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Lançar Tarot e trabalhar com o Tarot são coisas extremamente
interessantes de fazer na prática mágica e até para quem nem pratica Bruxaria
nem Paganismo. O Tarot, como vimos no artigo de
História do Tarot, já existe à imensos séculos e existem mil e uma formas de
trabalhar com ele desde caminhos individuais, caminhos associados a baralhos
específicos como
Thoth ou o Raider-Waite ou até o Caminho do Tarot. Neste artigo falo de
algumas dicas que, pessoalmente, acho que auxiliam qualquer praticante que
esteja a começar a trabalhar com o Tarot e até pode ser útil para quem já
trabalha com esta arte à muito tempo!
Começando então pelas dicas que tenho para vocês:
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Não devemos repetir perguntas
Esta é um dos principais conselhos que dou a nível de Tarot é não repetir perguntas. Não só é contra-produtivo pois já temos a resposta como também é desnecessário. Costumamos ter a tendência, após fazer uma leitura, em repetir a pergunta por vários motivos: ou para garantir que a resposta está certa, ou porque não compreendemos bem, ou apenas para reler novamente. Isto não é boa ideia. Apenas recomendo repetir perguntas muito pontualmente e de forma reformulada e somente em situações em que não tenha compreendido mesmo a resposta (preguiça de pensar no que significa não está incluído!)
e, mesmo assim, se puder evitar ainda melhor. Algo que notei que acontece, e
muita gente fala do mesmo, é que se forçarmos o Tarot a repetir as coisas muitas
vezes ele começa a dar respostas incoerentes ou então sai uma resposta como se o
próprio baralho estivesse a ralhar connosco! :)
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O Tarot não é um método de prever o futuro
Este é algo que surge muitas vezes em conversas e ainda hoje
expliquei a uns colegas. O Tarot não prevê o futuro. Aliás o futuro não pode ser
previsto porque ele está em constante mudança. Como os nossos avós diziam "A
única certeza na vida é a morte" isto porque nada é certo e tudo depende das
acções e reacções que levam até determinado momento. O Tarot mostra-nos as
variáveis. Ou seja estamos no ponto D e para lá chegar passamos pelo ponto A, B
e C e fazemos um lançamento para saber o que esperar nos próximos três ou seis
meses, por exemplo. O Tarot, claramente, vai indicar que no futuro temos o ponto
E. Mas imaginemos que não queremos o E, que o E representa algo que não gostamos
ou que estamos insatisfeitos com a nossa vida atualmente e preferíamos estar no
ponto H. Cabe a nós próprios tomar as rédeas na nossa vida e mudar, agir,
transformar. O que o Tarot diz não é regra, apenas é o mais provável. Tudo pode
ser mudado, tudo se transforma. Por isso se o Tarot disser que vai ficar no
emprego em que está durante mais dois anos mas você detestar esse emprego,
procure outro e saia! Nada o impede excepto as circunstâncias à nossa volta e,
acima de tudo, a nossa própria mente.
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O ambiente e a preparação são chaves para o sucesso
Lançar cartas de tarot numa estação de metro movimentada, com
imenso barulho à volta, fumos e cheiros que nos distraem não é apropriado. É
necessário e aconselhável estabelecer uma rotina para lançar as cartas. Por
exemplo eu, pessoalmente, tenho uma rotina para cada baralho. Com a versão de
bolso faço de uma forma e com o meu baralho normal faço de outra. Como o de
bolso é para viagens ou deslocações ou até momentos de emergência tento ser mais
prática com esse e, com o baralho normal, tenho todo um procedimento com velas,
incensos, toalha para lançar cartas, etc que faço. O ambiente e o estado de
consciência são essenciais para assegurar bons resultados. Medite um pouco antes
de lançar o baralho ou pelo menos centralize e foque-se no momento e no que está
a fazer. Sinta as cartas e as suas energias nas suas mãos, foque-se. Desvie a
mente da vida atarefada, da lista de compra ou da lista de tarefas. Foque-se na
pergunta que está a fazer, acenda um incenso ou uma vela, estenda uma toalha. Se
sentir necessidade tenha um cristal próprio consagrado para auxiliar no Tarot ou
para manter as energias equilibradas no momento do lançamento. Mas garanta
apenas que está no mindset necessário para a tarefa que está a desempenhar, não
só por respeito a quem está a ser alvo de leitura mas também por respeito ao
próprio baralho em si.
