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Sob o Luar

Qualquer pessoa que investigue sobre Politeísmo Helénico ou que comece a pesquisar sobre Divindades Gregas, acaba por encontrar referências aos Hinos Homéricos. Contudo, nem todos sabem o que são os Hinos Homéricos e é sobre eles que hoje vamos falar.

Os Hinos Homéricos são um conjunto de trinta e três (33) poemas ou hinos a celebrar várias divindades. Os mesmos são considerados "homéricos" pois possuem uma estrutura semelhante aos épicos Homéricos da "Odisseia" e da "Ilíada", não significando, necessariamente, que tenham sido escritos todos pela mesma pessoa (a identidade do autor "Homero" é um assunto de debate entre os classicistas e historiadores, que não planeio abordar neste artigo). Os Hinos Homéricos são tentativamente datados do século 7 AEC (antes da era comum), contudo há alguns poemas que podem ter sido escritos mais tardiamente, como é o caso do "Hino a Ares", que alguns académicos consideram ser de um período mais tardio. 

Estes Hinos seriam originalmente recitados, na Grécia Antiga, em eventos ou rituais religiosos e descrevem os feitos dos vários Deuses, enaltecendo a sua história, a sua importância e o seu papel. Um dos Hinos mais famosos é o "Hino Homérico a Demeter" que nos conta a história da Descida/Rapto de Persephone, e, por consequência, o surgimento das estações do ano. Também o Hino a Hermes é bastante conhecido, pois retrata o nascimento do Deus Hermes e as suas peripécias enquanto bebé. 

Os Hinos Homéricos são importantes não só a nível religioso, pois permitem-nos uma visão dos mitos dos Deuses e, ao mesmo tempo, fornecem-nos hinos que podemos cantar ou recitar aos Deuses, tal como os gregos antes de nós o faziam, como também a nível literário, pois são uma das peças literárias mais antigas da Literatura Grega, e de uma importância enorme para os Estudos Clássicos. 

Existem várias formas de organizar os Hinos, pelo que podem encontrar várias ordens em que os mesmos se encontram listados, dependendo do tradutor ou do autor da edição. A ordem abaixo, que vos apresento, é com base no livro "The Homeric Hymns - A new translation by Michael Crudden" da Oxford World Classics, que é a edição que eu pessoalmente tenho em casa (e recomendo bastante, pois não só tem uma excelente introdução, como também possui notas que explicam os vários pontos de cada hino). Infelizmente não conheço nenhuma versão em português que possa recomendar. 

  1. Hino a Dionísio
  2. Hino a Deméter
  3. Hino a Apolo
  4. Hino a Hermes
  5. Hino a Afrodite
  6. Hino a Afrodite
  7. Hino a Dionísio 
  8. Hino a Ares
  9. Hino a Ártemis
  10. Hino a Afrodite
  11. Hino a Atena
  12. Hino a Hera
  13. Hino a Demeter
  14. Hino à Mãe dos Deuses (Rhea/Cibele)
  15. Hino a Heracles, com o coração de Leão
  16. Hino a Asclépios
  17. Hino aos Filhos de Zeus
  18. Hino a Hermes
  19. Hino a Pã
  20. Hino a Hefesto
  21. Hino a Apolo
  22. Hino a Poseidon
  23. Hino a Zeus
  24. Hino a Héstia
  25. Hino às Musas, Apolo e Zeus 
  26. Hino a Dionísio
  27. Hino a Artémis
  28. Hino a Atena
  29. Hino a Hestia
  30. Hino à Terra/Gaia
  31. Hino a Helios
  32. Hino a Selene
  33. Hino aos Filhos de Zeus

E vocês, já conheciam os Hinos Homéricos? Qual o vosso favorito?


No passado dia 4 e 5 de Novembro de 2023 realizou-se em Reguengos de Monsaraz, no Centro Druídico da Lvsitânea, o 1º Encontro Ancestral: Jornadas de Paganismo em Portugal. Este encontro foi organizado pelo Templo de Inanna e Astarté e pela Assembleia da Tradição Druídica Lusitana e com a Coordenação de COARCI - Conselho de Antigas Religiões e Cultos da Ibéria. 

O Sob o Luar teve o prazer de participar a convite do Templo de Inanna e Astarté e fez parte da Mesa Redonda - Impacto do Paganismo e das Comunidades Pagãs em Portugal e, juntamente com a Comunidade Paganices, teve a oportunidade de apresentar uma nova edição dos Seminários de Bruxaria Contemporânea, desta vez focando-nos na Feitiçaria e Bruxaria em Portugal! 

