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Sob o Luar


Unsplash (Tania Melnyczuk)

Hoje voltamos a falar sobre a Bruxaria de Cozinha e os Sabbats e vamos falar de Litha ou do Solstício de Verão! 

Se quiserem saber mais sobre este festival temos um artigo aqui no nosso site sobre o mesmo!

Festival: Litha ou Solstício de Verão
Datas: 20/21/22/23 de Junho (HN) ou 20/21/22/23 de Dezembro (HS)

Litha ou Solstício de Verão ocorre quando o sol atinge o seu pico mais alto no céu e é o dia mais longo do ano e a noite mais curta. A partir desta data a duração dos dias começa a diminuir. As noites são curtas e tradicionalmente cheias de luzes: as estrelas brilhantes do céu nocturno, os vaga-lumes, as fogueiras e decorações que caracterizam as ruas. Na Roda do Ano Wiccana este festival assinala o ponto mais alto do Deus e a partir do qual o Deus começa a enfraquecer até à sua morte. 

O fogo é divinizado e tal aspecto notasse nas fogueiras que se acendiam antigamente pelas ruas e à porta das casas como também pelas iluminações que enfeitam as cidades. Ainda hoje, em várias práticas cristãs celebradas pela altura do Solstício (os Santos Populares) há muito a ideia da fogueira e do fogo. Também neste festival é considerado que o véu entre o nosso mundo e o mundo das fadas está mais fraco, sendo uma altura propícia para a conexão com estes elementais e seres, de forma cuidadosa. 

A nível de comida no Solstício temos um foco muito grande em frutas e vegetais frescos. Estamos numa altura de abundância de produtos naturais e de uma Natureza rica em ingredientes e recursos que nos são muito úteis nas nossas aventuras culinárias. Como tal, devemos privilegiar frutas frescas da época e vegetais frescos da época. Podemos fazer sumos, gelados, saladas, saladas de frutas, gelados, smoothies, sopas frias entre outras refeições frescas e propícias para esta altura do ano. Também nas bebidas podemos apostar em produtos naturais com frutas frescas ou, no caso de bebidas alcóolicas, em bebidas à base de cereais ou mel como a cerveja e hidromel ou até bebidas caseiras à base de frutas frescas da época. 

Algo que pode ser feito nesta altura do ano também, principalmente em zonas como Portugal em que há uma tradição muito forte na celebração dos Santos Populares que, como dito anteriormente, coincidem na mesma altura do Solstício de Verão, é utilizar alimentos que são típicos dessas celebrações como o pão, as sardinhas, os grelhados, etc. Podemos aqui, através da comida, estabelecer uma ponte entre as nossas celebrações e as celebrações do que convivem em nosso redor, porém, fazem parte de outras tradições. Recordemos que grande parte das celebrações cristãs da actualidade como os Santos Populares, Natal, Páscoa, etc tem muita inspiração de práticas pagãs dos povos antigos e, como tal, acabam por coincidir com práticas que estão  incluídas na nossa prática actual. E esta é uma excelente forma de estabelecer uma comunicação e ligação com as pessoas da nossa vida que seguem outros ramos religiosos. 

Temos de aproveitar o Solstício de Verão para cozinhar e comer todos aqueles produtos e ingredientes que brevemente não estarão disponíveis naturalmente (ou seja, sem ser através de estufas artificiais) na Natureza com a chegada iminente do Outono e das épocas das colheitas, por isso, usem e abusem dos frutos frescos, dos vegetais, dos grelhados, das bebidas e inovem na criação de alimentos como sopas, gelados, bebidas, cocktails, entre outros!

E vocês? Que tipo de alimentos gostam de cozinhar nesta altura do ano? 

Nota: Existe um grande debate nas comunidades pagãs por detrás do uso das palavras Mabon/Ostara/Litha. Para fácil acesso por iniciantes optámos por manter a denominação neste artigo, contudo, aconselhamos a leitura deste texto e deste texto para esclarecimentos adicionais. 

Referências: 
"Wicca in the Kitchen" de Scott Cunningham 
"Kitchen Witchcraft (Pagan Portals)" de Rachel Patterson
Unsplash (Anshu A)
Hoje voltamos com um artigo da nossa série de Bruxaria de Cozinha e a Roda do Ano e vamos falar sobre Beltane!