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Manter registos
Principalmente para quem está a começar a estudar Tarot e a
iniciar o trabalho com os baralhos eu acredito que manter um registo de todas as
tiragens é essencial. Não só porque permite analisar o seu próprio
desenvolvimento e o que tem vindo a melhorar mas também porque permite manter um
registo prático para situações em que já não se recorda bem de qual foi a
resposta de uma tiragem de à três meses atrás (e, também, é fascinante lançar as
cartas para os próximos três meses, por exemplo, e após esse período voltar
atrás e ler o que foi previsto e comparar com a realidade de como correu aqueles
meses. Coincidiu? O que mudou? O que se esforçou para mudar?). Isto é também
prático para lançamentos de cartas para outras pessoas que possam vir questionar
sobre tiragens que você tenha feito para elas e as mesmas não se recordem. Outro
motivo porque é essencial apontar as respostas do Tarot é porque o Tarot pode
falar de forma meio encriptada e, no momento, não compreendermos a resposta (tal
como indicado em cima, se possível, evitar lançar novamente sobre a mesma
pergunta) então apontemos qual foi a resposta, mesmo que não a compreendamos.
Isso fará com que no futuro as restantes peças do puzzle surjam e,
eventualmente, a resposta que o Tarot deu vai acabar por fazer todo o sentido!
Por isso aconselho a ter um pequeno caderno dedicado às tiragens de Tarot,
coloque a data e hora em que foi feita a tiragem, qual a pergunta e qual a
resposta. Se quiser até pode depois fazer jogadas com as tiradas e as horas
astrológicas mas isso é algo mais complexo e fica ao critério do próprio
praticante.
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Ligação com o Baralho
Algo que já falei em artigos anteriores e que reforço neste é
que é essencial estabelecer uma ligação com o nosso próprio baralho. Isto pode
ser feito através de meditação, através da Jornada do Louco (mais informações no
Fórum da TCS) ou até apenas pelo uso regular do próprio baralho. Eu vejo
meus baralhos como meus conselheiros, quase como se fossem entidades próprias a
quem recorre a solicitar orientação e conselhos. Não estou a dizer que toda a
gente deve encarar esta prática dessa forma, longe disso! Apenas que uma conexão
com o seu baralho, como ele funciona, como as cartas são, o que representam,
quais as simbologias, desenhos e pequenos detalhes essenciais à leitura é que
existem. O tentar largar o livrinho de auxílio e intuitivamente saber o que cada
carta representa e como o seu significado é alterado ao estar junto a outra
carta. Como as combinações de cartas divergem do significado individual de cada
carta. Como cada carta é constituída. E todos os outros cenários essenciais à
compreensão do baralho. Isto é importante no trabalho com as cartas.
Outras coisas que pode fazer para ajudar no lançamento do
Tarot (principalmente em análise de situações complicadas ou externas e que
envolvem maior concentração) é banhos de limpeza e de energização, contacto com
divindades associadas a métodos divinatórios (Hekate, Hermes, etc.) para
facilitar a tiragem, queimar incenso ou óleos aromáticos para ajudar a entrar no
mindset necessário, etc. Existem imensos truques pessoais que vai acabar por
adquirir ao longo da sua prática e que irão facilitar todo o trabalho com o
Tarot que desenvolve.
E, como se costumava dizer antigamente, a prática leva à
perfeição por isso vamos começar a conectar com o nosso baralho (se ainda não
sabe como escolher um baralho, leia o nosso artigo "O
Tarot: Como Escolher um Baralho") e começar este caminho fascinante que é o
mundo do Tarot.