Primeiro Dia - 04 de Novembro de 2023


O dia começou cedo pelas 08:30h da manhã com uma receção e pequeno-almoço preparado pelos membros da ATDL e foi seguido pela Abertura oficial do 1º Encontro Ancestral, que contou com palavras do Arqui-Druida Adgnatios Kuridai da ATDL e da Mariana Vital, Sacerdotisa do Templo de Inanna e Astarté que nos deram as boas-vindas e apresentaram o programa para o evento. 

O restante da manhã foi espaço para o Ciclo de Palestras COARCI: Paganismo em Portugal, onde tivemos a oportunidade de ouvir quatro apresentações: 

  1. As transmutações da Roda do Ano Céltica Lusitana por Arqui-Druida Adgnatios Kuridai
  2. Xamanismo Ibérico por Carla Mourão
  3. Assembleia da Tradição Druidica Lusitana por Adgatia Vatos 
  4. Cultos Fenícios e Ibéricos em Portugal por Mariana Vital
Após um delicioso almoço, cortesia da ATDL, passamos para a parte da tarde que, apesar da chuva que se fez sentir, foi recheada de de atividades! Começamos pela segunda edição dos Seminários de Bruxaria Contemporânea onde tivemos a oportunidade de participar num ritual criado por Amala Oliveira da CASA Sagrar e onde a mesma nos falou acerca das "Memórias da Antiga Tradição preservadas no quotidiano das avós". Logo de seguida, e ainda dentro dos Seminários da Bruxaria Contemporânea, foi a apresentação de Karagan Griffith, Alto-Sacerdote da Wicca Alexandrina do Coven de Tomar - Linha de Queensberry, acerca do "Movimento Alexandrino no Mundo e Portugal" onde nos apresentou esta Tradição da Wicca, a sua história e partilhou connosco alguns vídeos.

No fim dos Seminários, tivemos uma atividade de Oficina de Barro guiada por Medeia, onde os participantes tiveram oportunidade de criar o seu Totem Ancestral. Após um pequeno lanche, celebrou-se o Rito Ancestral de Samónios no espaço sagrado da ATDL, cujas fotos podem verificar na página oficial da ATDL. 


Para terminar o primeiro dia deste evento, tivemos um Concerto Bárdico pelos bardos da ATDL e um Espetáculo de Fogo deslumbrante cortesia da Rita Duarte e do Luís Barbas. Ao longo do dia, tivemos disponível uma Mostra de Artesanato de vários artistas pagãos portugueses como Under the Moon Strings, Portal de Hécate, Fora Deste Mundo, Medeia, Retorno da Deusa, Bosque de Drusuna e o hidromel e livros da própria ATDL. 

Segundo Dia - 05 de Novembro de 2023

O segundo dia deste evento iniciou-se pelas 09h da manhã com um pequeno almoço, cortesia dos elementos da Assembleia da Tradição Druídica Lusitana, seguindo-se o Lançamento da Revista da Tradição Lvsitana Centro de Estudos Druídicos. Ao longo do dia estava também disponível uma Mostra Literária que contava com a presença do Centro de Estudos Druídicos, Morgana da Lusitânia, Karagan Griffith, Jimahl Di Fiosa, Amala Oliveira e Mora Sininho Rosa. 


Durante a manhã tivemos a primeira Mesa Redonda do dia com a temática "Movimentos Emergentes no Paganismo em Portugal" que contou com a participação de Mora Sininho Rosa, Joana Martins e Natasha Mirra, com moderação de Mariana Vital. Nesta mesa falou-se da forma como o Paganismo é visto e reconhecido pelas novas gerações, da importância das redes sociais e do seu impacto no movimento pagão, das questões socioambientais que atravessamos de momento e da definição de Paganismo no espaço e tempo atual. 


Após a Mesa Redonda seguiu-se o almoço, onde os participantes tiveram a oportunidade de conviver e trocar opiniões acerca dos debates que ocuparam a manhã e se prepararem para a segunda Mesa Redonda, que se iniciou no período da tarde. A segunda Mesa Redonda contou com a participação de Adaltena (ATDL), Mariana Vital (Templo de Inanna e Astarté), Carla Mourão (Retorno da Deusa), Alexia Moon (Sob o Luar) e Karagan Griffith (Coven de Tomar), com moderação de Natasha Mirra. Nesta mesa abordou-se a temática "Impacto do Paganismo e das Comunidades Pagãs em Portugal" e debateu-se a evolução das comunidades pagãs no nosso país nos últimos anos, as reflexões das mudanças e desafios que cada um dos participantes enfrentou e enfrenta no seu trabalho com a comunidade pagã e várias reflexões acerca do que é a comunidade e como a comunidade deve ser trabalhada e coexistir entre si. 