Se quiserem saber mais sobre este festival temos um artigo aqui no nosso site sobre o mesmo!

Festival: Beltane
Datas: 01 de Maio (HN) ou 31 de Outubro (HS)

Beltane é um festival que assinala o pico da Primavera e o auge da fertilidade, sendo o ritual tipicamente associado ao Grande Rito e à consumação da relação entre o Deus e a Deusa, nas tradições Wiccanas. Os campos estão floridos, a Primavera já chegou e já se instalou em nosso redor, com os seus campos verdejantes, os animais em época de acasalamento e a frescura do bom tempo no ar. Existe, neste festival, um foco em divindades voltadas para a Natureza como Cernunnos, Pan, Belenus, entre outros.

Como celebração de fertilidade e de Primavera, grande parte das práticas associadas a este festival estão ligadas à sexualidade e à prosperidade. É nesta época que vemos os Mastros de Beltane, ou May Poles, e são feitas danças em volta do mesmo com muita alegria e boa disposição. Também as fogueiras são acendidas para representar o fogo dentro de nós e a paixão ardente. Em várias tradições, esta é a altura de assinalar os momentos de crescimento e prosperidade, sendo a altura para começar novos projectos e novas aventuras nos nossos caminhos.

Existem vários alimentos que estão associados a esta altura do ano tal como todo o tipo de lactícnios e pratos que possam ser criados com os mesmos, flores comestíveis, doces e aveia ou doces/comidas criadas com aveia e alimentos semelhantes. Esta altura do ano era, principalmente na Escócia, muito associada à aveia e alimentos semelhantes, como tal, para quem tem ligações com essa zona do Mundo, será uma boa inclusão alimentar! Aconselho também a procurarem quais os alimentos da época na zona onde vivem e incorporarem na vossa prática. 

São vários os pratos que podem ser feitos com as energias deste festival são vários tipos de tartes que levem ovos e frutos da época para sobremesas. É também muito bom, para esta altura do ano em que o calor começa a voltar, começar a introduzir gelados na nossa alimentação. Podem fazer gelados caseiros com frutos da época e locais da vossa zona, se conseguirem ter acessos aos mesmos. Estão não só a incluir frutos locais e da época como também a utilizar uma base de leite (ou substituto do leite) que conecta mais com este festival. Se quiserem, de forma a despertar um pouco mais o lado sexual deste festival, podem também incorporar comidas um pouco mais picantes, como pratos que incluam pimentas ou piri-piri e afins. Podem também incluir na mesa festival vários tipos de queijo, se gostarem. Se tiverem possibilidade, recomendo verem quais os queijos locais da vossa zona e apoiarem esses pequenos artesãos. Quiches com vegetais e até flores comestíveis são também pratos que podem ser aplicados e parte do menu nesta altura do ano. Vários pratos frescos e com energia do Verão que se aproxima podem, e devem, fazer parte da nossa mesa como saladas (de frutas ou de vegetais!), iogurtes, gelados, entre outros. Sem medos de inovar! 

E vocês? Que tipo de alimentos gostam de cozinhar nesta altura do ano? 

Referências: 
"Wicca in the Kitchen" de Scott Cunningham 
"Kitchen Witchcraft (Pagan Portals)" de Rachel Patterson
Unsplash (Hudson Hintze)
Hoje vamos falar sobre a diferença da prática solitária e da prática em grupo, dentro da Bruxaria e do Paganismo. Não iremos abordar nenhum caminho em específico, sendo que vamos falar em termos mais abrangentes. Existem várias formas de trilhar o caminho pagão e de realizar a nossa prática, desde forma solitária, em grupo, uma mistura das duas, etc. Porém, é normal, quando estamos a começar não ter a certeza de qual a melhor escolha para nós e ter medo de tomar a escolha errada. É esse ponto que planeamos abordar hoje e ajudar a reflectir um pouco melhor sobre estas modalidades de prática pessoal. 

