapia, terapias com música, etc. Para quem deseja começar a trabalhar com estes pontos energéticos, a melhor forma será através de meditação, sendo que podem encontrar online (no Youtube e até no Spotify) várias jornadas meditativas que ajudam a trabalhar com os chakras, a alinhar os mesmos, a abri-los e muito mais.

Se gostavas de saber um pouco mais sobre Chakras, eu fiz um texto exclusivo para o Baú dos Mistérios de Hécate e está disponível para compra lá na loja! 

E vocês, costumam trabalhar com chakras? 

Hoje vamos falar de um tópico que é sensível mas importante de ser referido nas nossas comunidades: A ética por detrás dos cristais e de (algumas) plantas. 

Muitos de nós quando começamos a praticar Bruxaria (ou Paganismo) sentimo-nos rapidamente atraídos pela quantidade enorme de cristais bonitos e muitas cores que vemos nas lojas esotéricas e nos feeds das redes sociais de outros praticantes. E, é normal, que acabemos por começar a comprar os nossos próprios cristais, começar a nossa própria coleção e começar a trabalhar com eles. Mesma coisa com as plantas, vemos alguém a queimar sálvia ou palo santo e achamos que temos de ter aquilo ou a nossa prática "não é tão boa" ou "não é completa". E como estamos no início, nem nos lembramos de investigar mais sobre estas coisas e se realmente as devemos fazer. E é disso que venho falar hoje. 

Começando pelos cristais, porque razão é que devemos ter atenção à forma como compramos e adquirimos cristais? A maioria dos cristais são minados em minas espalhadas pelo mundo inteiro, com principal foco em países da América do Sul, Ásia ou África. É comum que muitas destas minas alberguem trabalhadores em condições de pobreza extrema (ou até de exploração/escravatura/trabalho forçado) ou, em muitos casos, trabalhos infantis. Em 2019 o jornal o Guardian reportou que cerca de 85 mil crianças estavam a trabalhar em minas de exploração de cristais (como turmalina ou cornalina) em Madásgascar. E são esses cristais que depois são vendidos para países ocidentais com o objetivo de serem vendidos a preços exurbitantes e como "ferramentas de cura", enquanto as pessoas que estiveram nas minas vivem em pobreza e exploração. Para além destes dois factores, também a saúde das pessoas que trabalham nestas minas estão gravemente comprometida dado que o trabalho de polir cristais liberta vários tóxicos prejudiciais à saúde e principalmente aos sistemas respiratórios. E, infelizmente, grande parte destas minas não disponibiliza aos seus trabalhadores material apropriado para a sua própria proteção.

Para além do impacto nas pessoas que estão envolvidas diretamente no processo de extração dos minerais/cristais, também a própria natureza é afectada por esta atividade que tem tendência a criar contaminação de água potável e de vias aquáticas em redor das minas ou, até, destruindo habitats e cortando florestas para aceder a zonas passíveis de serem minadas. 

Fez-te impressão ler isto? Acredito que sim mas, infelizmente, é a realidade associada ao comércio e à obtenção de cristais e pedras preciosas e para o qual estamos diretamente a contribuir quando não temos cuidado na obtenção dos nossos cristais. Sim, porque há formas de evitar isto! Como evitar? Bem...
  • Tenta comprar sempre cristais em segunda mão, através de lojas de velharias, OLXs, Vinted, Facebook Marketplace, etc. 
  • Caso não consigas comprar em segunda mão, investiga bem as lojas a partir das quais estás a comprar os teus cristais e garante que a mesma consegue garantir (ou melhor ainda, tem política pública sobre o assunto) que os cristais são fornecidos de forma ética. Há vários fornecedores hoje em dia que garantem que a exploração dos cristais é feita de forma ética e cuidada através de um controlo apertado das condições e políticas em vigor em cada uma das minas. 
  • Utiliza cristais que encontres perto de ti! Procura na tua zona, principalmente perto de rios ou montanhas, e de certeza que encontrarás vários cristais, principalmente da família de quartzos que podem ser utilizados na tua prática. Não precisas de ter a malachite topo de gama para um feitiço funcionar, um quartzo encontrado no teu quintal é um excelente aliado (e que te pode ajudar a conectar melhor com a tua terra e local onde vives). 
E a nível das ervas? Este é outro ponto importante nas nossas comunidades, contudo, vou apenas falar de duas plantas específicas que se tornaram virais e muito famosas nas redes sociais devido ao seu uso abusivo por parte de praticantes de new-age americanos que é a "Sálvia Branca" e o "Palo Santo". Estes dois tipos de planta são nativos das Américas e não existem (de forma natural/nativa) em territórios europeus. São plantas habitualmente utilizadas por povos indígenas em cerimónias religiosas e nos seus cultos pessoais contudo, ao longo dos últimos anos, vieram a ser apropriadas por praticantes de tradições new-age que acabaram por fomentar uma exploração de forma abusiva destas plantas que não só tem um impacto forte no ambiente (a sobre-exploração de uma planta acaba por criar complicações no solo e nos locais onde a mesma está a ser constante explorada) e, também, de um impacto forte a nível social, em que estas ervas são apropriadas aos povos indígenas (mais infos aqui). E, hoje em dia, é comum ver estas plantas à venda em imensas lojas esotéricas espalhadas por Portugal, inclusive a preços exorbitantes. 

E a realidade é que nós não precisamos destas ervas. Sim, leram bem, não precisamos destas ervas. Portugal tem imensas plantas que lhe são nativas e que possuem exatamente os mesmos propósitos que a sálvia branca e o palo santos fazem, como o alecrim, a arruda, a sálvia normal, etc. São plantas que são nativas do nosso território, que são fáceis de plantar e de cuidar (inclusive em vasos) e que podem ser utilizadas para todas as coisas nas quais utilizariam as outras duas plantas. E com ainda mais vantagens! Principalmente as de que não estamos a importar plantas que precisam de vir do outro lado do mundo (e, por consequência, trazem consigo uma pegada ecológica muito má) e também porque ao estarmos a trabalhar com plantas que são nativas do local onde vivemos, acabamos por criar uma ligação ainda mais estreita com a flora e a natureza do local onde vivemos. As plantas são nossos aliados na nossa prática e nada melhor do que nos conectar com elas no seu local natural, ao invés de estarmos a mandar vir plantas de outro lado do mundo. 
 
E vocês? Já sabiam disto? 
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0