No final da última Mesa Redonda, procedeu-se à entrega dos prémios do 1º Concurso de Poesia Pagã, cujos resultados podem ser verificados na página oficial da Assembleia da Tradição Druídica Lusitana! Parabéns a todes vencedores!

No final, após umas palavras de fecho da organização, partilhou-se de um hidromel e deu-se por encerrada a primeira edição do Encontro Ancestral! Esperamos que haja oportunidade de serem feitos mais eventos similares em Portugal e estamos à espera da próxima edição!

E vocês, foram? O que acharam?

Um sentimento que é comum tanto a pagãos como a praticantes de ramos de bruxaria, é a a vontade de adaptar os caminhos pessoais aos locais onde vivemos, seja a nível de festivais, tradições, práticas tradicionais, etc. É uma vontade comum e, na minha opinião, essencial para aqueles que pretendem melhorar os seus laços com a sua terra ou o local onde vivem. 

Como já referi várias vezes aqui no blogue, na minha opinião, ser Pagão também implica uma conexão com o Mundo em que vivemos, especificamente com o mundo ativo onde estamos, ou seja, as nossas cidades, aldeias, vilas, países, zonas do mundo, quintais, etc. Muitos pagãos concordam que um dos pilares da definição do Paganismo, é a conexão com a Natureza e a ligação com o mundo natural. E, sejamos honestes, qual a melhor forma de estabelecer esta conexão e de sentir estas ligações do que com aquilo que está ao nosso redor? O que é mais fácil, para um pagão da América do Norte, conectar-se com as árvores do seu quintal ou da sua rua ou conectar-se com o conceito de uma árvore que só existe na Inglaterra ou na Irlanda? Será, obviamente, mais fácil conectar-se com a sua própria flora local. A ligação com a Natureza local, não só é uma mais-valia do ponto de vista ecológico (como eu já mencionei no artigo sobre a Ética dos Cristais e Plantas, acerca da utilização de ervas e plantas que existam perto de nós, fomentando o comércio local, aprendendo a cultivar e cuidar de plantas e estabelecendo aliados em plantas nativas da nossa zona) como também é uma mais-valia do nosso próprio bem-estar espiritual, pois estes aliados de que falamos, encontram-se perto de nós e ajudam-nos no nosso caminho. Um exemplo prático deste cenário, e um pouco relacionado com o meu caminho pessoal, é o culto das Ninfas na Antiguidade Clássica. Era comum haver ninfeus, pequenos locais de culto às ninfas locais, fossem de fontes, lagos, rios, etc. A água era preciosa e era essencial garantir uma ligação estreita com os seres espirituais destas fontes de água e, como tal, havia o culto das Ninfas que ainda hoje em dia podemos aplicar na nossa prática. 

Para além destes aspetos, podemos também referir que a adaptação das práticas locais, como festivais ou tradições, pode ser benéfico para quem tem interesse em aprofundar ligações com as tradições folclóricas do local onde nasceu ou vive. Por exemplo, um praticante de Trás-os-Montes poderá querer incluir no seu caminho características ou práticas típicas transmontanas. Apesar de muitas destas práticas terem influências católicas e cristãs, a origem-base das mesmas é o Paganismo e, como tal, podem facilmente ser readaptadas de volta a caminhos pagãos. Para aqueles que sentem uma ligação próxima com o local onde vivem ou nascem, com o seu país ou com a sua zona do país, esta pode ser uma forma de coexistir os dois mundos. Isto também se refere a práticas ou costumes familiares, passados de geração em geração e adaptados ao caminho pagão de cada um. 

Não há um conjunto de instruções de passo-a-passo de como fazer isto. É algo que vai depender de cada um de nós, de cada uma das práticas que pretendemos incluir ou adaptar e da forma como o queremos fazer. O que recomendo, para quem quer começar a explorar estas hipóteses, é investigar e estudar sobre as práticas locais onde zona que tem interesse, escrever tudo num documento ou numa folha e tentar estabelecer um plano de como incluir as mesmas na sua prática pessoal. Recordo que não existem regras fixas neste processo, e que podemos (e devemos) adaptar as coisas como sentirmos que faz mais sentido. E, claro, a qualquer momento do nosso caminho, podemos voltar atrás e mudar algo ou trocar algo, se acharmos que já não faz sentido estar como está. 

E vocês, há alguma prática local que tenham adaptado ao vosso caminho? 
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Sob o Luar by Alexia Moon/Mónica Ferreira is licensed under CC BY-NC-ND 4.0