A escolha entre participar num grupo ou praticar de forma solitária é uma das principais questões que muitos iniciantes colocam a si próprios. É normal olharmos para comunidades e pequenos grupos e sentir a vontade de participar e pertencer em grupos semelhantes e construir uma família mágica com irmãos e irmãs da Arte. E é natural, também, olharmos para algumas Bruxas solitárias e pensarmos o quanto libertador seria trilhar um caminho solitário e livre, dentro da nossa própria vontade e sem restrições exteriores. Ambos os métodos de praticar são totalmente válidos e, até, intercaláveis. Um método não implica exclusividade. É possível ser parte de um grupo ou de um coven e, ao mesmo tempo, desempenhar a nossa prática solitária. Ou ter uma prática predominantemente solitária e, em ocasiões especiais ou em celebrações anuais, reunir com um grupo de amigos e celebrar num ritual de grupo. Não é obrigatório, de todo, fazer uma escolha única e proibir-nos a nós próprios de usufruir dos benefícios da outra opção. As mesmas podem complementar-se. 

Como, também, podem ser exclusivas. Ou múltiplas! Há vários grupos e tradições que permitem a participação em vários grupos, por exemplo, no meu caso, sou membro do Covenant of Hekate realizando rituais e práticas dentro do mesmo e, ao mesmo tempo, sou Sacerdotisa da Fellowship of Isis e participo em rituais da FOI. E, ainda ao mesmo tempo, considero-me uma praticante solitária e trilho o meu caminho de forma bastante individualizada. Mas isso não me impede de fazer parte de comunidade, de participar em ritos de grupo ou de pertencer a certas tradições. 

Não se sintam pressionados a ter de fazer uma escolha entre um ou o outro lado da moeda, porque os mesmos podem coexistir e trabalhar em conjunto. Aliás, se alguém vos pressionar para terem de escolher e abdicar de um dos lados (este caso aplica-se mais na restrição da prática solitária aquando da entrada num grupo), o meu conselho seria muito simples: Corram. Não aceitem que vos limitem a prática pessoal em troco de nenhuma prática de grupo, independentemente do que vos prometam. Nada é mais importante para uma Bruxa (e até para um Pagão) do que a nossa liberdade. Essa deve ser sempre mantida perto de nós e os nossos limites e "boundaries" devem ficar bem definidos. Este assunto é abordado de forma mais desenvolvida no nosso artigo sobre os perigos nas comunidades pagãs, que recomendo vivamente darem uma leitura! 

Acima de tudo é preciso entender que não existe uma forma exclusiva e "certa" ou "única" de trilhar o caminho dentro do Paganismo ou da Bruxaria. Uma das principais coisas que me atraiu neste caminho, aliás, foi exactamente isso: A liberdade e a possibilidade de expressão individual que estes caminhos nos trazem. A nossa vida, tal como os elementos, é fluída e cheia de mudanças. Não é algo escrito em pedra (e, até o que é escrito em pedra, desvanece com o tempo!) e, como tal, não nos podemos limitar a nós mesmos. Devemos entender os nossos ciclos pessoais e viver de acordo com os mesmos. Agora poderá ser um período na nossa vida para nos focarmos em práticas em grupo e, daqui a uns anos, preferimos dar lugar a uma prática mais solitária e isolada. E, no futuro longínquo, uma mistura das duas coisas. 

Não precisamos de nos colocar dentro de caixas nem limitar o nosso caminho. Precisamos apenas de pegar nas nossas vassouras e começar a voar, trilhando o nosso caminho seja por terra, por água ou por mar, seja sozinhas ou acompanhadas. Não tenham medo de ser livres. 

E vocês? Qual a vossa opinião? 
XV - O Diabo

Nome do Arcano: O Diabo
Número: XV
Descrição: No baralho de Rider-Waite a carta do Diabo é representada por Baphomet, uma criatura meio homem e meio bode, como o Diabo. O Diabo tem umas asas de morcego-vampiro. Tem um olhar hipnotizante e, por cima dele, encontra-se um pentagrama invertido. Ele levanta a sua mão direita em forma da saudação "Vulcan", uma saudação judaica (mais tarde popularizada em Star Trek). Na sua mão esquerda, tem uma tocha acesa. Ao seus pés encontram-se um homem e uma mulher, ambos nus e e com pequenos chifres na sua cabeça e caudas, acorrentados ao assento do Diabo.*
Símbologia: No Arcano do Diabo temos a figura principal do Diabo em destaque. Esta figura, metade homem e metade bode, representava, antigamente, as polaridades de bom/mau e humano/animal, contudo, em tempos modernos ficou associado à negatividade e ao mal. As suas asas, de morcego-vampiro, representam a perda da energia vital, que é o que acontece quando nos entregamos aos prazeres primais. O seu olhar, quase hipnotizante, atraí-nos para si e para ficar debaixo do seu poder, tal como o homem e mulher que se encontram acorrentados à sua frente. Apesar de acorrentados, podemos verificar que as suas correntes são soltas e facilmente poderiam ser removidas, contudo, os mesmos estão junto ao Diabo pela sua própria vontade, estando já a desenvolver cornos e caudas, como símbolos que se estão a tornar como ele, quanto mais estiverem próximos e acorrentados. As suas caudas, de fogo e de uvas, representam as tendências animalescas e o prazer e luxuria, associadas a este tipo de vida, dedicado aos prazeres carnais.

Significado:

  • Posição Normal
Na sua posição original a carta do Diabo representa o nosso lado Sombra e as forças negativas que nos prendem e nos impedem de avançar no nosso caminho. O consulente poderá estar a sofrer de efeitos negativos de vícios, dependências, comportamentos ou hábitos negativos que sente que não consegue mudar ou remover da sua vida. Poderá nem notar que está sobre a influência dos mesmos e que estão estes aspectos que o impedem de avançar. Existe um conflito interior entre o lutar e trabalhar pelo que é bom a longo-prazo e é os nossos objetivos e entre o que nos dá gratificação instantânea. É necessário iniciar medidas de auto-disciplina e cuidado próprio para mudar este tipo de comportamentos. Esta carta alerta-nos para a necessidade de trabalharmos em nós mesmos e nas falhas que nos impedem e nos prendem de nos tornarmos na versão que pretendemos ser ou nos objetivos que pretendemos alcançar. Esta carta pode também representar o momento em que pensamos que não conseguimos controlar a nossa vida ou ter qualquer efeito sobre a mesma, que estamos apenas destinados a vivê-la e manter-nos num ciclo vicioso de escolher negativas. O Diabo sensibiliza-nos para tentar mudar o nosso prisma de ver o Mundo e tentar mudar os nossos comportamentos de forma a mudar também a nossa realidade. Esta carta pode também representar o período nas relações em que tudo parece perfeito e fantástico (a chamada "honeymoon phase") mas alerta-nos para estar atentos e que estes períodos podem ser passageiros e a realidade negativa ser demonstrada a longo prazo ou, também, que esta proximidade pode tornar-se numa relação co-dependente e pouco saudável.

  • Posição Invertida (esta posição é opcional)
Na sua posição invertida a carta do Diabo poderá representar um de dois cenários: Estamos num momento em que estamos prestes a alcançar um novo patamar no nosso caminho, contudo, é preciso enfrentar as coisas negativas e os "vícios" ou "hábitos negativos" que nos prendem e nos impedem de fazer este avanço no nosso percurso ou, em alternativa, pode ser uma necessidade de confrontar, internamente, tudo o que nos impede de avançar. Este confronto pode, ou não, ser voluntário. Poderemos querer, de vontade própria, entender melhor a forma como funcionamos e lidar com os nossos hábitos negativos, com o intuitivo de os mudar ou eliminar ou podemos estar a descer por uma espiral negativa que nos impede de avançar (nestes casos, sugerimos a consulta um terapeuta/profissional de saúde para evitar avanços neste estado negativo da mente). O Diabo invertido alerta-nos para a necessidade de ultrapassar as coisas que nos prende, aceitar a mudança e a evolução, deixando para trás tudo o que já não precisamos ou não faz falta (até as coisas que doem ao separar). 

* A representação dos Arcanos varia de Baralho para Baralho, a descrição apresentada é com base no Baralho Rider Waite. 
Unsplash (Melissa Walker Horn)
Hoje voltamos com um artigo da nossa série de Bruxaria de Cozinha e a Roda do Ano e vamos falar sobre Ostara!

Se quiserem saber mais sobre este festival temos um artigo aqui no nosso site sobre o mesmo!

Festival: Ostara / Equinócio da Primavera
Datas: 19/20/21/22 de Março (HN) ou 19/20/21/22 de Setembro (HS)

O Equinócio da Primavera, ou Ostara, é um festival que celebra o início da Primavera e o final do Inverno. É o momento em que o Dia e a Noite estão em igualdade e, a partir deste momento, o Sol continua a subir e subir mais alto no céu, tendo já passado a metade em que a noite durava mais do que o dia. As flores começam a florir, o verde surje nos campos, as folhas voltam ás árvores e até os animais sentem esta mudança ao nosso redor. Nós próprios, inconscientemente, sentimos as alterações dos ciclos da Terra. Começamos a sentir-nos mais dinâmicos e com mais força de vontade, devido à maior exposição ao Sol e a toda a energia de "renascimento" que se sente no ar.

Como celebração de fertilidade e do início da Primavera, grande parte das práticas associadas a este festival estão ligadas a ritos de fertilidade como os ovos de Ostara, os coelhos, as flores, entre outros símbolos. É uma altura para festejar a Primavera e tudo o que esta estação traz consigo. É um momento em que podemos celebrar o Sol e a sua vitória sobre o Inverno e sobre a Escuridão, dando as boas-vindas à claridade e ao calor que se aproximam.

Existem vários alimentos que estão associados a esta altura do ano. Com a chegada da Primavera e do bom tempo, os nossos ancestrais, começam a deixar os gados e animais voltarem para o exterior. Os pastos encontravam-se verdes e com flores e começava-se a ver os primeiros brotos de novas plantas e as sementes a nascer. Assim sendo, esta é uma altura muito propícia para utilizar todo o tipo de sementes em pratos ou para vegetais como couves e vegetais verdes, que nos recordem da chegada da Primavera como couves de bruxelas, bróculos, etc.

Para além destes alimentos podem também ser incorporados nos pratos celebratórios de Ostara várias flores comestíveis como rosas ou flores de courgetes. É necessário garantir que estas flores (e todos os vegetais que utilizamos) não levaram com pesticidas que possam ter efeitos negativos na nossa saúde. É preciso ter a certeza que todos os produtos naturais utilizados na cozinha estão devidamente lavados e prontos para serem consumidos. 

Outro ingrediente que pode ser incluídos nos pratos primaveris associados ao Equinócio da Primavera é o ovo! O Equinócio da Primavera ocorre em altura semelhante à Páscoa e todos crescemos com os "ovos da páscoa". Esta prática é inspirada em práticas pagãs, onde o ovo estava associado à fertilidade dado que é do ovo que nasce a vida. Como tal, o ovo pode, e deve, ser utilizado quer como alimento ou parte de refeições criadas (como bolos ou outros pratos que utilizem ovos) e também como decoração de altares ou casas (através de esvaziando o interior do ovo e decorando a casca exterior).

São vários os pratos que podem ser feitos com energias da Primavera são pães doces, peixes temperados com sementes ou especiarias e ovos, bolos de mel ou de chocolate, nozes e outras sementes e frutas sazonais. Recomendamos sempre a procurar quais os alimentos e pratos típicos da área que vivem para esta altura do ano e podem incorporar os mesmos na sua prática pessoal, permitindo uma ligação ao local onde vivem e, também, a um melhor conhecimento dos alimentos que são utilizados tradicionalmente nesta altura, na zona onde vivem. Não tenham medo de inovar e sair da caixa, esta altura do ano é fantástica para novos inícios e novas aventuras, e isto pode ser também retratado a nível alimentar! 

E vocês? Que tipo de alimentos gostam de cozinhar nesta altura do ano? 

Nota: Existe um grande debate nas comunidades pagãs por detrás do uso das palavras Mabon/Ostara/Litha. Para fácil acesso por iniciantes optámos por manter a denominação neste artigo, contudo, aconselhamos a leitura deste texto e deste texto para esclarecimentos adicionais. 

Referências: 
"Wicca in the Kitchen" de Scott Cunningham 
"Kitchen Witchcraft (Pagan Portals)" de Rachel Patterson
Unsplash (Ali Inay)
A alimentação é um dos pontos principais do nosso dia-a-dia, é o que nos fornece energia para funcionarmos e fazermos as nossas tarefas e é também uma fonte de prazer e lazer, através da experiência de novos pratos e sabores. Como tal, é natural que a alimentação tenha um papel importante no nosso quotidiano e, correspondentemente, na nossa prática e caminho mágico. 

Sabem que eu tenho uma paixão muito grande por Bruxaria de Cozinha e hoje gostava de vos falar sobre como a alimentação pode ter impacto na nossa prática pagã e como podemos trabalhar com a nossa alimentação e com o que consumimos, para melhorar a nossa prática e o nosso bem-estar. O nosso bem-estar está intrinsecamente conectado à nossa prática e caminho pagão. Se não nos estivermos a sentir bem não vamos conseguir concentrar-nos no que estamos a fazer e aplicar a nossa energia naquele trabalho, seja um ritual, um feitiço ou até uma meditação. E a alimentação é uma chave para atingirmos o nosso bem-estar. 

Como Bruxos e Bruxas reconhecemos a importância que as plantas e as frutas têm na magia e na prática mágica. Sabemos que o alecrim é uma boa planta para limpeza de locais e que a maçã está associada ao amor, tal como a canela está associada à prosperidade. Usamos estes ingredientes em saquetas mágicas, incensos, banhos, oferendas e até para untar velas. Estas correspondências são partes activas de muita prática mágica e, como tal, porque não incluir as mesmas nas nossas refeições? Se organizarmos a nossa comida e refeições de forma consciente e tendo em consideração estas correspondências mágicas estamos a influenciar a nossa comida e, consequentemente, a nossa nutrição e o nosso corpo, magicamente.

Isto pode ser aplicado em vários cenários, por exemplo:

Devoção e Conexão com Divindades: Uma das formas de nos conectarmos com uma divindade pode ser através de conexão com as suas correspondências, incluindo as alimentares. Algumas das associações da Deusa Hekate, por exemplo, são a cebola e o alho. Estes dois alimentos podem ser incorporados, conscientemente, numa alimentação diária (de forma moderada) com o intuito de aproximar a nossa prática a Hekate, através do consumo (ou até oferendas, criando pratos ou alimentos com estes produtos) de alimentos relacionados com a divindade.

Trabalhos Mágicos: Há vários trabalhos mágicos que podem ser feitos com a Magia de Cozinha. Imaginemos que queremos atrair para a nossa vida um novo amor. Uma das formas de fazer isto pode ser, por exemplo, criar uma Dieta Mágica. Uma Dieta Mágica é uma dieta alimentar (equilibrada e consciente) criada com alguns alimentos em mente. Por exemplo, no caso da atração de um novo amor, podemos fazer pratos com alimentos que estejam associados ao amor como baunilha, canela, gengibre, batata doce, maçãs, bananas, maracujás, morangos, mel, entre outros. São muitos os alimentos que estão associados ao amor o que nos permite criar refeições equilibradas, saudáveis e mágicas. Não é obrigatório utilizar todos os ingredientes, como é óbvio! Podemos fazer uma tarte de maçã para sobremesa, uma sopa com batata doce e outros vegetais para o prato principal ou bifes com molho de mel e mostarda, etc. A Bruxaria de Cozinha está totalmente aberta para a nossa imaginação. 

Cuidados Próprios: Cuidar de nós próprios é uma das nossas "obrigações" e formas de nos respeitar a nós próprios e ao nosso corpo. Podemos criar uma Dieta de Auto-Cuidado e esta pode incluir não só alimentos relacionados com amor e amor próprio mas, também, os nossos ingredientes favoritos! Se eu amo comer cenoura ou grão mas os mesmos não estão associados ao amor/amor próprio, não faz mal! O facto de serem alimentos favoritos da Bruxa/Bruxo já lhes traz o poder de trazer conforto pessoal e, como tal, contribuir para os cuidados próprios. É preciso ter também em consideração estes pequenos detalhes como comidas favoritas ou comidas conforto, dado que as mesmas já têm poder mágico associado a nós, devido ao seu impacto. Se calhar a receita de sopa de legumes da nossa avó será muito mais poderosa para nos trazer conforto e tranquilidade do que uma receita complexa tirada de um livro de bruxaria e isto é totalmente válido (e aliás, muito recomendável!). Temos de encontrar o nosso poder pessoal, até na cozinha.

A Bruxaria de Cozinha e a magia com os alimentos é um tipo de magia muito fácil e intuitiva, que pode ser integrada na nossa rotina de forma muito simples e adaptável, permitindo-nos trazer para o nosso quotidiano a Magia da nossa prática.

E vocês? Como gostam de usar a Magia na Cozinha? 
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0